Carnaval
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Por — Rio de Janeiro

Um marco do carnaval que celebra os 40 anos do Sambódromo deve ser a grande adesão, por parte das escolas de samba, da iluminação cênica da Sapucaí. O recurso, usado por cinco das 12 agremiações do Grupo Especial em 2023, será adotado por ao menos nove delas este ano. Pode ser um trunfo para direcionar o olhar do público para algum elemento. Dá para sincronizar as luzes com o ritmo da bateria. E a expectativa é que carros alegóricos e até fantasias de alas possam brilhar ainda mais. Com essa carta na manga para emocionar e garantir a nota 10, a menos de um mês da folia, as agremiações investem e se prepararam para que tudo saia como o planejado: a partir dessa segunda-feira, cada uma terá uma madrugada (das 23h às 5h) para testar se os efeitos terão os resultados desejados.

Coreógrafo da comissão de frente da Porto da Pedra, que está de volta ao Grupo Especial, Junior Scarpin conta que a apresentação foi pensada para destacar o tripé com efeitos de fogo e fumaça que “ganham uma grandiosidade” com a nova luz, assim como as roupas do grupo. Segundo ele, é como se apresentar num grande teatro:

— Quando baterem um bastão no chão, pedi que a luz apagasse. Os bastões ainda soltam fogos, e a nova iluminação dará uma explosão de cor.

Comissão de frente da Porto da Pedra, que deu um gostinho durante ensaio técnico, no último dia 7 de janeiro — Foto: Vitor Melo
Comissão de frente da Porto da Pedra, que deu um gostinho durante ensaio técnico, no último dia 7 de janeiro — Foto: Vitor Melo

Investimento: R$ 18 milhões

Carnavalesco da escola, Mauro Quintaes explica que seu objetivo é que o desfile seja visto com ou sem a luz:

— Terão momentos em que darei um rápido efeito, em termos de alegorias, com alguns strobos (flashes), para não perdurar muito e não prejudicar as cores. Um carro específico tem uma coisa zodiacal, em que a luz incide sobre ele e o liga com a arquibancada.

Além disso, embalados pelo verso “Quem acendeu as lamparinas desse céu?”, os componentes de alas da Porto da Pedra levantam lanternas nos ensaios. O carnavalesco não descarta a possibilidade de seguir com a ideia no desfile oficial, num efeito como o das “pulseiras dos shows do Coldplay” no apagar dos refletores.

Sala de controle das luzes, no setor 10 da Sapucaí — Foto: Guito Moreto
Sala de controle das luzes, no setor 10 da Sapucaí — Foto: Guito Moreto

Já a atual vice-campeã do carnaval, a Viradouro, promete ser “um pouco mais ousada” este ano ao utilizar o jogo de luzes da Passarela, afirma o carnavalesco Tarcisio Zanon. Em 2023, a iluminação só foi usada na comissão de frente.

— Estamos aplicando (a luz) de forma que valorize não só as alegorias e a comissão de frente, mas também parte das fantasias. Estou explorando mais materiais e contrastes para que a gente consiga uma iluminação maior — revela Tarcísio, preocupado em “não descaracterizar a festa”.

Para fazer esse show de luzes acontecer, há uma sala de controle da iluminação cênica, no setor 10 da Avenida. Lá, a equipe do designer de iluminação Césio Lima explica o que pode ou não ser usado para, então, programar os pedidos de carnavalescos e iluminadores. No espaço, há duas mesas de controle, como as usadas em shows de Ivete Sangalo, do ex-Beatle Paul McCartney e de Roger Waters. Na parede, há ainda quatro telas, com imagens em tempo real de todos os setores da Sapucaí, além de uma projeção em 3D que mostra como as luzes estão sendo vistas pelo público.

Por motivos de segurança (e também para garantir as fotos do público), as arquibancadas não ficarão 100% às escuras durante os intervalos dos desfiles. Ainda assim, haverá iluminação especial, com as cores da próxima escola a se apresentar. Com o cronômetro acionado, além de comissões de frente, terão destaques mestres-salas e porta-bandeiras, alegorias e baterias, todos diante dos setores com jurados: 3, 6 e 10.

— No ano passado, tudo deu certo. Estou sentindo que, neste ano, os carnavalescos estão mais ousados. Eles são muito criativos e já estão dando trabalho para a gente — brinca Césio Lima. — Quem sabe iluminação não vira um quesito para o carnaval.

Em 2023, cinco escolas usaram a luz cênica no desfile. Número será maior em 2024

Em 2023, cinco escolas usaram a luz cênica no desfile. Número será maior em 2024

Apesar da grande adesão, o início do processo gerou certa desconfiança. E para superá-la, foi necessário fazer reuniões, visitas a carnavalescos e a escolas, conforme explica a iluminadora Mari Pitta, integrante da equipe de iluminação.

São 510 refletores — de um total de 570 — voltados para a pista. A cada torre instalada sobre uma arquibancada há três moovings que possibilitam destacar algumas cenas em meio ao desfile; três refletores RGBW, que formam qualquer cor; e seis luzes brancas, que podem ter a potência controlada. O investimento inicial foi de R$ 18 milhões, feito em parceria público-privada entre a Rioluz e o consórcio Smartluz.

— O investimento é importante para trazer muitos turistas e, assim, trazer recursos e alegrar o povo — destaca Eduardo Feital, presidente da Rioluz, citando também a parceria com a Riotur e a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).

Série Ouro de fora

A lista de escolas que usarão a luz cênica inclui Grande Rio, Mangueira, Mocidade, Portela, Salgueiro, Tijuca e Tuiuti. Na verde e rosa, os carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão prometem usar a tecnologia sem ofuscar “o principal da escola: a comunidade”. Vila Isabel e Beija-Flor não confirmaram o uso. Já o carnavalesco Leandro Vieira, atual campeão com a Imperatriz, explica que seu desfile vai tirar partido da luz do amanhecer, como última escola a pisar na Avenida no domingo de carnaval. Na Série Ouro, o recurso da iluminação cênica não estará disponível.

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