Zona Sul
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Por Priscilla Litwak — Rio de Janeiro

Recentemente uma árvore caiu na Avenida Niemeyer, na altura do Hotel Sheraton, em São Conrado. Por sorte não machucou ninguém. No entanto, parte de seu tronco e seus galhos estavam situados acima do mural de arte em mosaico assinado pela artista visual Chica Granchi. A queda danificou a intervenção artística, que já precisava de reparos.

Inaugurado em 1996, o painel de 25 metros quadrados de cacos de azulejos de várias cores ficou praticamente intacto até 2016. De acordo com a própria artista, na época o painel recebia limpeza e iluminação. Mas a falta de conservação e o vandalismo, somados às ações do tempo e de moradores em situação de rua, causaram danos à obra de arte até ela chegar ao estado em que está hoje: cheia de buracos e com falhas no mosaico.

A mesma artista é a autora de dois bancos de arte em mosaico na Praia de Copacabana, na altura do Hotel Copacabana Palace. Recentemente ela soube, por acaso, que um deles não está mais lá.

Tanto o mural quanto os bancos são citados em um livro da prefeitura publicado em 2015 sobre monumentos do Rio.

Chica Granchi ressalta que a árvore que caiu sobre o mural na Niemeyer já estava condenada e que há ainda outra tragédia anunciada. Segundo a artista, por ser tratar de um muro de contenção, ele tem colunas de sustentação, e uma delas está em estado precário, com vigas enferrujadas aparentes.

— A árvore não deveria estar mais ali, e a coluna também não deveria estar como está. Se ruir, será uma tragédia. Moradores em situação de rua se instalaram atrás do mural e abriram enormes buracos, sendo um deles uma espécie de porta, e instalaram canos aproveitando um lençol d’água para tomar banho e cozinhar. Além disso, queimam fios para retirar o metal. O que a prefeitura fez foi apenas limpar as pichações que estavam sobre o mural desmoronando. Há um tempo fiquei sabendo por uma nota na imprensa que o painel seria restaurado. Fiquei esperançosa, mas nunca aconteceu — lamenta a muralista.

Sobre o mosaico no banco em Copacabana, Chica conta que não sabe se colocaram cimento cinza por cima ou se trocaram o equipamento por outro.

— Uma amiga que estava passando por lá em abril percebeu que um dos bancos estava completamente cinza. E foi justamente o banco que aparece com foto no livro da prefeitura, que, por sua vez, até hoje nunca me procurou para dar qualquer explicação — diz Chica.

A artista conta ainda que os dois bancos formavam piloto de um projeto da prefeitura de colorir com arte em mosaico 96 bancos ao longo do calçadão da Avenida Atlântica.

A Secretaria municipal de Conservação informa que, em fevereiro deste ano, removeu as pichações no painel da artista Chica Granchi na Avenida Niemeyer, e que a previsão é que a restauração seja programada para 2023.

Em relação ao banco na Avenida Atlântica, a secretaria explica que ele foi retirado da orla por estar totalmente danificado, oferecendo risco para a população.

A Secretaria municipal de Assistência Social, por meio da Subsecretaria de Programas para Pessoas em Situação de Rua, ressalta que realiza atendimentos socioassistenciais em toda a Zona Sul diariamente, em três turnos (manhã, tarde e noite), e que ao longo da Avenida Niemeyer raramente são encontradas pessoas em situação de rua. A nota enfatiza que para se ter uma ideia, este ano foram realizadas 37.827 abordagens de pessoas em situação de rua em toda a Zona Sul, sendo que foram encontradas 34 delas em toda a extensão daquela via; duas delas no último mês.

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