Composta por 600 mulheres, o G.R.E.S. Turma da Paz de Madureira (TPM) se tornou a primeira escola de samba formada somente por mulheres do Brasil. A turma que começou como um grande bloco carnavalesco enfim se tornou uma agremiação em 2022. Este ano, a TPM estreou na madrugada pela Série Bronze do carnaval do Rio. Com o enredo de Bárbara Rigaud reinterpretando a obra "Lugar de mulher é onde ela quiser", apresentada pelo Império Serrano no carnaval de 2020, a escola desfilou neste domingo, na Intendente Magalhães.
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![Porta-bandeira da Turma da Paz de Madureira — Foto: Divulgação](https://s2-oglobo.glbimg.com/XnXiSxWAuFqhUYb1tdNCsWCHojk=/0x0:1069x716/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/F/j/943pTwSk2WC4bNlA2DTA/whatsapp-image-2024-02-19-at-15.53.05-1-.jpeg)
A escola foi a sétima a se apresentar e trouxe uma narrativa de empoderamento e inspiração ao falar sobre o universo feminino, homenageando mulheres fortes de diversas áreas: política, cultura, esporte e cura, como exemplo da Tia Maria do Jongo e Tia Eulália, que lutaram por ideais e se tornaram ícones culturais, impulsionando oportunidades para várias outras mulheres. Para por o bloco na rua, a escola contou com o patrocínio da marca de cosméticos Vult. A marca também disponibilizou profissionais da beleza, formadas pelo projeto social 220 Vults, para produzir as integrantes que foram destaques das alegorias.
As 16 alas homenagearam policiais e heroínas de guerra; garimpeiras; empreendedoras e a jogadora de futebol feminino Marta, rainha do futebol brasileiro. Além disso, a escola trouxe uma ala formada exclusivamente por passistas com mais de 40 anos de idade.
![Egili Oliveira — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/VjwIFBw3WgEpahRUC6wURskAed8=/0x0:431x322/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/N/E/mYtqFiT4SxNZlWA46DiQ/captura-de-tela-2024-02-19-161813.jpg)
A frente da bateria, a soteropolitana Egili Oliveira, de 43 anos. A rainha de bateria carrega em vida a força e resiliência femininas. Aos 15 anos engravidou e graças ao acolhimento de outras mulheres que faziam parte de um projeto social pode iniciar sua jornada de transformação por meio do samba.
A ala das passistas é coordenada por Aldione Senna, duas vezes Estandarte de Ouro. Desde os 7 anos imersa no mundo do samba, a artista encara o desafio de reunir mulheres 40+ que sonham em ser passistas para desfilar nas avenidas do Rio.
No ano passado, a agremiação passou pelo Grupo de Avaliação e conquistou o terceiro lugar com o enredo “Oyá Senhora dos Ventos e o Mistério das Águas”, o que assegurou sua estreia na Série Bronze do carnaval deste ano. A expectativa agora é chegar a Série Prata e nos próximos anos alcançar a tão sonhada Sapucaí.
— A força e a garra dessas mulheres transformam os nossos dias e tentamos transmitir isso no nosso desfile. É uma grande alegria e uma grande emoção compartilhar essa realização com todos que torcem pela gente e poder dar espaço a tantas mulheres incríveis. Queremos avançar para a Série Prata e fazer uma festa ainda mais bonita em 2025 até conseguirmos chegar ao nosso maior sonho, que é a Sapucaí! Tenho certeza que juntas conseguiremos alcançá-lo — declarou a presidente Bárbara Rigaud.