Tijuca e Zona Norte
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Por e — Rio de Janeiro

Não é só o Templo Caminho da Paz, na Tijuca, que vem sofrendo ataques recorrentes, como O GLOBO mostrou ontem. Um outro terreiro de umbanda, o Grupo de Caridade Flecha Dourada, que fica em um sobrado na Rua do Matoso, no mesmo bairro, também tem sido alvo de intolerância religiosa: foram pelo menos sete ocorrências em sete meses. Nos dois casos, os problemas começaram em setembro do ano passado.

O Grupo de Caridade Flecha Dourada começou as atividades justamente em setembro de 2023. Menos de um mês após a abertura, afirma seu dirigente, Paulo Henrique Brazão, a Polícia Militar foi até o local e informou que as atividades deveriam ser encerradas.

— Era um domingo, e não eram nem 22h. Eram 20h. O policial nos disse que não existe Lei do Silêncio e que estávamos perturbando o sossego dos moradores. Depois disso, paramos de fazer atividades aos domingos — conta Brazão.

No fim do ano, em dezembro, chegaram a cortar a luz do terreiro três vezes, conta ele. O disjuntor ficava localizado na rua e estava sendo desligado.

— Chegávamos e encontrávamos a casa sem luz; as comidas da geladeira descongeladas. Perdemos alimentos e tivemos prejuízos. Cobri o disjuntor com um placa e quebraram a placa e novamente cortaram a luz. Tivemos um gasto extra com eletricista — relembra.

O disjuntor foi realocado e instalado dentro do imóvel, mas isso não foi suficiente para que parassem de cortar a luz do terreiro:

— Um dia, chegamos e nosso relógio de luz tinha sido violado. Chegamos a postar o caso nas redes sociais. Teríamos uma sessão em poucas horas e foi uma correria para religar a luz.

Brazão conta que muitas vezes, durante as sessões, passam pessoas na rua gritando "macumbeiros!". Também já houve uma ocasião em que um homem entrou na sessão e começou a importunar os presentes, dizendo que oque eles estavam fazendo não era certo. O terreiro também recebeu uma carta apócrifa com quatro páginas que falava sobre "arrebatamento" e que o grupo deveria se "arrepender para aceitar Jesus".

— Em janeiro, a Guarda Municipal veio aqui por causa de uma denúncia de perturbação ao sossego. Só temos uma caixa de som, um microfone, um tambor e um chocalho. O agente ficou para medir os decibéis durante a sessão e foi constatado que nem na nossa calçada e nem na da frente nossa atividade ultrapassou os 75 decibéis — detalha.

O próximo passo é instalar câmeras de segurança no lado de fora do sobrado.

— Já compramos e agora vamos instalar câmeras para garantir a nossa segurança — diz Brazão, que nunca foi à polícia registrar queixa.

Procurada para comentar o caso, a Polícia não respondeu.

Uma pesquisa da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa e do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, a partir de dados do sistema do Disque 100, aponta que o Rio de Janeiro ocupou a segunda e a primeira colocação em denúncias de violação à liberdade religiosa nos anos de 2022 e 2023, respectivamente.

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