Carnaval
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Por e — Rio de Janeiro

A Portela foi eleita a melhor escola do Grupo Especial pelo júri do Estandarte de Ouro 2024. A agremiação foi a segunda a desfilar na segunda noite e levou para a Avenida “Um defeito de cor”, que ganhou a categoria enredo nesta premiação. Histórica porta-bandeira da azul e branca, Vilma Nascimento ganhou a premiação de personalidade. A Imperatriz Leopoldinense reuniu o maior número de prêmios dessa edição. São cinco, sendo eles: melhor ala, mestre-sala, porta-bandeira, puxador e samba-enredo. E é possível participar ao escolher seu favorito na categoria destaque do público, votando aqui, até esta quarta-feira, dia 14, às 14h. O Estandarte de Ouro é uma realização dos jornais O GLOBO e Extra.

A partir do romance homônimo de Ana Maria Gonçalves, a Portela levou pra avenida uma reflexão sobre a história das "negras mães de todos nós". Pela trajetória de uma matriarca negra, a escola narra a "a busca pelo sentido" da existência dos negros no Brasil. As perguntas que o enredo faz são: "Por que somos? Por que assim fazemos? Por quem lutamos? Em memória do que?".

— Respeitamos o lugar que pisamos. O enredo fala sobre isso. A relação de mãe e filho, de entender suas raízes, entender quem veio antes e depois, o nosso lugar na família e de consciência racial. Tivemos a felicidade de contar com a Ana Maria Gonçalves, uma inpiração que participou e acompanhou o processo. Esse prêmio é de várias outras pessoas também — diz o carnavalesco Antônio Gonzaga, que divide o posto com André Rodrigues.

A dupla está na escola desde o ano passado. O primeiro trabalho junto mostrou uma sintonia, primeiro pela proposta em comum do tema e de como deveria ser abordado, tanto para representar como para homenagear as mulheres negras e sua resistência no país.

— Foi a primeira vez que trabalhamos juntos, pensamos juntos e queríamos fazer. Nós dois levamos a mesma sugestão de tema. Tinha que ser esse na Portela em 2024, não foi o acaso. E fomos somando com outras pessoas — salienta Gonzaga. — Somos dois carnavalescos negros numa escola centenária. Foi com muita pesquisa, nada era gratutito, tudo com referência visual e muito bem embasado.

O evento de entrega dos prêmios ocorrerá no próximo dia 29, no Vivo Rio, com venda de ingressos a partir do dia 19 via Sympla. O Estandarte de Ouro é apresentado por Postos Gulf e conta com o apoio de Supermercados Guanabara.

Quase 30 anos depois

A Portela, além de vencer como melhor escola, também conquistou a categoria enredo. Os jurados destacaram a aposta em um tema de muita densidade em que "cada detalhe comunicou muito bem o enredo", sabendo comunicar com clareza, e "até a águia se africanizou". Antes, a Portela ganhou o Estandarte de melhor escola em 1995, quase 30 anos antes. Na época, com o enredo "Gosto que me enrosco".

A azul e branco ainda foi premiada nesta edição em melhor enredo. Os jurados, durante a votação, destacaram a emoção que o desfile da escola passou. A agremiação apresentou a história de mulheres fortes, como Luiza Mahim, mãe de Luiz Gama. Um dos pontos altos foi a homenagem às mães de vítimas da violência. Ao todo 16 mulheres vieram no último carro, entre elas Marinete Franco, mãe da vereadora Marielle Franco e Ana Paula Oliveira, mãe de Jhonata Oliveira. Todas levaram objetos, como camisetas com fotos que lembravam seis filhos e exibiram durante a passagem da escola.

As mães, marcadas pela dor de perder um filho, chegaram à Portela por intermédio da coordenadora do Observatório das Favelas, Thaís Gomes. O contato com o enredo e a proposta de estarem no desfile foram tecidas aos poucos, em visita ao barracão, a partir de conversas e da participação no processo.

— Esse final do desfile foi bem emocionante e emocional — destaca o carnavalesco Gonzaga. — Sabemos que tocamos em dores, e a forma que cada uma trabalha e expõe isso é muito pessoal. A Thaís foi essencial. O enredo é sobre isso. Estamos falando sobre ancestralidade e sobre o povo preto brasileiro. Mulheres que tiveram a vida marcada porque o povo brasileiro encara essa cor como um defeito. Se não fosse assim, não teriam que viver nessa vulnerabilidade. Mas aqui não queremos falar dessas dores. Estamos celebrando a vida dessas mulheres, que apesar de todas as dificuldades, de todas as dores, estão ali cantando o orgulho de serem quem são.

