RIO — O Observatório de Favelas acaba de lançar, em parceria com a Produtora Automática e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage , a primeira turma da Escola Livre de Artes da Maré - Elã, cujas atividades acontecerão no Galpão Bela Maré , na Nova Holanda .
A primeira turma do projeto será ministrada a partir do dia 17 e funcionará como um experimento, na perspectiva artístico-pedagógica, para 25 jovens moradores de favelas e periferias. Nos encontros serão debatidos e criados conteúdos relacionados às artes visuais com a presença de profissionais do ramo atuantes no cenário atual. Uma das propostas é reunir artistas “fazedores” de diversos tipos de arte, capazes de expressar a contemporaneidade no Brasil.
LEIA MAIS: Bengala verde ajuda a identificar pessoas com baixa visão
A seleção dos estudantes foi feita a partir de um edital que selecionou jovens com idade entre 18 e 35 anos. Cada estudante receberá o valor de R$ 1 mil como forma de custear as despesas e material durante as atividades de formação e terá apoio na elaboração de uma proposta artística final.
— É interessante pautar a formação em artes visuais na cidade do Rio feita com e para as periferias. Nós sinalizamos no edital que a nossa chamada tinha uma concepção ampliada do termo arte e artista. Pensamos em fundar uma turma com diversidade de gênero, racial, de sexualidade e de território. A Escola Livre de Artes da Maré trabalha com uma política de maior preenchimento de vagas por mulheres, negros e pessoas trans — destaca Erika Lemos Pereira, educadora do Galpão Bela Maré.
O programa será composto por dez encontros presenciais, realizados até o mês de novembro, e o resultado artístico final será compartilhado com o público durante a exposição “Bela Verão — O nome que a gente dá às coisas”, que será inaugurada em dezembro no Galpão Bela Maré.
— Com a Escola Livre de Artes da Maré estamos dando um passo importante no sentido de marcar a Maré, e, portanto, todas as favelas e periferias, como lugares possíveis para formações de excelência nos campos das artes, e isso é central para pensar a redução de desigualdades. Esperamos que este seja o primeiro passo de uma longa caminhada — completa Isabela Souza, diretora do Observatório de Favelas.
SIGA O GLOBO-BAIRROS NO TWITTER ( OGlobo_Bairros )