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Por O GLOBO — Rio de Janeiro

O miliciano Leandro Xavier da Silva, o Playboy da Curicica, morto em confronto com a Polícia Civil nesta quinta-feira, já escapou de uma ação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) em maio do ano passado. Na ocasião, ele estava em uma boate da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Câmeras de segurança do estabelecimento flagraram a fuga, que contou com a ajuda de um policial militar.

Nas imagens, é possível observar que Playboy deixa o local após o agente Marcos Roberto França Júnior disparar diversos tiros na entrada do estabelecimento. A ação serviu para despistar os agentes da especializada. Pouco depois, o miliciano é visto deixando a boate pela porta da frente, sem ser abordado pelos agentes que investigavam os disparos. Playboy foi preso apenas três meses depois.

Ele ficou na cadeia um mês, e a Justiça determinou que fosse monitorado por tornozeleira eletrônica. Com a decretação da prisão em outro processo, por homicídio, em 6 de fevereiro de 2023, Playboy rompeu o equipamento. Desde então, era considerado foragido.

Morto em operação

A operação desta quinta-feira, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, foi realizada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Além de Playboy, um cúmplice dele também ficou ferido na ação e morreu momentos depois: Ivert Leone Ramos Ferreira é apontado pela polícia como segurança pessoal de Leandro. Os dois chegaram a ser levados para o Hospital municipal Evandro Freire, na Ilha, segundo os agentes.

Por meio de redes sociais, moradores relataram um intenso tiroteio na região. Um helicóptero da Polícia Civil chegou a sobrevoar a comunidade durante parte da manhã. Pelo menos dois blindados da corporação também circularam pelas ruas da Maré. Devido à operação, a Clínica da Família Adib Jatene e o Centro Municipal de Saúde Vila do João suspenderam o atendimento.

Ex-aliado de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, Playboy era investigado pelos crimes de homicídio qualificado, roubo, extorsão, tortura, receptação, formação de milícia e organização criminosa. A quadrilha atua na região de Curicica com cobranças de taxas ilegais de segurança, exploração do comércio ilegal de gás, de serviços de internet e de TV a cabo clandestinos, e transporte irregular de passageiros, além de grilagem de terrenos e venda ilegal de imóveis.

Playboy foi baleado pela polícia durante operação no Complexo da Maré — Foto: Reprodução
Playboy foi baleado pela polícia durante operação no Complexo da Maré — Foto: Reprodução

Prisão e fugas

No dia 31 de agosto do ano passado, Playboy foi localizado por policiais civis na Rua Coronel Pedro Correia, em Curicica. Na ocasião, ele dirigia uma caminhonete Amarok. Com o acusado foram apreendidos mais de mil reais, dois celulares, um pendrive e um notebook. Todo material será analisado após liberação judicial.

Em maio do ano passado, ele quase foi preso pela Draco na boate da Barra da Tijuca. Em junho, quando a Draco tentou novamente prender Playboy, cúmplices dele atiraram contra os agentes e um disparo — que não se sabe de onde partiu — atingiu a cabeça da pequena Alice Rocha, de 4 anos, quando ela e a mãe compravam pipoca, em Curicica.

A menina ficou internada durante 40 dias em estado gravíssimo no Hospital municipal Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul do Rio. Ela passou por duas cirurgias na cabeça, uma delas com duração de dez horas, além de ter acompanhamento de diferentes áreas como fisioterapia, pediatria, neurologia e psicologia. Em julho, Alice recebeu alta e se recupera em casa.

Tortura

Leandro Xavier da Silva e outras seis pessoas foram citadas em um processo judicial sobre o crime de tortura contra um homem em 25 de maio do ano passado. O grupo teria invadido um imóvel na Gardênia Azul, também na Zona Oeste do Rio, e levou o morador até a rua, onde foi brutalmente torturado, segundo investigação relatada na ação judicial.

Ainda de acordo com o documento, a sessão de tortura durou 40 minutos, e Playboy desferiu golpes no rosto da vítima, prometendo matar o irmão dela e esquartejar o corpo. Há relatos do uso de armas como barras de ferro e concreto nas agressões. Apesar da denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), um mandado de prisão contra Playboy foi revogado pela Justiça. O processo continua em curso.

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