Chegou a 11, nesta quarta-feira, o número de detentos que seriam transferidos de Bangu 1 para presídios federais e foram beneficiados por decisões de desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio. Os últimos a receberem a concessão foram André Costa Bastos, o Boto, Alexandre Jorge do Nascimento, o Jason, Avelino Gonçalves Lima, o Alvinho, Marcelo de Almeida Farias Sterque, o Marcelinho Merendiba, e Magno Tatagiba, o Magno da Mangueira. Desses, quatro já haviam sido levados para os presídios federais nos últimos dois dias.
A decisão que suspende a transferência de Boto é do desembargador Claudio Tavares de Oliveira Junior, da 8ª Câmara Criminal, que determinou que ele permaneça em unidade prisional estadual até que se julgue o habeas corpus impetrado pela defesa. Apesar da liminar, o criminoso, considerado um dos chefes da milícia na região de Jacarepaguá e Recreio, também na Zona Oeste da capital fluminense, estava entre os seis presos levados para um presídio federal.
Boto tem seis anotações criminais por organização paramilitar, receptação, homicídios, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. Segundo a polícia, ele também era responsável por ordenar ataques nas regiões de Curicica e no Terreirão, ambas na Zona Oeste do Rio.
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Já no caso de Jason, a decisão pela suspensão é da desembargadora Katia Janguitta, da 2ª Câmara Criminal do TJRJ. Ele é suspeito de matar 40 pessoas na Baixada, onde atua. Tem nove anotações criminais por homicídio qualificado, homicídio simples, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e estelionato.
A decisão da suspensão de Marcelinho Merendiba, por sua vez, é da desembargadora Maria Angélica G. Guerra Guedes, da 7ª Câmara Criminal. Segundo ela, "não foi possível observar o devido processo legal para a transferência do apenado para estabelecimento prisional federal". O criminoso fugiu do Complexo de Gericinó em janeiro e foi recapturado em abril. Tem 11 anotações criminais por roubo, homicídio, resistência, porte ilegal de armas de fogo e tráfico de drogas.
A decisão que suspende a transferência de Avelino Gonçalves Lima, o Alvinho, é do desembargador Claudio Tavares de Oliveira. Alvinho é chefe do Povo de Israel, quadrilha que pratica extorsões de dentro das cadeias. Em 2021, uma rebelião no presídio Romeiro Neto, em Magé, na Baixada Fluminense, aconteceu por causa da transferência do criminoso. Ele tem nove anotações criminais por homicídio, roubo simples e majorado e estupro.
Nesta quarta-feira, a Justiça suspendeu a transferência de Magno Tatagiba, o Magno da Mangueira. A decisão é do desembargador Antônio Carlos Nascimento Amado, da 3ª Câmara Criminal. De acordo com ele, "não há como acolher as conclusões de trabalho de inteligência policial para embasar uma transferência para unidade de presídio federal". Magno da Mangueira foi um dos traficantes mais procurados do Rio na década de 1990, e é réu pelo abate a tiros de um helicóptero da Polícia Militar no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, em 2009. Três PMs morreram na ocasião.
Castro pediu transferência de 31 presos
No último dia 20, o governador Cláudio Castro (PL) havia pedido a Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, a transferência de 31 presos para unidades prisionais federais por pelo menos três anos. No entanto, no fim da semana passada, pelo menos sete deles tinham conseguido liminares na Justiça suspendendo a decisão.
Foram beneficiados Charles Silva Batista, o Charles do Lixão; Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o My Thor; Anderson Venâncio Nobre de Souza, o Piu; Luiz Fernando do Nascimento Ferreira, o Nando do Bacalhau; Robson Aguiar Ferreira, o Binho; Samuel de Freitas e Silva, o Samuca; e Luiz André Ribeiro Fiuza.
