'Botafogo é o lugar mais rock'n roll da Zona Sul': coletivo dedicado ao gênero produz série de eventos

• Gastronomia sem Fronteiras: Evento reúne pratos de várias partes do mundo, atrações musicais e palestras em São Conrado
• Artes, boa comida e vista para as montanhas: Restaurantes e artesãos das Vargens se unem em evento

Márcia Melo é uma das oito pessoas que compõem a base gestora do coletivo. Todos amantes do rock e do cenário que se formou no Rio de Janeiro durante a década de 1980. Com eles, não tem essa de que a Zona Sul é lugar só de bossa nova.

— Isso já ficou para trás. Desde a década de 1980 vemos o rock circular pelas ruas. Um exemplo disso é o Bar Bukowski — diz Pedro Serra, do coletivo Rockarioca.

O Bar Buwoski é conhecido como a casa de rock mais antiga do Rio de Janeiro, inaugurado em 1997. Lá, os frequentadores são tão assíduos que não é incomum encontrar pessoas com a logo do bar tatuada na pele.

Um dos integrantes do coletivo Rio+Rock, Bacalhau é ex-bateirista da banda Planet Hemp e responsável pela programação da Audio Rebel. Ele conta que a ideia de unir forças para organizar eventos de rock através de um único coletivo veio logo após uma reunião organizada pela Fundação de Artes do Rio de Janeiro (Funarj). O encontro, realizado em abril de 2023, foi idealizado para abrir um canal de conversa com bandas e produtores culturais.

Na época um edital foi aberto para bandas de rock atuantes em território fluminense, mas alguns grupos selecionados não se enquadravam no gênero. O projeto da Funarj seguiu, mas o grupo que viria a se tornar o Rio+Rock tomou forma em uma mesa de bar.

— A ideia foi boa, mas os critérios foram ambíguos. Teve gente de outros gêneros musicais entrando na seleção. Como isso acontece? Hoje, com a Rio+Rock temos cerca de 400 pessoas ligadas aos eventos que produzimos e 220 bandas que unem forças com a gente e conseguimos colocar para tocar em shows e festivais da cena — diz ele.

Márcia conta que os produtores não se sentiram ouvidos e tentaram conversar depois da reunião.

— Saímos esbravejamos e sentamos em um bar para conversar. Daí nasceu a Rio+Rock — conta ela.

Fabio Drummond, um dos integrantes do coletivo, explica que o grupo não se restringe apenas ao cenário de rock, mas que fomenta uma cadeia de produção que movimenta a economia com produtores de camisetas, ambulantes que trabalham durante os shows, salas de ensaio e a produção dos palcos.

— Nós todos já produzíamos separadamente, em lugares específicos. Unir esse trabalho é uma forma também de não separar o público e trazer todo mundo para o mesmo espaço — explica.

Para entrar no clima do Dia do Rock, confira locais e programações na região para curtir uma boa música.

Estreia nesta quarta (dia 10) o Canastra Rock, com DJ focado no público roqueiro. O bar fica Rua Álvaro Ramos 154, em Botafogo.

O estúdio, na Rua Visconde Silva 55, em Botafogo, promove eventos como o Bacafest, um festival com bandas autorais.

Evento produzido pelo coletivo Rio+Rock, é realizado uma sexta-feira por mês. O encontro é voltado para mulheres, e sua primeira edição terá as bandas femininas Carioca Venuz e Madame Mim. Será no próximo dia 26, também na Rua Visconde Silva, 55.

Há quem defenda que o local, inaugurado em 1982, é a casa de rock mais antiga do Rio. Com dois andares dedicados à música, o espaço tem apresentação de DJs e shows de bandas autorais de terça a domingo, do meio-dia às 5h. O bar fica na Rua Maria Quitéria 37, em Ipanema.

Na cena desde 1997, o Bar Bukowski conta com três bares e três ambientes com a playlist perfeita para quem não tem hora para voltar para casa. O local também oferece dose dupla de destilados a noite toda. O endereço é Rua Álvaro Ramos 270, em Botafogo.