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Por Camila Araujo e Luiz Ernesto Magalhães — Rio de Janeiro

Em entrevista exclusiva ao GLOBO no fim da tarde desta quarta-feira, a vereadora Verônica Costa (PL) negou as acusações que fundamentaram sua condenação a dez anos e oito meses por torturar seu ex-marido Márcio Costa, em 2011. Verônica disse que, na verdade, foi uma vítima de Márcio por ter vivido um relacionamento abusivo durante mais de dez anos. O ex-marido, por sua vez, sustenta que as provas obtidas nas investigações demonstram que a vítima foi ele:

— Quando soube da condenação, tive um pico de pressão e fui parar no hospital. Estou conversando com você medicada. O que estão fazendo comigo é uma injustiça, pura maldade. Quem me conhece sabe que não levanto o braço para ninguém. Vamos recorrer porque quero provar que sou inocente — disse.

Verônica acrescentou que veio de uma família humilde e tradicional, que prezava pela manutenção de relacionamentos duradouros. E que por isso, ficou tanto anos com o ex-companheiro, a quem se uniu depois de se separar do empresário do funk Rômulo Costa, tio de Márcio.

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Ao explicar a acusação de torturar Márcio junto com parentes, ela repetiu boa parte dos argumentos que ofereceu em entrevistas em 2011:

— Ele bebia muito. Mas eu suportava. Foram momentos difíceis, cheguei a pesar 100 quilos devido a toda a tensão do relacionamento. Uma noite chegou em casa alcoolizado, todo arrebentado e inventou essa história. Botou na minha conta e da minha família. Mas todos fizeram exames de corpo de delito, e a perícia não encontrou um arranhão sequer em nenhum de nós — disse Verônica.

A versão dela não pôde ser confirmada pela reportagem porque o processo se encontra em segredo de Justiça. Atualmente, Márcio mora em Miami, para onde se mudou um ano depois do caso:

— As provas são contundentes. Eu fui torturado por ela e pela família e cheguei a entrar em coma devido às agressões. Primeiro, ela inventou que eu usava drogas, o que não é verdade. Fiz exames toxicológicos. O agredido fui eu, mas ela chegou a registrar queixa na Delegacia da Mulher (Deam) contando uma história falsa — alegou Márcio.

Marcio Costa, quando foi à delegacia denunciar crime  — Foto: Bruno Rohde / Agência O Globo
Marcio Costa, quando foi à delegacia denunciar crime — Foto: Bruno Rohde / Agência O Globo

Ele explicou também porque ficou com Verônica por mais de dez anos apesar do relacionamento ruim:

— Sou uma pessoa muito tranquila. A relação, como em todo casamento, tinha altos e baixos. Mas ela não era emocionalmente equilibrada — disse Márcio.

Nesta terça-feira, a Justiça do Rio aumentou para dez anos e oito meses a condenação da vereadora Verônica Costa (PL), a Mãe Loura, pela tortura do seu ex-marido Márcio Costa. A decisão foi dada em julgamento na 2ª Câmara Criminal, em apelação do Ministério Público contra sentença em primeira instância na qual a funkeira tinha sido condenada a cinco anos e 10 meses de prisão. O caso veio à tona em fevereiro de 2011, após Márcio, que na época era casado com Verônica, denunciar o caso à Polícia Civil.

Os desembargadores decidiram que o cumprimento da pena será em regime inicialmente fechado. Eles ainda mantiveram a determinação de que Verônica perca o cargo de vereadora, conforme sentença do juiz Marcelo Oliveira da Silva, da 16ª Vara Criminal, de 2019. A perda do mandato ocorrerá apenas após trânsito em julgado, segundo a legislação. Caso ela não consiga mudar a decisão judicial com recursos, ficará inelegível.

— Mesmo depois de ser torturado, de ter ficado em coma no hospital na UTI, ela ainda estava procurando matadores para me executar. Soube por outras pessoas que conhecíamos em comum. Eu fiquei numa situação no Rio de Janeiro muito difícil, andando com medo nas ruas, trocando de endereço toda hora. Minha vida virou uma loucura. Eu fui obrigado a sair do país — contou Marcio.

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