Rio
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Por Felipe Grinber e Jéssica Marques — Rio de Janeiro

Rodrigo Bacellar, candidato do governador Cláudio Castro, foi eleito para presidir a Alerj com ampla maioria: foram 56 votos a favor, 13 abstenções e uma ausência. Depois de uma semana de muitas articulações nos bastidores e em meio a uma crise no Partido Liberal, o deputado estadual Jair Bittencourt (PL) anunciou a retirada de sua candidatura à presidência da Alerj pouco antes da abertura da votação. Com isso, o caminho ficou aberto para o deputado Rodrigo Bacellar (PL), que concorreu ao cargo como candidato único.

A sessão demorou mais do que o previsto. Devido a decisões da Justiça, foram necessárias duas votações para se chegar ao resultado final. Isso porque uma liminar do presidente do Tribunal de Justiça, Henrique Carlos de Andrade Figueira, determinou que a votação fosse secreta, atendendo a pedido feito pelo deputado Felipe Poubel (PL), como antecipou a colunista do Extra, Berenice Seara. Os deputados chegaram a votar manualmente, em cédulas que foram depositadas em urnas e seriam contadas uma a uma no plenário. Quando a votação já estava perto do fim, nova decisão judicial chegou, desta vez do Ministro Luis Felipe Salomão, do STJ, determinando que a votação fosse nominal e aberta. O processo foi reiniciado e só terminou pouco antes das 19h. Alguns deputados já estavam fora da casa e tiveram que voltar às pressas. A única que não conseguiu retornar foi a deputada Lucinha (PSD).

Já empossado presidente, o deputado Rodrigo Bacellar discursa na Alerj — Foto: Lucas Tavares
Já empossado presidente, o deputado Rodrigo Bacellar discursa na Alerj — Foto: Lucas Tavares

Em seu discurso após ser empossado, Rodrigo Bacellar agradeceu nominalmente a três pessoas do executivo estadual: o governador Claudio Castro, o secretário de Gabinete Rodrigo Abel e o secretário de Fazenda Nicola Miccone. Ao citar seu antecessor, Bacellar se disse grato a André Ceciliano, “apesar de qualquer divergência”. Parte do seu discurso foi dedicado a repetir, por algumas vezes, como a lealdade e a gratidão são essenciais na sua visão: "amigo não se abandona e não se vende em lugar nenhum", chegou a dizer.

— O Brasil de hoje precisa de paz. O Rio do amanhã precisa de união. Saio desse embate mais maduro, sereno e com ombros pesados de conduzir os anseios das expectativas. Firmo o compromisso com cada um deputado: terão a mim o maior defensor da pluralidade da Casa. O passado está posto. É momento de olhar para o futuro — disse o agora presidente da Alerj.

Fruto de articulações de última hora, a composição da chapa vencedora, chamada de Unidos pelo Rio, incluiu na mesa diretora as deputadas Zeidan (PT) e Célia Jordão (PL). A indicação da petista Zeidan mostrou outro racha, mas dessa vez no PT. O ex-presidente da Alerj André Ceciliano atuou nos bastidores pela candidatura de Jair, mas na véspera da votação, Quaquá, ex-presidente do PT do Rio, publicou nas redes sociais um vídeo pedindo votos para Bacellar.

A composição final da mesa ficou assim: Rodrigo Bacellar (presidente); Brazão (primeiro vice); Tia Ju (segunda vice); Zeidan (terceira vice); Célia Jordão (quarta vice); Rosenverg Reis (primeiro secretário); Dr Pedro Ricardo (segundo secretário); Franciane Motta (terceiro secretário); Giovanni Ratinho (quarto secretário); Índia (primeira vogal); Dr Deodalto (segundo vogal); Valdecy da Saúde (terceiro vogal); Renato Miranda (quarto vogal).

No discurso em que abriu mão da candidatura, Jair Bittencourt agradeceu ao governador Claudio Castro e declarou voto em Rodrigo Bacellar a quem chamou de “meu presidente”. Pregando a pacificação e o diálogo entre as duas alas, ele ainda ressaltou que sua decisão de retirar a candidatura foi “pelo acordo, pelo bem do estado”. Ao final, os dois se abraçaram, sob aplausos e gritos de apoiadores de Bacellar.

— Vossa excelência tem uma personalidade e é combativo. Temos jeitos diferentes, mas aqui terá um deputado aliado. Nós saímos melhor dessa situação. Não chegaríamos para essa Casa na votação e ter um embate, pois não é pessoal. O meu voto é em vossa excelência em cumprimento a esse acordo pelo bem ao estado e em respeito ao governador de quem há poucos dias era secretário — disse Bittencourt.

