Madonna no Rio: Quanto custa ver o show do mar? Barcos cobram a partir de R$ 10 mil

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O público estimado para o show é de pelo menos um milhão de pessoas, entre cariocas e turistas nacionais e internacionais. Para fugir da multidão e dos altos preços cobrados pelos quiosques, cerca de mil reais por pessoa, muita gente tem optado pelo aluguel de embarcações.

A arquiteta curitibana Lígia Rosalinski é uma das pessoas que fecharam um barco com bar e comida liberadas para assistir ao show de Madonna. Ela vem de seu estado natal e conta que, ao ouvir os primeiros rumores sobre a vinda da artista, reservou logo um apartamento ao lado do Copacabana Palace. Lígia afirma que esse é o show de sua vida, com o qual ela sonha há anos e que não poderia perder. Com síndrome do pânico, ela não poderia ficar na areia.

— O site com que eu fechei cancelou a reserva. Era um apartamento ótimo, e o preço estava muito bom. Acredito que cancelaram porque o preço estava muito baixo para a localização do apartamento nessa “alta temporada”. Como eu não poderia ver em terra, tive a ideia de assistir do mar. Procurei uma empresa e encontrei. Fechamos uma embarcação com open bar e open food e vou dividir o valor com meu marido, um casal de amigos e duas primas. Estou ansiosa — relata.

A Rio Island Boat Tour é uma das empresas que realizam esse serviço. Já foram fechadas embarcações com comida e bebida liberadas por valores de R$ 10 mil a R$ 14.200. Os barcos têm capacidade para cerca de dez a 15 pessoas. Os espaços contam com cabine, banheiro, sala e televisão.

— O show da Madonna é um dos mais esperados pela galera da América do Sul há anos. Tem muito tempo que a rainha não dá as caras por aqui. Estamos enxergando como um novo ano-novo. A areia vai estar lotada, com gente de todos os lugares do mundo. Mas na areia há questões de segurança, como assaltos, arrastões e a distância do palco. Os valores cobrados pelos quiosques estão muito elevados. Então os barcos atraem as pessoas — explica Daniel Blask, gerente comercial da empresa.

Ele avalia que esta também é uma oportunidade para fazer um passeio em um barco de luxo.

— Estamos fechando iates. São embarcações com espaço na proa e com estrutura, além de open bar e bufê. Isso tem um preço, e as pessoas estão dispostas a pagar. Vamos estar posicionados de 200 a 400 metros de distância do palco, e vai ser muito mais agradável para assistir. Ainda tem televisão, para as pessoas que quiserem enxergar o palco com clareza. Sem falar na segurança — diz.

A maior parte das embarcações vai sair da Marina da Glória, do Iate Clube, da Capitania dos Portos, da Bella Marina e do Clube Naval Charitas. As embarcações terão regalias. No bar, opções como capirinha, vodca, cerveja, refrigerante e água. No bufê haverá salgadinhos, sanduíches e petiscos. Além de um funcionário exclusivo para o atendimento.

— Quem optar por assistir do barco não vai encarar trânsito e confusão para deixar o show. É mais um diferencial que atrai — garante Daniel Blask.

A notícia de que a Capitania dos Portos, da Marinha do Brasil, vai vistoriar as embarcações e que só serão permitidas as que estiverem autorizadas no dia do evento não preocupa os organizadores.

— Isso será bom. Vai trazer segurança aos clientes de que todas as embarcações estarão totalmente seguras — afirma Blask.

A presença de barcos será limitada a uma área delimitada da altura da Praia do Leme até o Posto 5, em Copacabana. O palco, que começou a ser montado ontem, fica entre os postos 2 e 3. A interdição — do meio-dia do dia 4 até as 4h do dia seguinte — será realizada com boias; e no interior da área demarcada haverá fiscais da Capitania dos Portos. Já no acesso pela Baía de Guanabara, outras equipes vão verificar se os condutores a caminho de Copacabana estão devidamente identificados. As embarcações terão que passar por vistoria prévia — hoje, de segunda a sábado que vem e de 29 abril a 1º de maio em cinco marinas e clubes — para receber um adesivo que permitirá o acesso ao espaço no mar interditado para o show. E terão que respeitar uma distância mínima de 200 metros da areia. As restrições são para garantir a segurança de embarcações e de tripulantes e passageiros e mitigar a ocorrência de acidentes de navegação.

Rafael Tebet, sócio da empresa Bombordo, conta que a firma já alugou nove embarcações, desde catamarã a lanchas e iate.