A categoria personalidade foi ocupada por Vilma Nascimento, histórica porta-bandeira da Portela, de 85 anos. Os jurados ressaltaram o legado da baluarte, uma história familiar ligada ao carnaval. Esse ano, ela saiu em sua escola de coração, e ainda pela Mangueira, que prestou homenagem a Alcione, que a convidou pessoalmente para estar na Avenida.

— Na Portela, eu vim num carro representando uma figura do enredo, que era escrava, foi alforriada e benzia as pessoas. Quando entrei na Avenida, eu benzi na Portela. Valeu minha benção — conta Vilma ao receber a notícia de mais um Estandarte, o sexto da carreira, dos quais quatro como porta-bandeira, sendo três na Portela e um na Tradição, e de destaque feminino, uma antiga categoria do prêmio, pela União da Ilha, em 1982.

A baluarte completou sobre o desfile pela verde e rosa:

— A gente sempre fica emocionado. Quando toca a sirene, eu digo "o coro vai comer". Esse ano eu fiquei emocionada pelo convite da Alcione, na Mangueira. Ela que me convidou. Disse que eu não podia faltar. Eu desfile na Mangueira, mas por causa da Alcione. Somos muito amigas. Fui no carro das personalidades.

Em novembro do ano passado, ela sofreu uma abordagem racista em uma loja do Aeroporto de Brasília, ao viajar para a capital do país para um evento na Câmara dos Deputados em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Logo o caso repercutiu, Vilma recebeu muito apoio dos amigos do mundo do carnaval e de fãs.

— Entramos na Justiça, mas ainda não resolvem. Tem horas que eu choro — conta. — Mas dou graças a Deus porque todas as escolas de samba me apoiaram. Mandaram mesnnsgem, prestaram homenagem na Cidade do Ssamba. Hoje fui dar um abraço na rainha da Vila Isabel. Fui agredecer a ela pelo apoio que tive e ela me disse: "eu te amo, você é minha inspiração".

Tecnologia para falar de natureza

Na categoria inovação, o Salgueiro ganhou com a cachoeira de Led do carro "A beleza Yanomami", o quinto levado pela agremiação neste desfile. Na escolha, foi ressaltada a opção do carnavalesco de não usar água, o que seria um desperdício e iria contra a própria ideia do enredo da escola. Esse foi o ponto de partida do carnavalesco Edson Pereira para não usar um recurso natural na estrutura. Segundo ele, seriam gastos pelo menos 5 mil litros de água.

— Pensamos na sustentabilidade. Seria incoerente pensar na natureza e usar esse recurso. Precisaria de pelo menos 5 mil litros. Pensei em projetar como uma forma de dar relevância o suficiente para o público entender o quanto esse tema é importante. Os yanomamis não falam que bebem água, mas que comem, porque a água sustenta não só os rios e os peixes, usados na alimentação, mas a agricultura para a sustentação. É um outro modo de ver a natureza, e precisamos ouvi-la mais. A água é o princípio de tudo — diz o carnavalesco.

A escola levou para a Avenida os aprendizados com os yanomamis, no enredo "Hutukara", além de denunciar as violências que sofrem ao longo dos tempos, ao passo que exalta a vocação para resistência.

— A projeção era o melhor recurso para interagir com todos os participantes, não só os da escola, mas todos que estariam para entender a sensibilidade que é de cuidar da natureza — explica Edosn. — Foi muito especial para a gente, falar dos yanomanis, uma cultura que não faz parte diretamente do carnaval, isolados no mundo deles e que deveríamos prestar mais atenção. e por que não usar a maior festa do mundo para difundir essa cultura?

No comando do ritmo

Longe de ser a primeira vez do mestre Pablo na Sapucaí. Só no comando da bateria da Porto da Pedra ele atravessa a Avenida desde 2017. Essa foi a primeira vez que percorreu a Passarela do Samba no Grupo Especial, após a agremiação de São Gonçalo vencer na Série Ouro no ano passado. O momento foi cercado de emoções. O filho Rapha, de apenas 9 anos, acompanhou todo o desfile ao lado do pai.

