Rio

BRT: prefeitura do Rio afirma que vai comprar 556 novos ônibus articulados

Empresários querem autorização para circular com o sistema de climatização desligado, como no início da pandemia
Ônibus do BRT no Rio Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Ônibus do BRT no Rio Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

RIO — Uma frota 100% de ônibus com ar-condicionado é promessa que se arrasta desde 2016. Desde então, vários acordos se sucederam, nenhum deles cumprido. Hoje nem prefeitura nem empresários informam quantos veículos na cidade circulam com o sistema de climatização operante. O Rio Ônibus, sindicato que reúne as empresas, encaminhou ofício à Secretaria municipal de Transportes para rodar com as janelas abertas. Até novembro, os veículos tinham que desligar o ar-condicionado por causa da pandemia.

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Agora, com a situação agravada pela falta de conservação dos veículos e até o sumiço deles das ruas, a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, acena com a compra de 556 novos articulados pelo município. O edital para os primeiros 300 sai no fim de fevereiro. Segundo ela, serão lançadas ainda licitações para implantar um novo modelo de concessão do BRT (em março) e a bilhetagem digital (em fevereiro), uma tentativa de tirar das mãos dos empresários o controle sobre as informações da arrecadação.

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— Nossa intenção é, ao longo do segundo semestre, estar com esses 300 novos ônibus no Transcarioca e no Transolímpico. Os 200 hoje em operação vão para o Transoeste, enquanto realizamos as obras de recuperação do pavimento do corredor — prevê Maína. — No segundo semestre, compraremos mais articulados para colocar no Transoeste e no Transbrasil em 2023.

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O BRT está sob intervenção da prefeitura desde março de 2021, medida que foi prorrogada em setembro por seis meses. Os interventores alegam que, quando assumiram, mais da metade da frota de 297 veículos estava sucateada. “Apesar do aumento do número de articulados em condições de circular, de 120 para 200, ainda há muito trabalho pela frente”, afirmam em nota.

— Gastamos milhões em manutenção, mas a frota de BRTs está no fim de sua vida útil. E aparelhos de ar-condicionado danificados (janelas não abrem) são motivo de pane, porque passageiros quebram os vidros — diz Maína.

Para a engenheira de Transportes Eva Vider, da Politécnica/UFRJ, é fundamental que a licitação para a compra de novos articulados considere a demanda:

— A oferta de menos causa superlotação, vidros quebrados, reclamações. Já a oferta de mais aumenta custos.