Na sequência, o deputado Carlos Minc (PSB), que presidia a sessão por ser o decano da Casa, lembrou que a oposição marcará presença na Legislatura.

— Gostaria de lembrar apenas que a Assembleia tem oposição e ela será exercida — disse Minc.

Mais cedo os cinco deputados do PSOL anunciaram ter fechado questão para se abster na votação pela presidência da Casa. Após a decisão dos psolistas, Jair Bittencourt decidiu retirar sua candidatura. Os deputados da ala favorável a Jair admitiam que a vitória só seria possível com os 17 votos dos partidos de esquerda. A bancada do PT, por sua vez, terminou dividida. Dos sete votos petistas, dois — Zeidan e Renato Machado — foram para Bacellar. Os demais — Andrezinho Ceciliano, Carla Machado, Elika Takimoto, Marina do MST e Verônica Lima — se abstiveram.

Votação Alerj — Foto: Editoria de Arte
Votação Alerj — Foto: Editoria de Arte

A poucas horas da eleição da mesa diretora e da presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), as movimentações nos bastidores estavam a todo vapor. As bancadas do PT, PSOL e PCdoB se reuniram pela manhã para debater sobre como se posicionar na disputa, diante das duas candidaturas do PL.

Nem mesmo a reunião dos 70 deputados para a posse de ontem pôs fim aos telefonemas e tentativas de virar votos. O GLOBO apurou que Castro nos últimos dias se reuniu com 42 deputados para pedir apoio a Bacellar, usando seu prestígio junto aos parlamentares para tentar sacramentar a disputa. Nas últimas horas, a bancada governista continua tentando virar votos. Entre as negociações estariam a indicação de cargos no PROCON, atualmente sob a influência de deputados que estão com Rodrigo Bacellar, mas abririam mão para fortalecer o aliado na disputa da Alerj.

Desde a inauguração da nova sede da Assembleia Legislativa do Rio, em 2021, o histórico Palácio Tiradentes, na Praça Quinze, deixou de ser palco da efervescência da política fluminense. Mas, ontem, com a posse dos 70 deputados estaduais para o próximo mandato, os corredores reviveram o velho burburinho e a solenidade ficou em segundo plano. Teve muito cochicho, conversa reservada, cafezinho e disse me disse: tudo com foco na eleição do presidente e da Mesa Diretora da Casa, marcada para hoje.

No último fim de semana, a base do governo na Alerj rachou pela disputa do cargo mais importante da Casa. Integrantes do Partido Liberal (PL) e secretários do governo Cláudio Castro, Rodrigo Bacellar e Jair Bittencourt vão disputar a presidência. O clima estava tão quente ontem no Palácio Tiradentes que Carlos Minc (PSB), que presidia a sessão de posse por ser o decano, brincou com a situação ao iniciar a cerimônia:

— Boa-tarde a todos. Ocupem vossas bancadas e vamos proceder a votação nominal.

Foi um momento de desconcentração num dia tenso. A eleição do presidente será o primeiro teste do quebra-cabeça montado por Cláudio Castro em sua coalizão para se reeleger no ano passado. O secretariado estadual foi todo escolhido levando em consideração Bacellar no comando da Alerj. Mas essa peça não se encaixou no último minuto, já que Bittencourt, insatisfeito com a distribuição de cargos, desafiou o esquema planejado. A candidatura de última hora embaralhou os planos e deverá impactar o governo.

Cargos à disposição

Para apoiar Bittencourt, nomes do PL colocaram à disposição do Palácio Guanabara cargos e indicações. Além do próprio, que é secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca, acompanharam o movimento Doutor Serginho (secretário de Ciência e Tecnologia) e o presidente estadual do PL, Altineu Cortes, que escolheu nomes na pasta da Educação.

Alguns “bombeiros” tentaram, sem êxito, ao longo da semana, unir as duas chapas. Mas quem conversa com os dois candidatos percebe que há poucas chances. O núcleo duro de Bacellar crê que, em caso de vitória de seu candidato, a ala derrotada perca o espaço conquistado no governo. Mas a conta não é simples. A grupo dissidente garante ter apoio de nove dos 17 deputados eleitos pelo PL. Se esse número se confirmar, mesmo em caso de derrota, Bittencourt sai da disputa fortalecido porque conquistará a liderança do partido, o que dá a ele o poder de escolher quem vai assumir cargos nas comissões.

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