— Estou soltando fogos por dentro. Foi um mix de emoções para mim. Uma estreia no Grupo Especial, coloquei meu filho desfilando do meu lado e, pela primeira vez, como mestre de bateria que eu não estava fantasiado. O Rapha sempre tinha vontade de ir. Agora, fiz uma roupa até. Ele chorou no desfile, todo emocionado, me abraçava, e eu me segurava, para poder tomar as atitudes certas ali na hora. No fim, eu estava como uma manteiga derretida. Ainda estou buscando palavras para conseguir me expressar sobre essa emoção — conta mestre Pablo.

Cinco categorias conquistadas

A Imperatriz Leopoldinense, que conquistou o último carnaval, foi um dos destaques da edição. A escola arrebatou cinco das 14 categorias escolhidas pelas jurados. A primeira delas foi a de melhor ala, com a "Sonhar com Rosas". Na justificativa, o figurino foi definido como "belo e criativo", com um ótimo desempenho, "desfilando com elegância e desembaraço".

A escola de Ramos ainda conquistou mestre-sala, com Phelipe Lemos, e porta-bandeira, com Rafaela Theodoro. O casal, com sintonia na Avenida e parceria, tem tem histórias diferentes com o Estandarte. Phelipe, agora, conta com cinco prêmios na categoria, dos quais os dois primeiros, em 2013 e 2014, pela Imperatriz. Rafaela, ao contrário, debuta na premiação e conquista seu primeiro.

— Rafaela é a melhor porta-bandeira que o carnaval já viu há alguns anos. Ter a Rafaela na calçada da fama como a melhor porta-bandeira, para mim, é uma realização pessoal. Para mim é uma honra estar do lado dela e ganhar esse prêmio. A gente ficou sete anos separados, e voltamos campeões do carnaval no ano passado e, agora, estamos sendo consagrados — diz Phelipe, que é só elogios à parceira de Sapucaí.

Entrar na Avenida como Cigana Esmeralda foi um momento mágico para a porta-bandeira Rafaela Theodoro. Apesar da ansiedade de ganhar um Estandarte, sempre acreditou que tudo acontece a seu tempo. E chegou neste carnaval:

— Esse desfile foi bem mágico desde o momento que lançou o enredo em que foi dito que representaria a Cigana Esmeralda, a protagonista no enredo. Sou espírtita, tenho uma ligação, acho que a fé nos sustenta e nos mantém em pé, o que me faz acreditar ser merecedora. É um marco ganhar nos 40 anos de Sambódromo, e ao lado do meu mestre-sala, com o trabalho da Ana Botafogo, que chegou para somar — salienta a porta-bandeira. — Entrei na Imperatriz bem jovem, tinha 18 anos. Acho que tudo acontece na hora certa. Eu me sinto madura e merecedora desse prêmio. Ano passado tivemos um sonho que foi ser campeão, e esse ano foi de ganhar esse prêmio juntos. O Phelipe é meu amigo de alma. A gente estreou como primeiro casal no Grupo Especial, ficamos separados, e ano passado voltamos, e ficou ainda mais forte.

E a voz da agremiação abocanhou mais um prêmio, dado a Pitty de Menezes, como puxador. São cerca de 20 anos na Sapucaí, quando começou na escola mirim, na Viradouro. Passou à agremiação principal a partir de uma convite de Dominguinhos do Estácio. A partir de 2016, passou pela Unidos da Tijuca e pela Porto da Pedra. No ano passado que foi para a escola de Ramos. A experiência não diminui o frio na barriga, muito menos a responsabilidade de levantar o público e animar a escola.

— É uma responsabilidade muito grande. É um termômetro da Avenida. Se o cantor estiver bem, a escola vai bem, se está animado, eles vão junto. Às vezes, a escola está com dificuldade, e o cantor tem que segurar e passar a energia, ultrapassar qualquer adversidade. Tem que segurar qualquer bomba ali, não tem jeito. A responsabilidade é enorme, ainda mais numa escola grande como a Imperatriz, que é uma família. Tem essa sintonia e isso acaba ajudando no trabalho — diz o puxador.

A última categoria conquistada pela agremiação foi no samba-enredo, por "Com a Sorte Virada Pra Lua, Segundo o Testamento da Cigana Esmeralda".

