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Por Geraldo Ribeiro — Rio de Janeiro

Quatro jovens da Baixada Fluminense, com idades entre 15 e 22 anos, que nunca saíram do país, embarcam dia 20 de maio para uma viagem dos sonhos: vão passar três semanas na Fryeburg Academy, escola do estado do Maine, nos Estados Unidos, onde trocarão experiências musicais com estudantes americanos. O intercâmbio foi possibilitado por uma parceria entre o Instituto Zeca Pagodinho, onde as meninas integram o projeto "Viva Xerém!", e a instituição dos EUA.

— É a primeira vez que vou para fora do país. Estou ansiosa, sempre quis fazer uma viagem dessa e, com a música levando a gente, é muito mais especial — comemora Carolina Cardeira, de 22 anos, moradora de Xerém, que desde os 11 está no projeto social.

A jovem, que toca violino e há quatro anos se tornou monitora, vai viajar em companhia das colegas Anna Luíza Cole, de 15; Isadora Amann, de 18; e Gabriela de Brito, de 19. O grupo será completado pela professora e violonista Carla Rincon.

Durante o tempo em que permanecerão em solo americano, as jovens do Instituto Zeca Pagodinho terão aulas de música de câmara e de diferentes práticas musicais no período da manhã. O programa inclui passeios culturais à tarde. Ao final da experiência, participarão de um grande concerto com canções brasileiras e americanas.

— Vai ser uma experiência diferente. Estou ansiosa. Vai ser uma boa troca com pessoas diferentes e a cultura de outro país. Sair da minha bolha vai fazer toda a diferença — aposta Anna Luíza, a caçula do grupo, cujo lugar mais longe onde já foi é o estado do Espírito Santo, onde tem parentes.

A adolescente chegou no projeto aos seis anos e, após aprender noções de teoria musical e flauta, optou pelo violino, instrumento com o qual sempre se identificou. Ela ainda não sabe se a faculdade de música será o seu destino, a exemplo das colegas de viagem, mas adianta que o instituto a está levando nessa direção.

De família pobre — o pai faz cortinas e persianas e a mãe é aposentada — Isadora Amann, de 18, diz que se não fosse pelo instituto e o convite da instituição americana, não sairia do país tão cedo. A jovem que ingressou no projeto aos dez anos toca viola. Ela acredita que a experiência com a viagem será enriquecedora.

— Vamos ensinar um pouco da nossa cultura e aprender a deles. Vai ser uma boa troca — comemora.

Moradora de Imbariê, Gabriela Brito, de 19 anos, que toca violoncelo, entrou no projeto aos nove anos. A viagem mais longa que já fez foi para participar de um festival em Londrina, no Paraná. Sua expectativa agora é se apresentar para os americanos:

— Conhecer outro país através da música, que é uma coisa que gosto muito, não tem preço.

Desde que surgiu o convite para o intercâmbio, no fim do ano passado, as quatro meninas passam por um treinamento intensivo. As jovens, que integram um quarteto de cordas do projeto, vêm ensaiando um repertório de câmara, incluindo composições de Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnattali, Guerra-Peixe e outros compositores brasileiros.

Com a parceria de um curso de inglês, as meninas estão treinando o idioma americano para fazer bonito na viagem. O Instituto Zeca Pagodinho bancou as despesas com passaporte, visto e passagem aérea. Estadia, alimentação e os deslocamentos em solo americano ficarão por conta da instituição anfitriã.

— É de suma importância (o intercâmbio). É uma experiência que muda a vida das pessoas. Abre horizontes. Para a instituição, é um fator motivador. Esperamos que, no ano que vem, possamos repetir a experiência com outros grupos de alunos — diz Louiz Carlos da Silva, diretor-geral do Instituto Zeca Pagodinho.

A instituição vai completar 24 anos em agosto. O projeto "Viva Xerém!”, que conta com o patrocínio da Light, do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, atende 250 crianças e jovens da região que recebem, de maneira gratuita, preparo artístico integral com aulas de instrumentos, prática de conjunto e artes plásticas.

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