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Por Roberta de Souza — Rio de Janeiro

João Victor Penha da Silva, de 21 anos, que ficou conhecido como João VS, resolveu quebrar o silêncio depois de diversas acusações feitas contra ele nas redes sociais. Morador de Campo Grande, ele foi chamado de golpista, falsificador, filho de sheik, mentiroso. Apesar de várias acusações, a Polícia Civil do Rio não tinha, até início da semana, nenhuma queixa registrada contra João. Como um menino de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, ostenta uma vida de luxo, na alta sociedade, nas redes sociais? Após diversos relatos, ele ganhou o apelido de “Anna Delvey de Campo Grande” — em referência à impostora russa que, para escalar socialmente, enganou a elite nova-iorquina entre 2013 e 2017, se passando por herdeira alemã. Em entrevista exclusiva ao GLOBO, João diz que se orgulha de sua origem humilde e nega todas as acusações de golpes. Mas não esclarece, no entanto, de que forma tomará medidas judiciais contra pessoas que o acusam também de roubo.

Desde sua adolescência, ele afirma ter grandes sonhos e vontade de conhecer lugares para além do bairro em que morava. Com 17 anos, conta João, fez amizades com pessoas que tinham uma realidade diferente da sua, principalmente da Barra da Tijuca — bairro de classe média alta na Zona Oeste. Segundo ele, os ataques começaram nessa época, muitos deles vindos de vizinhos, que julgavam seus relacionamentos. Uma dessas pessoas, aponta ele, foi responsável por tirar algumas de suas fotos antigas que circulam na internet.

— As pessoas usam essas fotos para praticar bullying e racismo comigo. Essa divulgação é feita como uma forma de provar que sou uma pessoa de família pobre, como se meus amigos não soubessem disso. Todo mundo sabe disso. Meu esposo, que mudou minha vida, sabe disso. Essa imagem minha é algo que eu já fui. Mas tratam como se eu tivesse matado alguém. Tenho muito orgulho de Campo Grande, já comi muito Fofura [biscoito famoso no Rio de Janeiro] e “podrão”. Não tenho nenhuma vergonha da minha história. Tenho muito orgulho de ser preto e de onde vim — afirma ele.

Uma forma de provar que sou uma pessoa de família pobre, como se meus amigos não soubessem disso
— João Vs

No TikTok, uma série de vídeos acusam João de ser “golpista”, com relatos de que ele teria prometido viagens, acesso a desfiles luxuosos no exterior, furtado objetos de “clientes” e que estaria se passando por “filho de sheik”. Contudo, até o momento, nenhuma denúncia foi registrada em delegacias.

Apesar de ostentar uma vida repleta de luxo nas redes, João se considera uma pessoa reservada. O jovem afirma ter bebido pouquíssimas vezes na vida, não fumar e gostar muito de ficar em casa. Ele também diz que nunca quis ser famoso e que foi pego de surpresa com a proporção que a sua história tomou:

— Nunca quis ser famoso, sempre achei que era algo muito sério, que demandava muita responsabilidade. Mas desejava mudar a minha vida e a realidade da minha família. Minha mãe nunca deixou de me dar nada, porém, eu quis ir além. Lembro como se fosse hoje, de ir ao mercado e precisar escolher entre peixe e ovo. Hoje, vivo algo totalmente diferente.

'Paulista abriu portas no mundo da moda'

Com o trabalho de fashion stylist e produtor de moda, ele diz que consegue ajudar a família, que hoje mora em uma casa de classe média em Campo Grande. João também se orgulha de falar que conheceu diversos países do mundo:

— Sou muito grato por conhecer tudo que conheço hoje em dia. A questão não é ter só imagem, fazer dublê de rico. A questão é adquirir conhecimentos, falar línguas e conhecer culturas.

Luxo e ostentação: peças de grife e viagens movimentam as redes sociais de João Vs

Luxo e ostentação: peças de grife e viagens movimentam as redes sociais de João Vs

De acordo com João, sua vida profissional começou quando ele tinha de 17 para 18 anos, quando uma mulher de São Paulo abriu as portas para que ele entrasse no ramo da moda:

— Ela é uma mulher de poder aquisitivo alto, e ela abriu todas as portas para mim. É uma pessoa que não gosta de fama ou de aparecer, mas é envolvida no mundo da moda. Eu a conheci pela internet e depois nos encontramos pessoalmente. Ela acreditou em mim e abriu o leque de contatos dela. Fiz tudo que ela precisava, de maquiagem a cabelo, e ela me levou para o meu primeiro Paris Fashion Week. A partir disso, fui atrás das oportunidades. Não sou idiota, fiz contatos com muitas pessoas. Até porque, assim que pisei em Paris, tive a certeza que voltaria.

Ele explica que o seu trabalho como produtor é diverso. João conta ser responsável por escolher e buscar as roupas que serão usadas em eventos, além de produzir conteúdo e tirar fotos das personalidades, como um “ajudante pessoal”. O influenciador também afirma que possui muitos clientes da alta sociedade, que não são figuras públicas. Durante a entrevista, ele não deu mais detalhes de como foi a sua ascensão social.

Ostentação nas redes

As centenas de publicações de João nas redes sociais incluem registros de refeições luxuosas e até banho numa banheira em Marrakesh, no Marrocos, com três relógios no pulso esquerdo. Ele publica, com frequência, vídeos com roupas de grife e em locais luxuosos ao redor do mundo, com passeios de jet ski e sessões de foto em frente a hotéis cinco estrelas.

Entre as muitas marcas de grife presentes em seus perfis, destacam-se a Chanel, Gucci, Balenciaga — grife da qual o influenciador afirma ser, inclusive, “muito amigo do CEO” — Prada, Dior, Diesel e Versace. Em uma publicação de 21 de janeiro de 2022, ele aparece ao lado de três bolsas da francesa Hermès, cujo preço, no site brasileiro, pode chegar a R$ 52 mil.

'Marido suíço'

Na internet, algumas pessoas o acusam de se passar por milionário para fazer amizades e conseguir vantagens, como viagens e acesso a grifes, hotéis e restaurantes caros. Os locais glamourosos registrados em fotos, de acordo com as denúncias, seriam daqueles frequentados por amigos, assim como as roupas e acessórios de marca. Nos relatos, pessoas dizem que o influenciador se passava por estilista e prometia levá-las a eventos importantes, mas, para isso, elas teriam que pagar pela passagem área dele e abrigá-lo. João nega que praticou qualquer tipo de golpe e diz que tudo que tem foi pelo seu trabalho e ajuda de amigos e do marido.

— As pessoas tentam me derrubar, mas nunca vão conseguir tirar a vida que tenho e o que está por trás disso, que é um grande relacionamento, conquistas e trabalhos. Eu não sou bandido ou assaltante de loja de relógio. Nunca cometi nenhum crime — afirma João.

Segundo João, o marido é suíço e possui diversas empresas, tanto Suíça quanto em Paris:

— Ele me aceitou da forma mais simples e doce do mundo. Acreditou nos meus sonhos e me admira mesmo quando estou completamente natural, sem maquiagem e grifes. É amor de verdade — conta. Os dois estão juntos há quase quatro anos, conta João.

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