Depois da apresentação da Mocidade Independente de Padre Miguel ter atrasado uma hora no último domingo, o prefeito Eduardo Paes anunciou que solicitou à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) que altere o horário dos ensaios técnicos para mais cedo. A justificativa dada por ele é que "o povo tem que trabalhar na segunda-feira".
Na noite do último domingo, a Mocidade chegou a publicar uma nota em suas redes sociais, em que afirmava que seus componentes perderam o transporte para voltar para a Zona Oeste por conta do atraso.
O pedido de Eduardo Paes acompanha uma queixa do público, que, durante a semana, lotou postagens relacionadas aos ensaios técnicos com comentários, pedindo que os ensaios começassem mais cedo.
Durante a semana, o metrô anunciou que as estações do entorno do Sambódromo — Praça Onze e Central — ficariam abertas até 0h aos domingos, para atender os torcedores. No entanto, a SuperVia, concessionária responsável pelos trens, afirmou que não disponibilizaria horário especial e, quando a escola entrasse na Avenida, já não teria trem disponível no ramal Santa Cruz, que atende o bairro de Padre Miguel.
Esse domingo, dia 7, foi o primeiro de uma série de ensaios técnicos, que se estenderão por todos os fins de semana de janeiro, além do primeiro sábado e domingo de fevereiro. Unidos do Porto da Pedra e Mocidade Independente de Padre Miguel estavam com apresentações marcadas para as 20h30 e 22h, respectivamente. No entanto, só o Tigre de São Gonçalo começou pontualmente.
O motivo do atraso da verde e branco foi um problema com o carro de som. Foi necessário fazer uma substituição, com o mesmo que tinha acompanhado a Porto da Pedra, veículo que também apresentou problemas. O intérprete Zé Paulo Sierra chegou a anunciar no microfone que, apesar de toda a adversidade, a escola ia passar, pedindo aos componentes e ao público que cantassem.
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O público que estava na Avenida aguardando para a apresentação da Mocidade, prevista para as 22h, percebeu o problema com o carro de som por não conseguir ouvir o que o intérprete Zé Paulo Sierra cantava, apesar do agito nas arquibancadas — ao menos nos primeiros setores, pois o ensaio técnico não teve sistema de som nas torres da Sapucaí. A canção seria ouvida somente pelas caixas de som do caminhão.
Em meio à demora, um homem cruzou a Avenida correndo e foi buscar outro carro de som, para substituir o primeiro. Ao passar em direção ao primeiro recuo, o veículo foi aplaudido. O atraso persistia, e funcionários com uniforme do carro de som ainda passaram correndo mais uma vez, dessa vez trazendo cabos em mãos. E a arquibancada mais uma vez aplaudiu a cena.