Na contramão das demais que escolas que investiram em enredos mais lúdicos, a Portela e a Paraíso do Tuiuti investem na pauta racial neste segundo dia de desfiles na Sapucaí.
Com o samba “Um defeito de cor”, inspirado no livro homônimo de Ana Maria Gonçalves, a Portela investiu em um desfile com o enfoque na história das mães negras do país, que sonham com a liberdade de seus filhos.
Neste contexto, personalidades como o ator Lázaro Ramos, o ator Paulo Vieira e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, interpretaram o advogado abolicionista, Luiz Gama.
Carnaval 2024:
- Desfiles, blocos, transportes, trânsito, dengue e segurança: veja tudo sobre o carnaval no Rio
- Rainha da Grande Rio, Paolla Oliveira fez cinco provas até encontrar cabeça de onça iluminada ideal para fantasia
- 'Irmã gêmea de Shanna Garcia': fantasia inspirada em 'Vale o escrito' faz sucesso no carnaval
- De Luiza Brunet a Paolla Oliveira: rainhas de bateria de ontem e de hoje contam suas histórias no carnaval do Sambódromo
Outros símbolos da luta racial como o sincretismo religioso também foi bem representado na avenida pela escola. Imagens de santos católicos e referências as religiões africanas apareceram em carros alegóricos.
Ao GLOBO, o ministro Silvio Almeida caracterizou o enredo como impecável.
— O enredo é espetacular. É um livro maravilhoso. É um dos maiores livros da literatura contemporânea.
Carnaval 2024: Veja fotos do desfile da Portela
Já a Tuiuti entrou na avenida por volta das 3h30 da manhã com o enredo “Almirante negro”, inspirado na história de João Cândido, o líder da revolta da Chibata, que ocorreu em 1910 no Rio Grande do Sul.
À época, Cândido era marinheiro e rebolou contra as chibatadas e condições de trabalho análogas à escravidão que ele e seus colegas negros recebiam.
No último carro alegórico, há velas rememorando casos recentes de racismo. Dizeres como “jovem negro de 17 anos chicoteado por furtar chocolate” e “jovem negro sofre racismo em mercado na zona norte”.