Rio

Cremerj abre processo que pode impedir Dr. Jairinho de exercer a medicina de forma definitiva

Conselho suspendeu cautelarmente o registro profissional de Jairinho, acusado pelo assassinato do menino Henry Borel, de 4 anos
Doutor Jairinho durante discurso na Câmara de vereadores Foto: Renan Olaz / Agência O Globo
Doutor Jairinho durante discurso na Câmara de vereadores Foto: Renan Olaz / Agência O Globo

RIO — O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) suspendeu cautelarmente o registro profissional de Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho . A informação foi originalmente publicada pelo colunista Lauro Jardim. Em reunião nesta quinta-feira, o Conselho Pleno do Cremerj também decidiu pela abertura de um processo ético contra o vereador, que pode culminar na cassação definitiva do seu direito ao exercício da medicina.

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Ex-presidente do Cremerj e atual conselheiro do órgão, Silvio Provenzano explicou que a decisão cautelar impede Dr. Jairinho de realizar atendimentos médicos enquanto estiver preso, por exemplo. -- Embora preso, ele poderia exercer a medicina, inclusive como forma de reduzir a sua eventual pena. A decisão prévia levou em conta o fato dele ter causado dano ao paciente por ação ou omissão, por imprudência, imperícia ou negligência. Com isso, foi aberto um processo ético, sem previsão de desfecho, que pode suspender definitivamente o direito ao exercício profissional — resumiu.

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Atual presidente do Cremerj, Walter Palis afirma que a suspensão temporária visa "proteger a população". -- O Cremerj decidiu pela interdição cautelar do médico Jairo Souza Santos Junior, enquanto prossegue o processo ético-profissional. Tal medida tem como objetivo proteger a prática médica e a população", diz.

A sindicância contra Jairinho foi aberta em março, quando vieram à tona as primeiras suspeitas de participação dele na morte do enteado, o menino Henry Borel, de 4 anos. Ele e a mãe de Henry, a professora Monique Medeiros, estão presos desde abril e responderão na Justiça.

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Jairinho pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha; e ela por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.

Formado em medicina pela Unigranrio, no ano de 2004, aos 27 anos, Jairinho nunca exerceu a profissão -- no mesmo ano foi eleito vereador pela primeira vez e iniciou carreira política, seguindo os passos do pai, o coronel da PM Jairo Souza Santos, que reassumiu uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na última semana, em virtude da reforma de secretariado do governador Cláudio Castro (PL).