Carnaval
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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

A história de Xica Manicongo, considerada a primeira travesti do Brasil, foi escolhida como tema para o enredo da escola de samba, Paraíso do Tuiuti, no carnaval do próximo ano. A agremiação carioca, conforme adiantou a coluna de Ancelmo Gois, do GLOBO, vai anunciar o título sobre a africana, que será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, nesta sexta-feira, dia em que a escola celebra o seu aniversário de 72 anos.

Trazida do Congo para Salvador, na Bahia, Xica foi escravizada e trabalhou como sapateira na capital nordestina no século XVI. A personagem escolhida pela Tuiuti, muito lembrada por grupos da comunidade LGBTQIA+, não aceitava se vestir com trajes voltadas para o público masculino.

Também com comportamento reprimido pelos costumes da época, a escravizada foi acusada de sodomia, sendo considerada até mesmo como uma feiticeira, de acordo com o Casa 1, centro de referência no acolhimento de pessoas pessoas LGBTQIA+ em São Paulo.

Em função das acusações contra Xica, ela foi condenada à morte pelo Tribunal do Santo Ofício. Assim, ela foi queimada viva em praça pública. Essa história já foi contada também em documentários como "Pedagogias da Navalha" e ficou conhecida também pela apresentação de "Xica", no teatro, pelo Coletivo das Liliths.

“O título do enredo é uma provocação. A quem interessa apagar a história de Xica Manicongo? Ela foi transgressora em sua trajetória, foi fichada pela Santa Inquisição e virou símbolo de luta das pessoas trans”, conta Jack Vasconcelos à coluna de Ancelmo Gois.

Em 2022, dada também à importância do nome da personagem para a comunidade LGBTQIA+, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei (PL) para que uma via da capital paulista passasse a ter o seu nome.

“Xica Manicongo foi a primeira travesti não indígena do Brasil. Trazida sequestrada da região do Congo, pertencente à categoria das quimbandas de seu povo, sua expressão de gênero era lida pelo colonizador como feminina”, dizia a justificativa do PL assinado também pela então vereadora Érika Hilton (PSOL-SP). “Xica Manicongo representa a luta das travestis brasileiras pelo seu direito à memória e reconhecimento e por isso é importante homenagear sua luta e existência.”

A hoje deputada celebrou no X (Twitter) a escolha do tema:

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