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Por e — Rio de Janeiro

Uma cena inusitada, mas relativamente comum para quem visita o Parque Lage, no Jardim Botânico, tem chamado a atenção nas redes sociais: publicado no início da semana, um post mostra um macaco-prego tentando puxar uma sacola plástica carregada por uma visitante, provavelmente em busca de alimentos. Apesar do susto, que a leva a gritar diante do "ataque", a visitante leva a situação com tranquilidade. Entre os comentários, muitos deles em tom de brincadeira, alguns internautas demonstram, no entanto, preocupação com o ocorrido, que revela um contexto mais complexo: o das consequências de se alimentar animais silvestres. Além de contribuir para o desequilíbrio da fauna, o hábito pode causar situações como estas, com o visitante de áreas verdes correndo o risco de se machucar diante da abordagem de um animal.

No Parque Lage há placas informando que não se deve alimentar os animais. Devido ao (mau) hábito de muitos visitantes, porém, é comum ver macacos rondando a área de piqueniques e revirando latas de lixo em busca de restos de alimentos. Viviane Lasmar Pacheco, chefe do Parque Nacional da Tijuca, do qual o espaço faz parte, lembra que os animais que vivem no local são selvagens e, por isso, desde que nascem sabem se alimentar sozinhos e não precisam da ajuda humana para comer. Até porque alimentos inadequados e o lixo produzido pelos restos orgânicos podem deixá-los doentes.

—Um bom hábito a ser desenvolvido é não romantizar a alimentação da fauna selvagem. Está tudo bem alimentar o seu animal de estimação e isso é muito fofo, mas só com pets. Um animal que nasceu e se alimenta livre na natureza não merece estar exposto a doenças humanas porque parece bondoso dar a ele uma banana, maçã, biscoito etc, como forma de ajudar. Muitas pessoas não sabem, mas o lixo orgânico pode causar problemas na fauna e até mesmo na flora da natureza— ressalta.

Já o biólogo Bruno Meurer explica que, no Rio, além da alimentação inadequada, macacos-prego e saguis, duas espécies encontradas no Parque Lage, enfrentam vários outros desafios, como a pressão urbana sobre suas áreas de alimentação natural.

—Quando há diminuição da quantidade de frutos nas florestas, é comum que os macacos se aproximem das casas e invadam residências. Eles sabem que muitas pessoas fazem piqueniques ou festas no parque e que podem conseguir comida facilmente. Esses macacos são extremamente inteligentes, e há estudos interessantes mostrando sua evolução comportamental — diz Meurer.

Ele ressalta que certas doenças humanas podem ser letais para os macacos, assim como algumas zoonoses podem ser prejudiciais para os seres humanos.

— Compartilhar comida com esses animais pode ser perigoso. Como são animais selvagens, é essencial prevenir e respeitar o espaço deles para um convívio saudável. Portanto, é necessário educar a população a não alimentar animais selvagens, pois a comida processada pode causar doenças, desequilíbrio ambiental e até a morte dos animais. Alimentar uma espécie em detrimento de outras também pode causar um desequilíbrio na população, introduzindo doenças e afetando suas presas naturais — detalha.

Já o presidente da Associação de Moradores do Jardim Botânico, Heitor Wegmann, diz que costuma orientar moradores e frequentadores do bairro a resistirem ao impulso de compartilhar comida com os animais.

—Sempre orientamos que não alimentem os saguis. É uma espécie que não é nativa daqui e foi trazida há anos por pessoas que viajavam para o Nordeste. E eles comem ovos e filhotes de pássaros, causando um certo desequilíbrio— conta.

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