No contrato de concessão do Jardim de Alah, válido por 35 anos, estão previstas contrapartidas sociais para atender aos moradores da Cruzada São Sebastião, vizinho ao parque. A principal será a construção de um Espaço de Desenvolvimento Infantil — EDI (que integra cheche e atendimento pré-escolar) nos padrões que a prefeitura do Rio vêm adotando nos últimos anos, para receber crianças com menos de seis anos. Quando ficar pronta, a unidade será entregue totalmente equipada para a Secretaria municipal de Educação, que ainda definirá o modelo de gestão e a oferta de vagas. Outra contrapartida do consórcio será a construção de uma nova quadra poliesportiva.
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O montador de móveis Maip Neves, de 35 anos, trabalha na Cruzada São Sebastião e acredita que as novidades proporcionarão mais opções às famílias:
— A área do parque está abandonada. Atualmente, até de lixão estão fazendo o Jardim de Alah. Passeio em Copacabana e pela orla toda e sinto falta disso. Eu tenho uma filha de 2 anos. Essa infraestrutura vai trazer mais lazer.
Além disso, várias entidades deverão prestar apoio a projetos sociais na Cruzada, como previsto em cartas-compromisso. A NBA Brasil prometeu ajudar na logística, fornecendo materiais e ajudando na organização de torneios nas quadras a ser implantadas. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou que vai ajudar escolinhas de futebol e doar equipamentos esportivos. O Flamengo e o Vasco pretendem oferecer vagas para a comunidade na escolinha de remo.
— Os moradores apoiaram o projeto principalmente devido à construção da creche. A comunidade tem cerca de 5,5 mil moradores, sendo que pelo menos 300 crianças na faixa etária de EDIs. Hoje, quem não consegue uma vaga pública perto da comunidade paga em média R$ 300 a R$ 400 por mês. O que tiver de mais atividades claro que será bem-vindo — explicou Raquel Moreira, presidente da Associação de Moradores do Bairro São Sebastião (Amorabase), como a Cruzada é oficialmente conhecida.
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Raquel lembra que, em 1980, uma creche pública foi fechada no Jardim de Alah. Quanto ao ensino fundamental (1º ao 9º ano), ela diz que a demanda dos moradores já é atendida por duas escolas públicas da região: as escolas municipais Henrique Dordsworth (vizinha à comunidade) e George Pfisterer, localizada nas proximidades da sede do Flamengo.
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O futuro EDI cumpre as exigências previstas no edital: terá seis salas de aula, dois berçários, dois solários, um fraldário, um lactário, quatro salas de atividades e um espaço multiúso. Todos os EDIs funcionam em tempo integral (7h15 às 17h15), mas com horários de entrada e saída flexíveis. As crianças podem ingressar nos Edis entre 7h15 e às 9h e a saída pode se dar a partir das 16h. Há ainda uma opção de atendimento apenas em horários parciais.
Projeto com inclusão
O projeto apresentado pela Rio+ Verde à prefeitura prevê espaços inclusivos a pessoas neurodivergentes e com deficiências físicas. Jogos cooperativos, piqueniques e oficinas de arte inclusivos, atividades sensoriais, clubes de leitura e programas de voluntariado estão elencados para sair do papel. Há previsão, ainda, de criação de circuitos com caminhadas, ciclismo e ioga para pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e de jogos adaptados e atividades na natureza para pessoas com síndrome de Down.
Veja como ficará o novo Jardim de Alah
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