Zona Sul
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Por — Rio de Janeiro

O mundo sofre cada vez mais com os efeitos do aquecimento global e, conscientes de que o cenário de eventos climáticos extremos afeta todos, cada vez mais empresas têm investido em ações para ajudar a preservar o meio ambiente. De quebra, destacam-se no mercado por suas iniciativas.

O chef Daniel Biron, do Teva e Teva Deli, afirma que uma de suas missões é propagar o conceito de comer com propósito e acredita que por meio da comida é possível contar histórias, manifestar cultura e criar conexões afetivas. Vegano desde 2007, ele tem os vegetais como protagonistas em sua cozinha. O chef explora diferentes métodos de cocção, texturas, cores e diferentes camadas de sabor. Mas as ações para um mundo mais sustentável vão além da mesa. Ele foca também no tripé finanças, impacto social e meio ambiente.

Seus restaurantes estão entre os poucos do país a serem certificados como empresa B, com modelo de negócio e desenvolvimento social e ambiental. Os resíduos são destinados para reciclagem e compostagem. Além disso, há o uso de produtos orgânicos, água filtrada para todos, embalagens biodegradáveis e tecidos ecológicos, entre outros.

— O propósito principal de cada prato é criar conexão. Mas tão importante quanto criar essas conexões é romper paradigmas e surpreender positivamente o paladar com um cardápio 100% vegetal, delicioso e consciente. Não precisamos de ingredientes de origem animal para criar sabor. São hábitos que envolvem questões socioculturais. Nosso foco é enaltecer os vegetais, através de versões saborosas e criativas— diz Biron.

Daniel Biron: ações sustentáveis além da mesa e resíduos destinados a compostagem e reciclagem — Foto: Divulgação/Luiza Chataignier
Daniel Biron: ações sustentáveis além da mesa e resíduos destinados a compostagem e reciclagem — Foto: Divulgação/Luiza Chataignier

O pirarucu selvagem, um dos principais símbolos da Amazônia, e o seu manejo, realizado há mais de 20 anos por comunidades ribeirinhas e indígenas da região, representa uma das iniciativas de conservação do meio ambiente e geração de renda para as populações locais. Ele é servido no restaurante Maria e o Boi. Já no Gurumê existe a parceria com o projeto Gosto da Amazônia, que traz o o pirarucu selvagem da reserva do Médio Juruá.

— Nosso fornecedor é homologado pela marca coletiva Gosto da Amazônia, nascida para promover a comercialização conjunta do pirarucu selvagem de manejo sustentável , que é a pesca controlada, com respeito a critérios estabelecidos pelo conhecimento tradicional das comunidades ribeirinhas e indígenas, de estudos científicos e do acompanhamento de órgãos ambientais — detalha conta Erik Nako, chefe e proprietário do Maria e o Boi.

Maria e o Boi: pirarucu de manejo feito por comunidades ribeirinhas e indígenas — Foto: Divulgação
Maria e o Boi: pirarucu de manejo feito por comunidades ribeirinhas e indígenas — Foto: Divulgação

O So_lo, que acaba de inaugurar no Leblon a sua segunda unidade, trabalha a sustentabilidade no cardápio com insumos naturais, locais e orgânicos. Tem ainda um balcão feito de terra por meio da técnica ancestral de taipa de pilão, que não emite gás carbônico na produção e é 100% reciclável. As mesas e cadeiras são de madeira reciclada.

Na Tapí Tapioca & Açaí, Marianna Ferolla e Diogo Zaverucha buscaram uma goma de tapioca sem conservantes ou aditivos. Já o açaí é adoçado com melado de cana e banana. A proposta da marca é incentivar o consumo local, consciente e com propósito.

No Leblon, o La Carioca tem o certificado de ser o primeiro quiosque lixo zero do país. Em suas três unidades, a marca utiliza energia sustentável de fazendas termoelétricas. Na mesma linha sustentável, promove mutirões de limpeza na praia e investe para que moradores da Cruzada São Sebastião atuem como agentes ecológicos. O cliente pode ainda coletar lixo reciclável e trocar pela moeda Magikk Karma, que pode ser usada em compras no quiosque ou em produtos da marca da criptomoeda.

So_lo: sustentabilidade no cardápio e balcão feito por taipa de pilão — Foto: Divulgação/ Rodrigo Azevedo
So_lo: sustentabilidade no cardápio e balcão feito por taipa de pilão — Foto: Divulgação/ Rodrigo Azevedo

Já na Lagoa, o Quiosque Aldeia trabalha com a captação da água da chuva e promove a coleta e o tratamento de guimbas de cigarro que são transformadas em papel.

— Nosso objetivo é promover a conscientização ambiental por meio de práticas ligadas à sustentabilidade, como captação da água chuva, redução e compensação de carbono e diversas outras atividades — afirma Pedro Heiner, um dos sócios.

