Os sambas da Mangueira de 2019 e da União da Ilha de 1989 lideram a enquete do GLOBO que apontará o favorito dos leitores nos 40 anos do Sambódromo. Até as 8h30 desta quinta-feira, "História para ninar gente grande", da verde e rosa, tinha 41,14% dos votos. Enquanto o clássico da tricolor insulana, do refrão "Eu vou tomar um porre de felicidade", alcançava 40,53%. Ao todo, são cinco composições na disputa que escolherá o melhor dessas quatro décadas de Marquês de Sapucaí. A votação será encerrada no próximo domingo, dia 4.
Qual é o melhor samba-enredo dos 40 anos de Sambódromo?
Com centenas de sambas-enredo que marcaram época e que seguem cantados em rodas de samba, O GLOBO convidou cinco especialistas para elegerem essas composições que agora estão sob a avaliação popular. A partir das respostas do escritor Alberto Mussa, da cantora Dorina, do produtor musical Luis Filipe de Lima, do escritor Luiz Antonio Simas, e da cantora Teresa Cristina, os sambas abaixo foram os mais votados.
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'História para ninar gente grande' (Mangueira, 2019)
Lembrado como o "samba da Marielle", vereadora assassinada em março de 2018, o desfile de 2019 terminou com título para a Estação Primeira. Numa espécie de acerto de contas com a historiografia oficial, a composição se tornou um clássico contemporâneo do carnaval.
'Kizomba, a festa da raça' (Vila Isabel, 1988)
Símbolo do primeiro título da Vila Isabel, composto por Luiz Carlos da Vila, em parceria com Jonas e Rodolpho, o samba foi tocado em apresentação única na Avenida. Isso porque, em 1988, um temporal no Rio fez com que o Desfile das Campeãs fosse cancelado. Só houve a apresentação da segunda-feira de carnaval.
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'Contos de areia' (Portela, 1984)
No ano de inauguração do Sambódromo, o regulamento previa uma campeã por noite, e a azul e branco de Madureira levou o título da noite de domingo. Naquele desfile, a Portela homenageou figuras ilustres: o fundador Paulo da Portela, o patrono Natal e a cantora Clara Nunes, que morreu em 1983, representados pelos orixás Oranian, Oxóssi e Iansã. O título de 1984 foi por mais de 30 anos o último da Portela, maior campeã do carnaval. O jejum só foi encerrado em 2017, quando a escola conquistou sua 22ª estrela.
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'Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós' (Imperatriz, 1989)
Decisivo no carnaval de 1989, o samba cantado por Dominguinhos do Estácio foi um dos responsáveis por garantir à Imperatriz Leopoldinense o título daquele ano. A Beija-Flor de Joãosinho Trinta amargou o vice com o enredo "Ratos e Urubus" e seu Cristo mendigo coberto. O quesito samba-enredo foi decisivo para deixar a escola de Nilópolis para trás.
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'Festa profana' (União da Ilha, 1989)
Para a quinta colocação, 12 canções ficaram empatadas com um voto, cada. O presidente do júri do Estandarte de Ouro, o jornalista Marcelo de Mello, foi convocado e teve o voto de minerva sobre eles: "Festa profana", cantado pela União da Ilha, em 1989, foi o escolhido. Essa é mais uma das canções da escola da Ilha do Governador que se tornaram hinos do carnaval. A escola nunca se sagrou campeã.