Rio Coronavírus

Crivella anuncia distribuição de 'cartão cesta básica' de R$ 50 para os 650 mil alunos da rede pública municipal

Auxílio, antes de R$ 100, já havia sido dado a famílias de menor renda; no mês passado, o prefeito chegou a afirmar que o MP-RJ havia suspendido o benefício porque muitos estariam 'comprando cigarro e cachaça'
Prefeito Marcelo Crivella, durante compromisso no bairro de Paciência, no mês passado Foto: Cléber Junior em 27-6-2020 / Agência O Globo
Prefeito Marcelo Crivella, durante compromisso no bairro de Paciência, no mês passado Foto: Cléber Junior em 27-6-2020 / Agência O Globo

RIO — O prefeito Marcelo Crivella afirmou no início da noite desta terça-feira, durante coletiva de imprensa no Riocentro, na Barra da Tijuca, que será distribuído um "cartão cesta básica" no valor de R$ 50 a todos os 650 mil alunos da rede pública municipal, que pode ser utilizado nas compras de supermercados, em função da crise da pandemia do novo coronavírus. Até então, o benefício só havia contemplado famílias de menor renda, inscritos nos programas sociais da prefeitura, e num valor maior, de R$ 100. Estas 200 mil famílias já beneficiadas também receberão o novo auxílio.

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Segundo Crivella. A distribuição dos cartões alimentação será possível porque a Justiça recusou um pedido de liminar do Ministério Público para que a distribuição dos cartões fosse suspensa. De acordo com o município, havia ainda uma orientação da Defensoria Pública para universalizar a distribuição.

— A entrega dos cartões será ao longo do mês de julho, para todos os alunos. A entrega será agendada pelas onze coordenadorias regionais de Educação em datas escalonadas para evitar aglomeração — disse o subsecretário de Gestão da Secretaria Municipal de Educação, Luiz Antônio da Silva Santos.

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No fim de junho, Crivella chegou a a afirmar a uma mãe que o benefício — cartão cesta básica — havia sido proibido pelo Ministério Público do Rio pois estava sendo usado por muitos "para comprar cachaça e cigarro" , mas foi posteriormente desmentido pelo órgão.

Por fim, nesta terça, o prefeito argumentou que a distribuição dos cartões é muito mais prática que a distribuição de cestas básicas. Há quatro meses, a prefeitura começou a distribuir cestas para famílias. Mas, das 120 mil previstas, foram entregues cerca de 50 mil.

Volta às aulas tem futuro incerto

Outra questão abordada pelo prefeito foi em relação à volta das escolas da rede pública municipal. Crivella não garante mais que as aulas presenciais voltarão no início de agosto, como ele chegou a anunciar. O prefeito afirmou que tudo irá depender das curvas de contágio da Covid-19 nas próximas semanas, e revelou que 60% das pessoas ouvidas pela prefeitura são contrárias à volta das aulas neste momento. Dias antes, a secretária de Educação do município, Talma Suane, havia dito na Câmara dos Vereadores que provavelmente as aulas não voltariam antes do fim de agosto ou iníco de setembro.