Zona Sul
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Por Jacqueline Costa — Rio de Janeiro

Maria e o Boi. O nome do restaurante é peculiar, mas tem lá a sua razão de ser. Fica na Rua Maria Quitéria 111, em Ipanema, via que homenageia a primeira mulher a fazer parte do Exército. Além disso, foca em carnes da cozinha brasileira. No abre e fecha de casas novas na Zona Sul, Maria e o Boi se mantém firme e forte no mesmo endereço. Para comemorar os cinco anos da casa, acaba de ser lançado um novo cardápio, agora assinado pela chef, Vanessa Rocha, que está na equipe desde a inauguração. Ela assume o comando com ainda mais homenagens a ingredientes e clássicos brasileiros. Vanessa estuda, pesquisa e investe em “receitas esquecidas”, de Norte a Sul, com toques autorais para que caiam no gosto dos cariocas. É cozinha com afeto e borogodó.

Peito de boi assado à Oswaldo (quase) Aranha do restaurante Maria e o Boi — Foto: Divulgação/Tomás Rangel
Peito de boi assado à Oswaldo (quase) Aranha do restaurante Maria e o Boi — Foto: Divulgação/Tomás Rangel

O restaurante foi apontado como um dos seis melhores do Rio, na categoria Bib Gourmand do Guia Michelin. Pertence ao grupo Pabu, dos chefs Erik Nako, Luiz “Petit” Santos e Cristiano Lanna e do restaurateur André Korenblum.

São os “meninos”, como Vanessa se refere ao quarteto, que tem dado a ela liberdade para trabalhar e lançar novas delícias.

— Eu quis trazer para esse espaço, que tem um nome tão emblemático, um pouco do Brasil inteiro. Estou muito feliz porque os meninos embarcaram na minha viagem e me deram total liberdade de construir um menu que traz para o dia a dia das pessoas receitas escondidas, que nasceram da tríade das culturas indígena, africana e europeia. Não se trata de reproduzir os pratos tal qual a forma de consumo nos lugares de origem, mas de fazer uma releitura de receitas que formam essa cultura tão rica e tão diversa, sem perder a autenticidade — explica a chef.

Sob a assinatura de Vanessa, entram em cena, por exemplo, uma damurida de barriga de pirarucu em molho tucupi, jambu e coentro, farinha-d’água e arroz, um clássico da cozida indígena macuxi.

— A damurida é uma receita de Roraima que é tradicionalmente quente, farta em pimentas, e que ganhou a suavidade do crudo, adaptada ao paladar do carioca — diz Vanessa.

Luiz Petit (à esquerda), Cristiano Lanna (no balcão) e Erik Nako: três dos quatros sócios de Maria e o Boi — Foto: Divulgação/Tomás Rangel
Luiz Petit (à esquerda), Cristiano Lanna (no balcão) e Erik Nako: três dos quatros sócios de Maria e o Boi — Foto: Divulgação/Tomás Rangel

A brasilidade também aparece no pastel de barreado paranaense, feito com carne de peito ou músculo, que passa por um longuíssimo tempo de preparação. Entre os acompanhamentos, purê de banana-da-terra e coco; pirão de leite e queijo coalho; aipim crocante com aioli e parmesão; pupunha assado e couve frita; feijão tropeiro; farofa com banana e ovo estrelado; e caprese do sertão feita de tomates, queijo coalho e coentro; além de outros muito bem pensados. Algumas referências estão no sangue de Vanessa.

— Minha avó materna fazia purê de banana-da-terra no fogão a lenha. Meu avô fazia comida de matriz africana, comida de terreiro, feita de pé no chão. O outro avô era pescador, caiçara. Preparar esse cardápio foi como voltar à infância — ressalta Vanessa, que mora em Pedra de Guaratiba.

No cardápio, destaque também para o peito de boi assado do chamado Oswaldo (quase) Aranha, com alho frito, arroz, farofa e fritas. Já o parmegiana do Cerrado é feito de carne de sol com molho de tomate defumado e pequi. Do Nordeste, tem ainda o xinxim de camarão com arroz de coco, gengibre e limão; e o croquete cremoso de vatapá de camarão. Bem Brasil!

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