Carnaval
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Por — Rio de Janeiro

No carnaval de 2022, o primeiro depois da pandemia, cruzar a linha de chegada na Apoteose, no final dos desfiles das escolas de samba, era um ato carregado de simbolismo e emoção. Uma equipe de fotografia e de vídeo registrou o momento de passistas, rainhas de bateria, ritmistas e carnavalescos, em um estúdio montado na dispersão do Sambódromo. A exposição Rio Carnaval, que inaugura na noite desta terça-feira, no Museu de Arte do Rio (MAR), exibe 80 dessas imagens. A cerimônia é parte dos eventos da cidade para o G20, o grupo das maiores economias do mundo.

Mostra 'Rio Carnaval'. Turista tira foto com imagens expostas no térreo do Museu de Arte do Rio — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo
Mostra 'Rio Carnaval'. Turista tira foto com imagens expostas no térreo do Museu de Arte do Rio — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo

A mostra começa na véspera da reunião de chanceleres do G20, na cidade, e ocupa dois ambientes do museu, no térreo e no 5º andar, e tem o objetivo de mostrar a importância das escolas de samba para as comunidades e o sentido do carnaval para o Rio. A curadoria é do cenógrafo, arquiteto e artista Gringo Cardia e do historiador e escritor Luiz Antônio Simas.

— A cidade foi profundamente marcada pelas experiências vinculadas à escravidão. Ao mesmo tempo, as comunidades negras foram construindo sociabilidades, modos de vida, redes de proteção social, e as escolas de samba estão inseridas nesse processo. E tem todo um simbolismo que envolve a região do MAR, onde é a Pequena África. A gente diz que é o coração do Rio Negro — explica o historiador Luiz Antonio Simas.

Foto de Dandara Mariana, como musa do Salgueiro em 2022, exposta no MAR — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo
Foto de Dandara Mariana, como musa do Salgueiro em 2022, exposta no MAR — Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo

Na entrada, quem chega no museu já se depara com a foto de 5 metros da atriz Dandara Mariana, como musa do Salgueiro, com a fantasia intitulada Consciência e Luta. Os fotógrafos Fábio Ghivelder, João Farkas, Igor Souto e Leonardo Ramadinha, assinando as fotos lado a lado do artista plástico Vik Muniz, deram inicialmente vida ao projeto "Livro Arte", idealizado pela secretária de Turismo do Rio, Daniela Maia. O livro será distribuído para os representantes do G20.

O cenógrafo Gringo Cardia lembra que, depois do jejum sem desfilar, a maioria das escolas trouxe a africanidade para a Avenida. No estúdio que eles montaram, mais de 800 pessoas foram fotografadas.

— A gente via a essência da cultura negra brasileira. Assim que acabava o desfile a gente os fotografava. O Simas me ajudou a conceituar, a fazer o desdobramento histórico até os dias de hoje. O recado dessa exposição é que a gente precisa colocar o carnaval no nicho de obra de arte feita pelo povo. Essa é a grande escola de belas-artes do Brasil — afirma Cardia.

Após a exposição no MAR, a mostra Rio Carnaval está em processo de validação de apresentação em algumas embaixadas brasileiras mundo afora, através do Instituto Guimarães Rosa, braço cultural do Itamaraty.

— Apresentar a Cidade Maravilhosa através de olhar de grandes fotógrafos foi a inspiração. Escolher iniciar pelo maior evento de cultura popular conhecido mundialmente, o carnaval, foi pelo tamanho e a dimensão dessa arte que vai nos permitir viajar o mundo apresentando o Rio e atraindo mais turistas — explica a secretária.

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