Rio
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Por AFP

A Promotoria do julgamento do acidente aéreo Rio-Paris em 2009 absteve-se nesta quarta-feira de pedir a condenação da fabricante Airbus e da companhia aérea Air France, posição que indignou os parentes das vítimas. Após oito semanas de audiências, o Ministério Público apresentou suas alegações finais. O acidente com o voo 447 deixou 228 mortos.

— A culpa das empresas nos parece impossível de provar. Sabemos que esta posição será inaudível para as partes civis, mas não podemos pedir a condenação da Air France e da Airbus — disse a promotora Marie Duffourc.

Após essas palavras, os parentes aplaudiram ironicamente para expressar sua desaprovação.

— Tenho vergonha de ser francesa! Para que serve a justiça? — reagiu uma mulher em uma sala lotada do Tribunal Correcional de Paris, mensagem reproduzida por outros parentes presentes no julgamento.

As palavras da promotora foram ditas ao fim de mais de cinco horas de um pronunciamento em que o MP qualificou o acidente do AF447, o mais grave da história da Air France, como "um drama incomparável".

— Este trágico acidente foi, sobretudo, uma tragédia humana que marcou para sempre os familiares das vítimas, cujo sofrimento tem sido constantemente revivido ao longo destes 13 anos, um tempo longo demais — afirmou Marie Duffourc.

Ela frisou que "representar a sociedade em tal julgamento significa preservar a ordem social e lembrar que o respeito à vida humana não admite qualquer compromisso".

— Seu tribunal terá que fazer aflorar a verdade, a verdade da Justiça, que terá que fazer emergir ou não a responsabilidade penal de Air France e Airbus — disse a promotora.

As caixas-pretas do voo 447 foram encontradas quase dois anos após o acidente — Foto: AFP
As caixas-pretas do voo 447 foram encontradas quase dois anos após o acidente — Foto: AFP

Em 1º de junho de 2009, o avião AF447 caiu no Oceano Atlântico, quase quatro horas depois de decolar do Rio de Janeiro. Seus 216 passageiros e 12 membros da tripulação perderam a vida nesta tragédia.

Embora dos juízes de instrução tenham arquivado o caso em 2019, parentes das vítimas e os sindicatos de pilotos recorreram e, em maio de 2021, a justiça decidiu julgar as duas empresas por homicídios involuntários.

O segundo promotor Pierre Arnaudin detalhou os "fatores que contribuíram" para o acidente, com o objetivo de determinar se Airbus e Air France cometeram erros vinculados com a tragédia.

As duas empresas, que incorrem a uma multa de 225 mil euros cada, contestam qualquer falha.

Segundo laudos periciais, o congelamento das sondas de velocidade do Pitot causou um distúrbio nas medições de velocidade do Airbus A330, que desorientou os pilotos até perderem o controle do avião.

Para o tribunal de apelação, que reverteu a improcedência do caso, a Air France não implementou o "treinamento adaptado" ou as "informações" necessárias para que os pilotos pudessem reagir a essa falha técnica.

Já a Airbus é julgada por "subestimar a gravidade" das falhas das sondas de velocidade, por não tomar as medidas necessárias para informar com urgência as tripulações ou treiná-las de forma eficaz.

As falhas nessas sondas se multiplicaram nos meses anteriores ao acidente. Após o acidente, o modelo foi alterado em todo o mundo.

A tragédia motivou ainda outras modificações técnicas no domínio da aeronáutica e um treino reforçado à perda de altitude e ao estresse dos tripulantes.

O acidente do voo Rio-Paris — Foto: Editoria de Arte
O acidente do voo Rio-Paris — Foto: Editoria de Arte
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