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Por Carolina Freitas — Rio de Janeiro

O que era para ser mais um dia normal de volta para casa depois de uma cansativa rotina de trabalho, virou momentos de terror para uma manicure de 22 anos, moradora da comunidade na Tijuca, Zona Norte da cidade. Ela, que preferiu ter o nome preservado, é funcionária de uma esmalteria que fica dentro de um shopping na Zona Sul, e contou ao GLOBO que na noite da última quarta-feira sofreu abusos e agressões dentro de um ônibus da linha 415 (Usina x Leblon).

— Eu faço esse trajeto todos os dias. Escolhi esse ônibus porque acho mais rápido para voltar para casa. Na quarta-feira peguei ele (ônibus) por volta de 21h. Chegando na Central do Brasil desceu quase todo mundo, como sempre acontece. Mais para frente, três meninos entraram pela porta de trás sem pagar passagem, já que o motorista do 415 sempre deixa. Na Praça Saens Peña, outros passageiros desceram e só sobramos eu e os garotos. Aí eu já comecei a ficar apreensiva, mas fiquei quieta no meu canto — conta a vítima.

A mulher continua dizendo que de repente um dos meninos se aproximou dela e pediu que ela entregasse o celular.

— Eu falei que não ia dar (o aparelho) e ele disse que me conhecia. Falou com todas as palavras que eu morava em uma comunidade, me levou para a parte de trás do ônibus e começou a me bater. Recebi socos na cabeça, puxão de cabelo. Depois vieram os outros dois e tiraram a minha calça. Mesmo com dor, consegui lutar contra eles. Eles passaram a mão nas minhas partes íntimas e também morderam meu peito. Nessa hora eu comecei a gritar para o motorista e pedi para ele parar o ônibus — lembra.

A manicure conta que, depois de muito implorar para que o veículo parasse, o motorista freou o ônibus, e ela desceu na frente de uma pizzaria perto de casa.  

— Ali já é um lugar que eu costumo descer, mesmo. Depois que eu saí (do ônibus) os meninos fugiram e gritaram dizendo que iam me achar, que viriam atrás de mim. O motorista saiu do ônibus e me botou para sentar no chão. Ele pediu desculpa e disse que me deixaria ali para alguém me ajudar. Eu estava muito nervosa, mas consegui ligar para meu irmão e pedi para ele me buscar. Enquanto não chegava, uns rapazes me ofereceram ajuda e chamaram uma viatura que fica ali perto — detalha.

Ao relatar como foi atendida pelos policiais, a vítima afirma que se sentiu menosprezada.

— Expliquei o que tinha acontecido e a resposta de um deles foi: "nossa, parece até cena de filme, não acredito que isso aconteceu". Depois eu disse que ia esperar meu irmão para ir ao hospital e eles se ofereceram para ir também. Chegando à UPA da Tijuca eu fui para a classificação de risco. Pedi remédio para dor de cabeça e foi negado. Disseram que só um médico podia me dar. Não fizeram um exame em mim, sendo que eu levei bastante soco no rosto. O que eu recebi foi um atestado de dois dias em casa — ressalta.

Ela relata que está com medo de pegar transporte público novamente.  

— Não consigo entrar em um ônibus e não chorar. Eu fui abusada dentro de um coletivo e ninguém fez nada — desabafa. 

A vítima fez um registro de ocorrência on-line, mas ainda não foi chamada para comparecer à delegacia.

A reportagem tentou contato com a Viação Alpha — que administra a linha de ônibus onde ocorreu o crime, mas até a publicação desta matéria não teve retorno. Procurada, a Polícia Civil ainda não deu informações sobre o caso.

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