Rio
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Por Carolina Callegari — Rio de Janeiro

Visibilidade reduzida e um clima londrino ou de ares de filme pós-apocalíptico. Fenômenos naturais são os responsáveis por essa mudança no cenário carioca. Mas seria névoa ou nevoeiro? Os dois podem ocorrer, inclusive simultaneamente, em pontos diferentes ou seguidos, à medida que há perda de força. Na manhã desta quinta-feira, o nevoeiro surpreendeu na cidade do Rio, o que impactou até mesmo o funcionamento dos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim (Galeão), provocando cancelamento de pousos e decolagens. Porém, a névoa também marcou presença, em bem menos pontos e sem transtornos. A meteorologista do Sistema Alerta Rio Ana Carolina Ferreira explica como ocorrem e as formas de os diferenciar.

  • Névoa ou nevoeiro? A diferença é em relação à visibilidade horizontal, o que conseguimos enxergar a olho nu.
  • Nevoeiro: a visibilidade horizontal é menor do que mil metros (um quilômetro), e é mais densa, dificultando a visibilidade mais do que quando ocorre névoa.
  • Névoa úmida: a visibilidade horizontal é entre mil metros (um quilômetro) e cinco mil metros (cinco quilômetros), e a visibilidade não é tão impactada como no nevoeiro; diferente da seca, ocorre num processo de condensação da gotícula de água no ar, sem relação com a poluição.
  • Névoa seca: mistura de ar com poluição, mas que ocorre com umidade relativa menor do que a da névoa e do nevoeiro.
  • Neblina: é o nome popular para nevoeiro.
  • O nevoeiro se forma a partir de uma combinação de fatores. O predomínio de sistema de alta pressão faz com que o céu fique predominantemente claro, com poucas nuvens, o que favorece o resfriamento da superfície, isto junto a ventos fracos e umidade do ar elevada.
  • O nevoeiro é mais denso em termos de visibilidade, por isso acaba dificultando mais a ver à frente, como alto de prédios e o trânsito.
  • Esses fenômenos podem ocorrer ao longo de todo o ano, mas, devido às características, são mais comuns no inverno.
  • Foi a geografia local de regiões como o Centro e a Baía de Guanabara que fez com que o nevoeiro se mantivesse por mais tempo. Com ventos mais calmos — diferente da orla da Zona Sul e da Barra da Tijuca, na Zona Oeste —, há demora em se dissipar.
  • A tendência é que se dissipe ao longo do dia, com aumento dos ventos e da temperatura.
  • A previsão de nevoeiro ou neblina para o dia seguinte pode ser feita à noite.

A meteorologista Ana Carolina Ferreira explica que os ventos fracos, ou até sua ausência, são fundamentais para as formações desses fenômenos. Nesta quinta-feira, o nevoeiro que se estendeu pela manhã em áreas longe da orla reduziu a visibilidade, exigindo mais atenção no trânsito e impactando a circulação até das barcas e pousos e decolagens no Aeroporto Santos Dumont.

— Ficou mais registrado entre a Baía de Guanabara e o Centro por ser uma área mais abrigada devido à geografia. Ali, há ventos mais calmos do que no restante da cidade, como Zona Sul e Barra da Tijuca, pontos onde o nevoeiro se dissipou muito mais rápido. Já a névoa, hoje, tivemos no Campo dos Afonsos, no período do início da manhã, e no Galeão. A tendência, com a aumento da temperatura, é que aumente também a visibilidade nas próximas horas, dissipando-se à tarde — detalha a meteorologista.

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