Detentos já transferidos:
Robson Aguiar de Oliveira
Apontado como uma das maiores lideranças de facção criminosa, teria como redutos criminosos comunidades localizadas na cidade de Rio de Janeiro, em especial a Favela do Chapadão em Costa Barros, Zona Norte do Rio. Possui 15 anotações criminais por tráfico de drogas; associação para tráfico de drogas; homicídio qualificado; ocultação de cadáver; roubo majorado; associação criminosa; falsificação de dinheiro; porte, uso e venda de armas de fogo e munições.
Emerson Brasil
Também lidera uma das facções criminosas. Teria como reduto criminoso o Complexo da Pedreira. Tem 42 anotações criminais por tráfico de drogas; associação para tráfico de drogas; roubo; porte ou posse ilegal de arma de fogo e resistência.
Alex Marques de Melo
Dados de inteligência e de investigações policiais o apontam como liderança criminosa de facção, com atuação nas comunidades da Coroa, no bairro do Catumbi; e Fallet/Fogueteiro, em Santa Teresa. Possui 40 anotações criminais por tráfico de drogas; associação para tráfico de drogas; roubo majorado, homicídio; roubo; extorsão, violência doméstica contra a mulher, sequestro e cárcere privado.
Luiz André Ribeiro Fiuza
Considerado uma liderança de facção, teria como redutos criminosos comunidades localizadas na cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, em especial a favela Tira Gosto. Tem 20 anotações criminais provenientes pelos crimes de tráfico de drogas; associação para tráfico de drogas; associação criminosa e homicídio.
Avelino Gonçalves Lima
Apontado como principal liderança de grupo criminoso, no qual detém grande influência. Possui 9 anotações criminais pela prática dos crimes de homicídio, roubo simples e majorado e estupro
Aleksandro Rocha da Silva
Liderança de facção criminosa responsável por comandar o tráfico de drogas no Morro da Covanca e Jordão, no Complexo da Praça Seca. Tem 39 anotações criminais provenientes de associação para tráfico, porte de arma, causar incêndio, tráfico ilícito de drogas, roubo majorado, extorsão e homicídio qualificado.
Anderson Rocha da Silva
Apontado como líder de facção, ele teria como reduto criminoso a comunidade localizada no Morro da Covanca. Possui 17 anotações criminais provenientes de associação para tráfico, crime de dano com grave ameaça, causar incêndio, tráfico ilícito de drogas, cárcere, lesão corporal e homicídio qualificado.
Alexandre Jorge do Nascimento, o Jason. Suspeito de matar 40 pessoas na Baixada, onde atua. Tem 9 anotações criminais por homicídio qualificado, homicídio simples, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e estelionato.
Alexandre Silva de Almeida, o Solinha
Ex-integrante da milícia do Zinho e atua em Campo Grande, na Zona Oeste. Tem 10 anotações criminais por organização criminosa, roubo majorado, homicídio, quadrilha ou bando e extorsão mediante sequestro.
André Costa Bastos, o Boto
É um dos chefes da milícia na região de Jacarepaguá e Recreio, dava ordens para ataques na Curicica e no Terreirão. Tem 6 anotações criminais por organização paramilitar, receptação, homicídios, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas.
Luís Carlos Moraes de Souza, o Monstrão
É chefe do tráfico de favelas de Macaé e do Morro do Urubu, com atuação também na Favela das Malvinas e na Nova Holanda. Tem 111 anotações criminais por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, homicídio qualificado.
Marcelo de Almeida Farias Sterque, o Marcelinho Merendiba
Conseguiu fugir do Complexo de Gericinó em janeiro e acabou recapturado em abril. Tem 11 anotações criminais por roubo, homicídio, resistência, porte ilegal de armas de fogo e tráfico de drogas.
Rodrigo dos Santos, o Latrell
Ex-integrante da milícia do Zinho, principal braço armado do grupo. Tem 8 anotações criminais por homicídio qualificado, associação criminosa, receptação e extorsão e organização criminosa. Atua principalmente na Baixada Fluminense.
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