Energia solar vinda do interior do Rio

Na Zona Sul, 29 prédios da Estasa Administradora de Condomínios aderiram ao modelo de fornecimento de energia remota que vem de fazendas solares do interior do estado do Rio. Além da preocupação com a sustentabilidade, os moradores buscam o desconto na conta de luz. Um dos condomínios, em Botafogo, com 120 unidades e 400 moradores, tinha uma conta de luz de R$ 50 mil e já aproveitou uma redução de 10% no valor após aderir ao modelo.

— A energia derivada das fazendas solares é opção para os empreendimentos que não contam com espaço físico suficiente onde instalar placas solares ou para complementar o consumo daqueles que já têm algumas. A geração através de fazendas também evita obras no condomínio. Além da redução de gastos em 10%, conseguimos ajudar o meio ambiente com fontes renováveis — explica Luiz Barreto, diretor-geral da empresa.

A administradora Cipa também já tem dez condomínios que recebem energia derivada das fazendas solares. Segundo a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), que reúne empresas do setor, as mudanças regulatórias de 2022 atraíram 2,3 milhões de consumidores residenciais e comerciais.

Vassouras tem uma das fazendas solares que fornecem energia para condomínios da Zona Sul do Rio — Foto: Divulgação/Fazenda Independência
Vassouras tem uma das fazendas solares que fornecem energia para condomínios da Zona Sul do Rio — Foto: Divulgação/Fazenda Independência

Os irmãos Bruno e Tathiana Schoott criaram a Zsolt em 2012. Adepta do movimento slow fashion, a marca valoriza processos manuais, prioriza matérias-primas locais e pensa a produção de forma integral. A loja em Ipanema tem roupas com estamparias feitas à mão, em tecidos naturais como linho e algodão produzidos no Brasil. Após o tingimento, as peças são secas ao sol, naturalmente e sem consumo de energia elétrica.

A marca tem ainda uma linha que transforma os retalhos de tecido excedentes das coleções em novas peças. Com essa prática, a Zsolt já reutilizou mais de 750 quilos de sobras de tecidos que seriam descartadas em aterros ou incineradas. Para reforçar as premissas de resíduo zero, ela destina parte do lixo para empresas de reciclagem da região, e os resíduos orgânicos vão para compostagem e viram adubo utilizado na horta da empresa, de onde saem os alimentos para o refeitório dos colaboradores.

Já a Mundo do Enxoval, cuja flagship fica em Ipanema, busca a cada coleção desenvolver produtos mais sustentáveis e tecnológicos. Um dos componentes é a viscose classificada como um biobased product, não poluente e de produção sustentável. Os tingimentos são feitos com pigmentos em gel e reduzem em 30% a quantidade de água necessária durante essa etapa, minimizando os impactos ambientais. Outros diferenciais tecnológicos em seus produtos são as linhas de toalhas que repelem água, produtos com lavagem a seco e linha de lençóis feitos a partir da fibra de bambu.

— Investimos muito em pesquisa e desenvolvimento para buscar soluções amigáveis com o planeta, sem perder a qualidade e o conforto que oferecemos em nossos produtos — comenta Fernando Elias, fundador da Mundo do Enxoval.

Granado. A marca carioca tem fábrica em Japeri com central de reciclagem: redução do impacto ambiental — Foto: Divulgação
Granado. A marca carioca tem fábrica em Japeri com central de reciclagem: redução do impacto ambiental — Foto: Divulgação

Com quatro lojas na Zona Sul, a carioca Granado foi a primeira empresa brasileira a banir o uso de parabenos na composição dos produtos e desde 2006 baniu os testes em animais. A marca tem na fábrica, em Japeri, na Baixada Fluminense, uma central de reciclagem e apoia uma cooperativa de catadores próxima para incentivar o desenvolvimento local. Esta ação também representa um estímulo à economia circular, por meio da destinação a recicladores certificados.

A empresa seria obrigada a realizar pelo menos 22% da coleta de embalagens, mas retira 100%. Somente em 2021 foram retiradas três mil toneladas de embalagens do mercado e 1,4 mil toneladas de plástico, contabiliza. Ela tem ainda selos de sustentabilidade na linha Terrapeutics, de utilização de plástico verde, selo de 30% de papel reciclado nas embalagens e selo 97% em ingredientes de origem natural.

— Precisamos encontrar o equilíbrio entre o que produzimos e todo o impacto que causamos ao longo da cadeia, desde um fornecedor até o consumidor final, passando pela comunidade no entorno das instalações produtivas. A Granado vem repensando toda a sua cadeia produtiva e investindo cada vez mais, a fim de garantir a segurança e o legado dos nossos processos, seja trabalhando na mitigação do seu impacto ambiental, atuando no progresso da comunidade do seu entorno ou otimizando nossos processos de compras e compliance de modo geral — avalia Marcos Gosi, responsável por EHS e Sustentabilidade.

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