Esquenta para a escola passar

No ano em que a Sapucaí completa 40 anos, o casal Priscilla Mota e Rodrigo Negri chegam a 15 anos de Avenida. A parceria rendeu o quarto Estandarte, com a comissão de frente, desta vez, na Viradouro. Os jurados destacaram a serpente fluorescente que rastejou veloz pela Passarela e levantou a plateia. A coreógrafa fala da responsabilidade de ser o grupo que apresenta a escola no desfile:

— As pessoas têm muita expectativa, ainda mais com a iluminação. Usamos como signos visuais a serpente e o arco-íris, essa conexão entre o céu e a terra que move essa energia de transformação. Foi um caminho de construção que fizesse sentido tanto na narrativa como no identidade visual do projeto. Quando vai para a Avenida é que sabemos que vamos ser abraçados e isso aconteceu. A comissão tem um papel muito importante de esquentar a escola, deixar o chão quente para passar. Temos que abrir botando fogo — conta a coreógrafa Priscilla Mota.

A premiação

O terceiro quesito votado foi a ala de passistas da Mocidade. A descontração dos integrantes, sem passo marcado, foi o que chamou a atenção dos jurados.

Na escolha da ala das baianas para a Beija-Flor, os jurados destacaram o "ótimo desempenho na Avenida" e uma bela fantasia que representava Tia Eulália, fundadora da escola e com beija-flores nos detalhes.

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A Mangueira, que neste ano levou uma das grandes vozes da música brasileira para a Avenida, Alcione, venceu na categoria bateria. Segundo os jurados, a verde e rosa causou arrepios com um naipe de xequerês impressionante tocado por mulheres. As matracas também foram muito bem usadas. O desfile juntou técnico com emoção, e a bateria levou a escola pela Avenida.

As 12 escolas de samba, que compõem o Grupo Especial, podem concorrer a 15 categorias, sendo elas: escola, bateria, ala de passistas, samba-enredo, enredo, comissão de frente, inovação, personalidade, ala, baianas, puxador, revelação, mestre-sala, porta-bandeira e destaque do público. Neste ano, a categoria Fernando Pamplona passou a integrar a premiação da Série Ouro, grupo composto por 16 agremiações que, anteriormente, concorriam apenas a melhor escola e melhor samba-enredo.

Para valorizar os novos compositores, como acontece desde 2005, samba-enredo reeditado continua não entrando na disputa da categoria. Com a decisão, esse ano, fica de fora o da Vila Isabel “Gbalá, Viagem ao templo da criação”, de Martinho da Vila. Cantado na Avenida pela primeira vez no carnaval de 1993, quando ganhou o Estandarte, a composição embalou o desfile deste ano da escola. Já houve caso de um samba reeditado levar o prêmio. Isso aconteceu em 2004, com “Aquarela Brasileira”, de Silas de Oliveira, no Império Serrano. A composição é considerada um clássico do gênero.

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Premiação na Série Ouro

No domingo, após a segunda noite de desfiles da Série Ouro, a Estácio de Sá conquistou o Estandarte de Ouro nas categorias mais cobiçadas do grupo, formado por 16 agremiações: melhor escola e melhor samba-enredo. De acordo com os avaliadores, o samba-enredo contribuiu muito para os prêmios. Na categoria Fernando Pamplona, entregue às escolas que fazem melhor uso de material barato e com bom efeito, que neste ano passa a ser dado a uma escola da Série Ouro, foi para o abre-alas da escola Arranco do Engenho de Dentro.

A Estácio passou por tensão nos últimos minutos do desfile, durante o primeiro dia da Série Ouro. O portão fechou aos 56 minutos, um a mais do que o máximo estipulado pelo regulamento. Além do atraso, a escola enfrentou uma falha no sistema de som, por alguns segundos, nos 15 minutos iniciais. A agremiação, mesmo penalizada no dia da apresentação, não deu falta dos pontos para conquistar os prêmios.

A Arranco do Engenho de Dentro foi condecorada na categoria Fernando Pamplona pelo uso criativo de caixas e bulas de remédio na decoração, coletadas dos Centros de Atendimento Psicossocial da Prefeitura do Rio de Janeiro. Segundo os jurados, o alinhamento entre a utilização dos produtos reciclados com o enredo fez com que a escola se destacasse na Avenida.

Com a inclusão da categoria Fernando Pamplona, a Série Ouro passou a contar com três prêmios. Até o ano passado, o acesso contava apenas com premiação para melhor escola e melhor samba-enredo. Já o Grupo Especial fica com 15. O principal objetivo da mudança é privilegiar as agremiações com menos recursos e estimular a criatividade dos artistas do acesso.

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