O Leblon, na Zona Sul da cidade, tem o metro quadrado mais caro do Rio. No Jardim Pernambuco, que faz parte do bairro, essa unidade de medida é particularmente bem cotada. Não por acaso, o condomínio de alta exclusividade abriga uma das mansões mais valiosas do Brasil, anunciada pela bagatela de R$ 220 milhões. Esse palácio, hoje, tem na vizinhança pelo menos outros 11 imóveis de luxo à venda. A oferta, segundo a Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-RJ), indica o aquecimento do setor depois da pandemia.
— É uma questão de escassez. Se você quer morar em uma casa na Zona Sul do Rio, provavelmente a escolha vai ser o Jardim Pernambuco, que concentra os imóveis mais especiais e luxuosos da cidade, e perto da praia. Você tem outros lugares, como a Gávea, por exemplo, mas ela não é tão valorizada em termos de casas — avalia Marcos Saceanu, presidente da Ademi-RJ.
Veja fotos de uma das mansões mais caras do Brasil, que estava à venda por R$220 milhões
A “campeã” do Jardim Pernambuco é anunciada desde 2019. O portão de ferro verde-escuro acompanha a altura de quase dez metros de um muro e muitas árvores nativas de Mata Atlântica que separam a propriedade da Rua Embaixador Graça Aranha. Longe da vista de quem passa em frente, o palacete de 2,5 mil metros quadrados fica em um terreno quase quatro vezes maior. É uma construção em estilo inglês com seis suítes, 18 banheiros, 15 vagas de garagem, salas de estar, jantar, música e reunião, biblioteca, sauna, área de lazer com churrasqueira e piscina semiolímpica. Além, claro, de heliponto no jardim com projeto paisagístico de Burle Marx.
— Não é fácil vender uma mansão dessas, mas todo imóvel tem seu comprador — analisa Saceanu.
O condomínio, a cinco minutos a pé da praia, tem câmeras de segurança em todas as ruas, vigilância 24 horas e cancelas. Serviços de limpeza e manutenção são particulares.
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Esses confortos são divididos por todos os moradores locais. Uma casa mais “modesta”, à venda por R$ 60 milhões, se distingue pelo material empregado na construção: piso de mármore, metal importado nos banheiros e detalhes únicos de marcenaria especializada em seus 800 metros quadrados de área construída.
— Esse tipo de cliente quer localização e tipologia de imóvel específicas — propagandeia João Paulo Salgueiro, da Invexo Imobiliária.
Demolir e reconstruir
Com 1.500 metros quadrados, oferecida por R$ 59 milhões, uma das casas à venda fica na Rua Codajás, na parte baixa do Jardim Pernambuco, mais próxima da Avenida Visconde de Albuquerque. Tem, entre outros luxos, elevador, academia, salão de jogos, duas saunas e adega. No segundo piso, com quatro suítes e escritório, há um mimo para os hóspedes: um loft com entrada independente, sala de estar, cozinha americana, lavanderia, closet, quarto e banheiro.
Outra mansão à venda começou oferecida por R$ 35 milhões e ganhou R$ 3 milhões de desconto. Apesar da pompa das construções locais, não é incomum que os novos proprietários, depois de assinada a escritura, decidam mudar tudo.
— Já vi pessoas comprarem casas novas de mais de R$ 30 milhões, construídas há menos de 20 anos, e demolirem a casa inteira para construírem outra. O mais importante é a localização — explica o corretor Cláudio Castro.
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