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Por O Globo — Rio de Janeiro

A noite de terça-feira (16) deveria ter sido marcada por um encontro agradável entre amigas de longa data que se reuniram para assistir a um show acústico do cantor Toni Platão no Teatro Café Pequeno, na Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon. No entanto, ao chegarem no local, Rachel Guimarães Drummond, cadeirante, descobriu que não poderia participar do evento, pela falta de acessibilidade do teatro.

— Minha felicidade se esvaiu quando cheguei na portaria e descobri que eu não poderia entrar e aproveitar o espetáculo. Estou cadeirante há sete anos e fiquei impressionada por um equipamento da prefeitura não ter um projeto de acessibilidade. Foi mais um balde de água fria entre tantos que somos obrigados a aceitar de mãos atadas — conta Rachel. — É lamentável, decepcionante e triste constatar que milhões de seres humanos são ignorados diariamente em diversas instâncias, como se fôssemos invisíveis.

Rachel, que se locomove com uma moto para pessoas com mobilidade reduzida, conta que uma funcionária explicou que era preciso vencer um degrau na entrada e uma escadaria para acessar o espaço do show:

— Assim que eu cheguei, uma mulher, simpática, olhou para mim com aquele olhar de lamentação e disse: "Você não vai poder entrar...". Aí, apontou para a entrada, que já tinha um degrau alto, e depois fez questão de abrir a porta e mostrar a escada que dava acesso à plateia.

Renata Fagundes de Souza Esteves, uma das amigas de Rachel, chegou a fazer uma reclamação para o número 1746 da prefeitura. Ela também enviou um e-mail para o Midrash Centro Cultural, responsável pela realização do show de Toni Platão no equipamento municipal. Em resposta, o Midrash pediu desculpas pelo ocorrido e reconheceu que há muito a ser feito para garantir que todos possam participar das atividades oferecidas desde que deixou sua antiga sede, na Rua Venâncio Flores, e passou a realizá-las de forma descentralizada. Acrescentou que fez contato com a prefeitura para tratar do caso e que a informação é de que haveria um projeto de acessibilidade para o Teatro Café Pequeno.

— Existe uma lei de acessibilidade que não está sendo cumprida pela prefeitura. Foi superconstrangedor. Em solidariedade à Rachel, eu e meu marido não ficamos para assistir ao show — conta Renata.

A Secretaria Municipal de Cultura do Rio informa que está implementando o Cultura do Amanhã, um programa de modernização e requalificação dos equipamentos culturais da rede municipal. Diz que mais de 20 espaços estão em obras, entre lonas, arenas, areninhas, teatros, museus e centros culturais e que o Teatro Café Pequeno é um deles. As obras de modernização e requalificação incluem a instalação de ar-condicionado, renovação da parte elétrica e condições de acessibilidade. No caso dos teatros, haverá reforma dos camarins, projeto de acessibilidade entre o camarim e o palco e troca de estofado das poltronas.

O investimento total é de R$ 75 milhões, e a previsão de conclusão é ainda este ano. Dona de uma das maiores redes municipais de espaços culturais na América Latina, a Secretaria de Cultura do Rio diz ainda que criou um escritório de projetos para tocar o programa.

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