Cleber Conceição Sirilo, de 39 anos, preso por atear fogo em um ônibus lotado em Duque de Caxias na última quarta-feira, disse não saber como o crime aconteceu. Segundo informações da polícia, o suspeito, que está internado no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, sob custódia, já está lúcido e orientado, respondendo de forma cínica e debochada às perguntas da corporação. Quando questionado sobre o ato, diz que estava no ônibus, mas nega que foi ele quem ateou fogo no veículo.
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De acordo com as primeiras informações, o suspeito não seria parente nem mantinha qualquer tipo de relação com as vítimas. Segundo o delegado Flávio Rodrigues, responsável pelo caso, a esperança é entender as motivações a partir da colaboração da família. Entretanto, nenhum familiar foi procurar o suspeito no hospital até o momento. O delegado pretende ouvi-los na próxima semana.
A investigação tenta descobrir o que teria motivado o ataque que matou a menina Heloise Victoria da Silva Ribeiro, de 4 anos, e deixou ferida outras quatro pessoas. Heloise teve queimaduras de 2° e 3° graus em 90% do corpo e morreu na noite de quinta-feira, no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes. A menina foi enterrada na sexta-feira.
A mãe, a dona de casa Larissa Silvestre da Silva, de 26 anos, segue internada em estado grave, também com 90% do corpo queimado. Larissa sofreu as queimaduras quando tentava salvar a vida da filha, protegendo-a com o corpo. Como está inconsciente, ainda não sabe do falecimento de Heloise. Segundo informações da família, Larissa está respondendo bem às medicações, o que foi uma notícia boa em meio a tristeza.
Como incêndio aconteceu
Segundo o Corpo de Bombeiros, a corporação foi acionada para combater as chamas de um ônibus, por volta das 10h59 de quarta, na Avenida Brigadeiro Lima e Silva, localizada no Centro de Duque de Caxias. Duas mulheres também teriam sido pisoteadas ao tentar deixar o ônibus.
O suspeito embarcou no coletivo, na altura da Rodovia Washington Luís, levando uma espécie de sacola onde estavam dois galões plásticos. Pouco depois, quando o veículo trafegava pela Avenida Brigadeiro Lima e Silva, próximo a um supermercado, o homem, sem nada dizer, colocou um capuz no rosto e usou uma faca que levava para furar os galões.
Em seguida, espalhou um líquido inflamável no chão e ateou fogo no veículo. Ainda não se sabe o que teria motivado o ataque.
Na sexta-feira, a juíza Mariana Tavares Shu, da Central de Custódias, converteu o flagrante de Cléber Sirilo em prisão preventiva. No despacho, ela afirmou que “a gravidade da conduta é extremamente acentuada, já que o custodiado ateou fogo em um ônibus com inúmeros passageiros, com a intenção de matá-los, sendo certo que a crueldade da ação indica a mais absoluta inadequação do custodiado ao convívio social e sua inegável periculosidade”.
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