A Mocidade Independente de Padre Miguel publicou uma nota em suas redes sociais queixando-se do carro de som disponibilizado para o ensaio técnico no Sambódromo, na noite de domingo. Segundo o comunicado assinado pelo presidente, Flávio Santos, o equipamento apresentou "graves problemas" e foi substituído, provocando um atraso de mais de uma hora. A evolução dos componentes na Avenida foi comprometida pela falha. Por isso, a agremiação pedirá à Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) que seja realizado um novo ensaio.
Carro de som da Mocidade deu problema antes de ensaio técnico
Após a troca do carro de som, o segundo também apresentou com problemas, e a escola resolveu iniciar seu desfile mesmo assim. O intérprete Zé Paulo Sierra chegou a anunciar no microfone que, apesar de toda a adversidade, a escola ia passar, pedindo aos componentes e ao público que cantassem.
Leia a íntegra da nota:
"A Mocidade Independente de Padre Miguel vem, através dessa nota, pedir respeito ao nosso pavilhão, que tem mais de 60 anos de carnaval. Foram meses de preparação para chegar até o ensaio técnico, nosso grande teste antes do desfile oficial e passarmos por uma situação inacreditável como a que vivemos hoje: o carro de som oficial apresentou graves problemas durante todo o nosso ensaio.
Para começar, nosso ensaio teve um atraso de uma hora por problemas no mesmo carro de som, o que atrapalhou todo nosso esquenta, planejamento e montagem da Escola. Após isso, com o novo carro chegando, os problemas com microfone continuaram, atrapalhando a execução do nosso ensaio durante todo o percurso.
Além da parte técnica já vista por todos que estavam na avenida, o atraso atrapalhou toda a logística de retorno dos nossos componentes, que perderam seus meios de transporte para a zona oeste devido ao horário. Agradecemos nossos Independentes e toda torcida por terem ficado e cantado em pleno pulmões o samba mais ouvido do carnaval 2024 no Rio de Janeiro.
Aproveitemos para reforçar que na próxima segunda-feira (08/01), entraremos com um pedido junto à Liesa solicitando uma nova data para termos um novo ensaio técnico, já que o desse domingo , 07/01, foi prejudicado integralmente por problemas causados pelo carro de som oficial.
A Mocidade Independente De Padre Miguel, uma das fundadoras da Liga, pede respeito e profissionalização do som disponibilizado às escolas.
Flávio Santos - presidente do GRES Mocidade Independente de Padre Miguel".
Voz de intérprete não era ouvida
O público que estava na Avenida aguardando para a apresentação da Mocidade, prevista para as 22h, percebeu o problema com o carro de som por não conseguir ouvir o que o intérprete Zé Paulo Sierra cantava, apesar do agito nas arquibancadas — ao menos nos primeiros setores, pois o ensaio técnico não teve sistema de som nas torres da Sapucaí. A canção seria ouvida somente pelas caixas de som do caminhão.
Em meio à demora, um homem cruzou a Avenida correndo e foi buscar outro carro de som, para substituir o primeiro. Ao passar em direção ao primeiro recuo, o veículo foi aplaudido. O atraso persistia, e funcionários com uniforme do carro de som ainda passaram correndo mais uma vez, dessa vez trazendo cabos em mãos. E a arquibancada mais uma vez aplaudiu a cena.
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Vídeos publicados nas redes mostram que, apesar dos problemas com o som, o público cantou o samba, um dos mais populares desta safra: em alguns setores, o coro das arquibancadas e frisas era mais ouvido que a própria canção, cantada pelo intérprete Zé Paulo Sierra.
O caminhão de som usado pela Mocidade (o segundo) foi o mesmo utilizado pela Porto da Pedra, que se apresentou antes. A escola de São Gonçalo não entrou com recurso à Liesa, mas também precisou enfrentar falhas no equipamento durante sua apresentação.
Com estações do metrô abertas até meia-noite, o que se viu foi gente indo embora antes da conclusão da apresentação da Mocidade, para garantir a volta para casa.
No dia anterior, escolas da Série Ouro — nome dado ao Grupo de Acesso — também desfilaram na Avenida, mas não tiveram problemas com o som. A LigaRJ explicou que é a própria liga quem contrata o serviço e, no caso deles, a empresa é diferente da contratada para o Grupo Especial.