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"Meu avô deve estar sorrindo neste momento", diz o escritor Cesário Mello Franco, após a notícia de que o casarão onde morou o avô dele, o político e também escritor Afonso Arinos de Mello Franco, localizado na Rua Dona Mariana, em Botafogo, vai se tornar um anexo da Casa Rui Barbosa. O órgão federal fica na Rua São Clemente, próximo ao endereço, e guarda o acervo de cerca de 150 escritores. Franco vai se reunir nesta sexta-feira (29) com a direção do espaço com o objetivo de iniciar o planejamento de como o casarão será ocupado. A ideia é que se transforme em um museu da literatura brasileira.
A casa será vendida para o Ministério da Cultura por cerca de R$ 10 milhões. A notícia veio depois de uma mobilização de Franco e moradores de Botafogo para evitar o leilão do casarão, que estava marcado para o próximo dia 17. A prefeitura pretendia, até então, leiloar o imóvel com um lance mínimo estipulado em R$ 9.720.000. Franco criou uma petição on-line que em poucos dias já tinha milhares de assinaturas.
O neto de Afonso Arinos conta que fazer do imóvel um anexo da Casa Rui Barbosa, sempre foi uma vontade do seu avô.
— Ele sempre me pediu para fazer da casa dele uma extensão da Casa Rui Barbosa, era algo que ele sempre quis. Quando saiu a notícia desse leilão, eles me ligaram e falaram que tentariam fazer algo, e deu certo. Foi uma feliz coincidência. Eles também estavam procurando um lugar para exposição porque há um acervo enorme que está num arquivo por falta de espaço — explica Franco.
Ele conta que tem o desejo de que o casarão onde Afonso Arinos morou também tenha um espaço de exposição dedicado ao político. Franco guarda em sua casa, na Barra da Tijuca, muitas lembranças do avô, como prêmios, caricaturas, fotos e documentos. Afonso Arinos escreveu mais de 40 livros, entre eles, um de memórias, "A alma do tempo".
Afonso Arinos foi jurista, ex-ministro das Relações Exteriores, senador e deputado federal. Fez historia com a primeira lei contra a discriminação racial no país, em 1951. A partir do ano de 1947, quando eleito deputado federal pela primeira vez por Minas Gerais, até a sua morte, exerceu cinco mandatos parlamentares, durante 24 anos.
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