Tijuca e Zona Norte
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Por — Rio de Janeiro

Após uma serie de casos, com denúncia de racismo e agressões, o iFood lança, na tarde desta quarta-feira, a primeira Central de Apoio Jurídico e Psicológico presencial na cidade. A sede funcionará no edifício sede das Black Sisters in Law (BSL) — coletivo de advogadas negras que fornece assistência para profissionais vítimas de qualquer tipo de discriminação, agressão física, ameaça, assédio, abuso e/ou violência sexual — na Penha, Zona Norte do município. A princípio, a iniciativa terá duração de seis meses para compreender a efetividade da medida. No entanto, o atendimento online a entregadores é oferecido desde junho de 2023.

— O que a gente percebe nos casos desses entregadores é uma sensação de impunidade. Eles questionam se realmente os agressores serão punidos, ficam desacreditados. Muitas pessoas se aproveitam achando que o entregador não vai agir por falta de recursos, que ele não tem como pagar um advogado. Por isso que nós das Black Sisters in Law estamos aqui, explicamos que vai ter o inquérito policial, que o caso será investigados — explica Dione Assis, fundadora da BSL.

A plataforma também vem realizando, desde julho do ano passado, uma série de iniciativas em parceria com o Secovi Rio (Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro) para promover ações de conscientização nos condomínios. Segundo o iFood, a escolha do Rio para projeto piloto deve-se ao fato da cidade concentrar o maior número de conflitos — somente entre agosto e outubro foram registrados mais de 80 casos de agressão — grande parte, gerados pela suposta obrigatoriedade do entregador ir até a porta da moradia do cliente e não até o ponto de contato mais próximo, como a portaria principal do condomínio, conforme a orientação dada aos entregadores e clientes.

— Nós temos muito casos de violência no Rio e queremos dar um basta nisso. A gente está lançando o projeto com o objetivo de incentivar o entregador a procurar a central. Lá, ele pode ter um primeiro acolhimento com as Sisters e ainda vai continuar tendo atendimento psicológico e jurídico. Nós acreditamos no poder do projeto e também na efetividade em passar a mensagem de que não haverá impunidade. O caso será investigado e tratado com a gravidade necessária — afirma Tatiane Alves, coordenadora de Impacto Social do iFood.

O município registra — em especial a Barra da Tijuca — o maior tempo médio para que uma entrega seja finalizada: cerca de 5 minutos. É o dobro da média nacional. O mesmo bairro também registra o maior número de pedidos com tempo de espera superior a 10 minutos, quase três vezes mais se comparado com outras cidades.

— A nossa intenção é alertar as pessoas de que, ao ficar muito tempo aguardando para realizar uma entrega, o entregador deixa de fazer outras, o que compromete a sua renda. Além disso, ao deixar seu veículo, ele corre o risco de ter seus pertences furtados ou mesmo de cometer uma infração, já que muitas vezes não há local para estacionar. É uma questão de segurança para ambos os lados e de respeito com o trabalho realizado por esse profissional — afirma Johnny Borges, diretor de Impacto Social do iFood.

Espaço da Mulher Entregadora

Na mesma sede onde será inaugurado o primeiro local de acolhimento presencial da Central de Apoio Jurídico e Psicológico, também haverá o ‘Espaço da Mulher Entregadora’, ambiente exclusivo para entregadoras mulheres. No local, pensado para que as profissionais descansem entre uma entrega e outra, haverá acesso à cozinha (água/café), banheiro, itens de higiene pessoal feminina, tomadas para recarregar o celular e lugares de repouso. Além disso, serão realizadas mensalmente rodas de conversas sobre o universo feminino.

— Esse será um espaço especial com foco nas mulheres e na proteção do universo feminino. Nós vimos a necessidade de promover esse ambiente para que elas se sintam acolhidas e a gente crie uma aproximação — destaca Tatiane Alves, coordenadora de Impacto Social do iFood.

Mulher ameaça entregador com cutelo

Cliente do iFood, uma mulher ficou indignada, na última sexta-feira, por ter que descer para receber seu lanche com o entregador. Quando foi até a portaria do condomínio, em São Conrado, apareceu segurando um cutelo e questionou o rapaz por não ter subido, A discussão foi filmada pelo próprio entregador, e o caso está sendo investigado pela 15ª DP (Gávea).

O caso aconteceu num edifício na Rua Olímpio de Moura, 10. As imagens foram postadas nas redes sociais nesta quarta-feira (10) e ganharam grande repercussão. Nelas, a mulher questiona o motivo de o entregador não subir para entregar o lanche.

"Por que que você não quer entregar o meu lanche na minha casa? Você não me deu essa opção, não. Devolve meu lanche. Me dá a gorjeta que eu te dei. Como é que eu vou confiar em você se você não é de confiança? Que palhaçada é essa agora que não sobe na casa da pessoa? Todo mundo sobe", diz a mulher no vídeo.

Já o entregador responde que não é obrigado a subir, de acordo com as regras da plataforma, e diz que, caso ela não lhe dê o código necessário para encerrar o pedido, irá cancelá-lo.

"Porque eu não sou obrigado a subir. A plataforma não nos obriga a subir. É só passar o código. Eu não sou notificado de gorjeta, é só pedir o estorno para o iFood. Veio me ameaçar com um cutelo na mão", diz o entregador.

O vídeo mostra que, após a discussão, a mulher passou o código. O caso foi registrado por meio da Delegacia On-line, e a investigação está em andamento. Em nota, a plataforma ressaltou que a cliente foi banida do aplicativo:

"O iFood não tolera qualquer tipo de ofensas, agressões, manifestações de preconceito ou assédio contra os entregadores parceiros. Identificamos o caso do entregador Gabriel Carvalho de Jesus e já estamos em contato para prestar todo suporte a ele. Além disso, oferecemos nosso serviço da Central de Apoio Psicológico e Jurídico e estamos no aguardo da aprovação do profissional para seguir com este acolhimento. A cliente em questão foi banida da nossa plataforma.

A nossa Central de Apoio Jurídico e Psicológico foi criada, em parceria com a organização global de advogadas negras, Black Sisters In Law, para acompanhar os casos de agressão e discriminação, com atendimento personalizado. Por isso, reforçamos a importância dos entregadores avisarem imediatamente no app na opção 'Alerta de Casos Graves', para que as providências cabíveis sejam tomadas."

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