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Por O GLOBO com AFP e Le Figaro

Foram 14 anos de espera pela decisão da Justiça francesa sobre a queda do voo 447, da Air France, em 1º de junho de 2009, que deixou 228 mortos. Na manhã desta segunda-feira, foi decidido pela absolvição da companhia aérea e da Airbus, fabricante da aeronave. Ao longo do processo foram ouvidos peritos, pilotos, policiais, autoridades de controle aéreo e familiares das vítimas. O tribunal considerou que, apesar de cometerem "falhas", era "impossível demonstrar" sua culpabilidade. As duas empresas enfrentaram a acusação de homicídio culposo.

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Entenda a decisão:

  • A Justiça francesa absolveu a Air France e a Airbus pelo acidente com o voo 447, ocorrido em 2009.
  • O caso foi arquivado pelos juízes de instrução em 2019, no entanto, as famílias das vítimas e os sindicatos de pilotos apresentaram recurso.
  • Em maio de 2021, a justiça determinou o julgamento das duas empresas por homicídios culposos, quando não há intenção de matar, no qual enfrentavam agora.
  • O acidente, que aconteceu há 14 anos, deixou 228 mortos.
  • Este é o caso com maior número de mortos da história das companhias aéreas francesas.
  • O tribunal considerou que, apesar de cometerem "falhas", não se "pôde demostrar (...) nenhuma relação de causalidade segura" com o acidente.
  • Para o tribunal, a Airbus cometeu "quatro imprudências ou negligências" por não ter mandado substituir os modelos das sondas Pitot ditas "AA" e pelo fato de ter evidências de "retenção de informações" das empresas.
  • Ainda segundo o tribunal, a Air France cometeu “imprudência culposa”, relacionada com os métodos de distribuição de uma nota informativa dirigida aos seus pilotos sobre a falha das sondas.
  • Mesmo com estes pontos, o tribunal entendeu que, na área penal, “um provável nexo de causalidade não é suficiente para caracterizar um crime. Neste caso, quanto às faltas, não pôde ser demonstrado certo nexo de causalidade com o acidente”.
  • O processo ocorreu de 10 de outubro a 8 de dezembro do ano passado.
  • Foram ouvidos peritos, pilotos, policiais, autoridades de controle aéreo e familiares das vítimas.
  • Durante o processo, procurou-se entender as reações da tripulação na cabine de pilotagem, bem como os perigos decorrentes de falhas da sonda.
  • Houve o congelamento das sondas de velocidade no momento em que o avião sobrevoava o Oceano Atlântico.
  • Após o acidente, o modelo da sonda foi substituído em todo o mundo.
  • Ao longo do julgamento, os representantes da Airbus e da Air France defenderam que as empresas não cometeram nenhum crime.
  • Ao final do processo, ambas as companhias foram absolvidas, ao considerar que era "impossível demonstrar" sua culpabilidade.

Reação com a decisão:

  • Os parentes das vítimas, as equipes da Air France e da Airbus e jornalistas chegaram à grande sala de audiência pouco depois das 13h30 em Paris (8h30 em Brasília).
  • Parentes das vítimas ficaram de pé ao ouvirem o anúncio da absolvição.
  • O presidente da corte continuou a leitura da decisão em um silêncio sepulcral.
  • A presidente da associação Entraide et Solidarité AF447, Danièle Lamy, disse, após a decisão: "Esperávamos um julgamento imparcial, não foi o caso. Estamos enojados".
  • O advogado de partes civis do julgamento, Alain Jakubowicz, também lamentou a decisão: "Disseram que são 'responsáveis, mas não culpados'. E é verdade que estávamos esperando a palavra 'culpado'."

As caixas-pretas do voo 447 foram encontradas quase dois anos após o acidente — Foto: AFP
As caixas-pretas do voo 447 foram encontradas quase dois anos após o acidente — Foto: AFP

Entenda o acidente:

  • O avião, um A330 com a matrícula F-GZCP, decolou do Rio de Janeiro, no Brasil, com destino a Paris, na França, no dia 1º de junho de 2009.
  • Horas depois da decolagem, enquanto o voo 447 sobrevoava o Oceano Atlântico, a aeronave caiu.
  • A bordo estavam 216 passageiros e 12 tripulantes, totalizando 228 mortos.
  • As vítimas eram de 33 nacionalidades: 61 franceses, 58 brasileiros e 28 alemães, assim como italianos (9), espanhóis (2) e um argentino, entre outros.
  • O acidente foi o mais letal da história da aviação comercial francesa.
  • Os primeiros fragmentos do avião, assim como os corpos, foram encontrados nos dias que se seguiram ao acidente.
  • Os destroços da aeronave foram encontrados apenas dois anos depois da queda, a 3.900 metros de profundidade.
  • Foram também encontradas as duas caixas-pretas, o que permitiu recuperar o áudio dos pilotos do voo.
  • O conteúdo das caixas-pretas confirmou que o acidente foi motivado pelo congelamento das sondas de velocidade no momento em que o avião estava em voo de cruzeiro.
  • Voo de cruzeiro ocorre em uma zona com condições meteorológicas adversas denominada Zona de Convergência Intertropical.
  • O congelamento levou os aparelhos a emitirem informações incorretas sobre altitude, o que fez com que os pilotos perdessem o controle do avião.
  • Investigações sobre a queda revelaram que danos semelhantes haviam ocorrido antes do acidente, nos modelos de sondas Pitot chamadas "AA", que pareciam congelar com maior frequência, nos aviões A330 e A340.
  • Durante o processo, realizado de outubro a dezembro do ano passado, especialistas reconstituíram os últimos 4 minutos e 23 segundos do voo a partir do congelamento das sondas Pitot.
  • As últimas palavras dos pilotos e os ruídos da cabine, retirados das caixas-pretas, foram reproduzidos a portas fechadas em 17 de outubro.
  • A absolvição da Air France e da Airbus pela justiça francesa por conta da queda do voo 447 ocorreu 14 anos após a tragédia.

Mais recente Próxima Absolvição de Air France e Airbus frustra parentes de vítimas que pediriam indenizações justas

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