Três meses após ser intimado pela Polícia Civil e depor na 12ª DP (Copacabana) sob suspeita de estar incentivando, junto com outros moradores, a população do bairro a se mobilizar contra os roubos atacando os ladrões, o que estaria fomentando a organização de grupos de justiceiros, o lutador de artes marciais William Correia voltou às redes sociais para ameaçar ladrões e convocar a população local a agir por conta própria contra o problema.
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Em vídeo, William afirma que, após as denúncias e a ação dos moradores, houve uma melhora no policiamento do bairro, o que pôde ser conferido em grandes eventos como o réveillon e o carnaval, mas que, agora, os roubos voltaram a aumentar e os moradores precisam agir, usando apitos para chamar a atenção, por exemplo, ou "segurando" os suspeitos.
"Nossa indignação e revolta não pode ser momentânea e passageira. Já mostrou que nossa voz é ouvida quando a gente se une. Tenho recebido diversos vídeos e relatos de novos assaltos e furtos, tanto nas areias quanto nas ruas. Meu recado é para você, morador: não espere só de mim! Você pode fazer algo, seja segurar ou apitar. Temos distribuído apitos. Eles têm que ter medo da gente", diz em um trecho do vídeo.
Em outra parte do vídeo, ele ameaça os ladrões, dizendo que não tem medo deles: "Eu não tenho medo de vocês; vocês têm medo de mim, da gente. (...) Se eu ver (sic) algum assalto, com certeza não vai ser a vítima que vai se dar mal".
Justiceiros de Copacabana
No começo de dezembro, William Correia gravou um vídeo incentivando os moradores de Copacabana a se unirem contra a violência no bairro agindo por conta própria.
“E aí, rapaziada de Copacabana, qual vai ser? Vamos deixar os caras fazer o que querem aqui no nosso bairro mesmo? Cadê a nossa rapaziada de 2015 que botou esses caras pra correr? E aí? Vai esperar ser o nosso pai, o nosso avô, teu pai, alguém da tua família? Tomar um soco na cara e ficar por isso mesmo, ninguém fazer nada? Polícia não pode fazer nada, prende e solta”, afirmava em um trecho da gravação na época.
O bairro estava em polvorosa após episódios como o ocorrido poucos dias antes, quando o empresário Marcelo Rubim Benchimol, de 67 anos, levou um soco e caiu desacordado ao defender a uma mulher que estava a prestes a ser assaltada por um bando de ladrões na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, num sábado à tarde.
Na época, Correia e o professor de jiu-jítsu conhecido como mestre Pinduka foram intimados a depor na 12ª DP (Copacabana) para explicar as declarações que vinham fazendo em redes sociais e negaram que estivessem incentivando a formação de grupos de justiceiros em Copacabana. Desde então, ocasionalmente perfis de redes sociais do bairro e das adjacências publicam flagrantes de populares perseguindo ou espancando acusados de terem praticado roubos na região.
A lei
Crime previsto no Código Penal, as ações de justiçamento são consideradas exercício arbitrário das próprias razões. Quem participa pode acabar respondendo também por crimes como lesão corporal, associação criminosa e até homicídio tentado ou consumado, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.
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