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Renovado, o Estandarte de Ouro completa 50 edições no ano da volta do desfile das escolas na Sapucaí

Premiação do jornais O GLOBO e Extra, criada em 1972, ganha novas juradas e retoma quesito revelação dos desfiles
Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial em 2020. Na foto, alegoria da Grande Rio. Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial em 2020. Na foto, alegoria da Grande Rio. Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

RIO — Num carnaval cercado de expectativas, após um ano sem festa e marcado pelas tristes consequências da pandemia de Covid-19, o mundo das escolas de samba se agita com um motivo a mais para comemorar: em 2022 o Estandarte de Ouro, prêmio dos jornais O GLOBO e Extra, completa a marca histórica de 50 edições. Desde 1972, o nosso “Oscar” da Avenida enaltece a renovação, a criatividade e a emoção. Não existem notas. A avaliação é feita de forma conjunta por um júri especializado, que ganha duas novas integrantes: Juliana Barbosa e Angélica Ferrarez, mulheres negras acadêmicas, que prometem um olhar de quem estuda e vive o carnaval.

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— Fiquei feliz e honrada de receber o convite para participar do Estandarte, que acompanho há 40 anos. Ainda mais no ano das 50 edições e do chamado carnaval preto. A temática racial na Avenida é algo muito significativo. As questões racial e de gênero estão na pauta do momento — destaca Juliana, carioca e professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Novos talentos

Outra novidade deste aniversário do Estandarte de Ouro, interrompido somente no ano passado, é a volta do quesito revelação, que, em 2020, ficou fora do julgamento.

— É importante a volta do troféu de revelação no ano das 50 edições do Estandarte para deixar bem claro que valorizamos a história, mas somos os primeiros a aderir às novidades propostas por jovens talentos. Em 2004, quando Paulo Barros estreou no Grupo Especial, na Unidos da Tijuca, ganhou dois prêmios: na categoria revelação e pelo enredo “O sonho da criação e a criação do sonho: A arte da ciência no tempo do impossível”. Foi o ano do carro do DNA, uma novidade que inspirou outras escolas depois — diz o jornalista Marcelo de Mello, presidente do júri, lembrando outro premiado. — Da mesma forma, Leandro Vieira levou o Estandarte de Ouro de revelação ao estrear no Grupo Especial em 2016, na Mangueira, aos 32 anos. A renovação é bem-vinda porque o show tem que continuar.

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Desde o início, a proposta do Estandarte de Ouro é coroar os melhores, sob uma ótica diferente da do júri oficial. Então, a marca do prêmio sempre foi uma coroa. Mas, para este carnaval, o símbolo foi renovado, ganhando uma cara mais contemporânea e gráfica.

— Nós mantivemos o espírito da marca, que é uma coroa, porque estamos falando de uma premiação dos melhores do carnaval. Não fazia sentido tirá-la. Mas ela precisava ser adaptada aos novos tempos. Tornamos a marca mais sintética, com uma fonte mais arredondada. Ela será usada não só no impresso, mas também na internet e em outros produtos do GLOBO e do Extra — explica Alessandro Alvim, editor executivo visual na redação integrada.

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Os vencedores da 50ª edição do Estandarte de Ouro serão revelados no dia 24 de abril, e o evento de premiação será no dia 6 de maio, no Morro da Urca. A festa, realizada pelos jornais O GLOBO e Extra e apresentada pela Refinaria Refit, terá participação de Teresa Cristina com o show “Um Sorriso Negro”. Os ingressos estarão disponíveis a partir desta segunda-feira no site ingresso.com . Na próxima quarta-feira, um caderno que registra tudo o que fez história na Avenida desde o início do Estandarte será publicado pelo GLOBO e pelo Extra.

A história do Estandarte de Ouro começa com a consagração, em 1972, do Império Serrano, que recebeu o prêmio de comunicação com o público (equivalente ao de melhor escola) ao homenagear Carmen Miranda. Já em 2020, último ano com desfiles, a escolhida do júri como melhor foi a Grande Rio, que encantou com um enredo dedicado ao célebre pai de santo Joãozinho da Gomeia, que tinha terreiro em Duque de Caxias.