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Por — Rio de Janeiro

Abner Ribeiro, pai da jovem Caroline Kethlin de Almeida Ribeiro, de 22 anos, que morreu após ser atingida por um ultraleve no último sábado, falou sobre o acidente que vitimou a filha. A jovem foi sepultada nesta terça-feira, no Cemitério Parque Jardim de Mesquita, na Baixada Fluminense. Abner, que acompanhava Caroline no aeroclube de Nova Iguaçu, afirmou que, apesar do susto, o piloto da aeronave prestou assistência. Mesmo muito abalado, o pai de Caroline disse que perdoava o condutor pelo atropelamento.

— Eu diria para o piloto que o meu coração está dilacerado. Não sei se ele tem filho. Mas, só quem perde um filho, sabe. Sou cristão e perdoo. Não tenho nada a reclamar da minha filha. Ela era uma flor no jardim e Deus a recolheu — desabafou Abner.

Abner Ribeiro — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo
Abner Ribeiro — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

Caroline, que era estudante da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) em Campinas, no interior de São Paulo, veio passar feriado de Independência com a família em Nova Iguaçu depois de desfilar no 7 de setembro. A jovem corria na pista quando sofreu uma pancada na cabeça.

— Eu ouvi um barulho, botei a mão na cabeça e pensei: "Meu Deus, tomara que não tenha machucado ninguém". Em seguida, veio um rapaz e perguntou se tinha alguém acompanhando a Carol e avisando que ela tinha sido atropelada. Quando eu cheguei lá, eu encontrei ela. Eu estava em estado de choque, fiquei fora de mim — disse Abner.

Segundo Abner, os dois tinham o costume de frequentar o aeroclube. Ainda de acordo com ele, tudo aconteceu muito rápido. A jovem teria sido atingida e corpo arremessado a seis metros.

— A aeronave foi rápida ao atingi-la, foi em seis segundos. Deu uma pancada e jogou ela a seis metros. Ele acelerava muito. Acho que ele soltou, a aeronave saiu rápido demais e pegou ela — contou o pai da jovem.

Emoção no velório

Colegas de grupo de orquestra homenageiam jovem morta após ser atropelada por ultraleve

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Familiares, amigos, pastores e militares se despediram de Caroline Kethlin na tarde desta terça-feira. Em clima de tristeza e emoção, colegas do grupo de orquesta compareceram ao velório, prestaram homenagem e choraram no adeus à amiga. A mãe da jovem, Daniele Ribeiro, precisou ser amparada.

— Por que, meu Deus? — indagava Daniele aos prantos.

O corpo de Caroline Kethlin de Almeida Ribeiro foi sepultada nesta terça, no cemitério Parque Jardim de Mesquita, em Mesquita. Caroline foi atingida por um avião ultraleve no sábado passado enquanto corria no Aeroclube de Nova Iguaçu. Na foto, Daniele Ribeiro, mãe de Caroline proximo ao caixão durante o sepultamento — Foto: Domingos Peixoto
O corpo de Caroline Kethlin de Almeida Ribeiro foi sepultada nesta terça, no cemitério Parque Jardim de Mesquita, em Mesquita. Caroline foi atingida por um avião ultraleve no sábado passado enquanto corria no Aeroclube de Nova Iguaçu. Na foto, Daniele Ribeiro, mãe de Caroline proximo ao caixão durante o sepultamento — Foto: Domingos Peixoto

Sonho de ajudar as pessoas

Generosa e empenhada. Essas foram as palavras que Taylor William Ribeiro citou, em entrevista ao GLOBO, ao lembrar da irmã. Ele relata que Caroline seguiu a carreira militar porque sonhava em viajar o país ajudando as pessoas mais necessitadas. Apesar de a jovem ter tido a vida interrompida, a família buscou forças para cumprir o desejo dela de cuidar dos que mais precisam, autorizando a doação de seus órgãos.

— O objetivo dela era se formar e ir para regiões consideradas pobres porque ela tinha o sonho de ajudar os mais necessitados. Os nossos vizinhos aqui de Nova Iguaçu sabem que ela amava as crianças e se oferecia para ajudá-las a aprender a ler e escrever. Nossa família é evangélica, então ela sempre buscava evangelizar também. Ela era muito generosa e empenhada. A minha irmã integrava o núcleo religioso do Exército, até cantava e tocava instrumentos — contou Taylor Ribeiro.

A cirurgia para a retirada de órgãos foi realizada nesta segunda-feira. Os médicos decidiram retirar apenas o fígado e os rins. No último sábado, Caroline deu entrada no Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGN) em estado grave e foi internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) após ser atingida por um ultraleve. Já no domingo, a unidade constatou a morte cerebral da estudante.

Investigações do caso

O delegado José Mário Salomão de Omena, titular da 58ª DP (Posse), disse que a polícia realizou a perícia do ultraleve nesta segunda-feira com o intuito de analisar quais foram as condições do acidente. A polícia também vai ouvir testemunhas. O caso foi registrado como lesão corporal, mas deve ser alterado para homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Agentes que estiveram aeroclube constataram que a aeronave que atropelou Caroline se trata um ultraleve e não de um aeromodelo como se cogitava no domingo. A aeronave de pequeno porte tem cerca de dez metros de envergadura e percorreu menos de 200 metros até atingir a vítima. O piloto fazia um reconhecimento do equipamento quando houve o acidente. Ele sequer decolou.

Segundo técnicos que acompanharam a perícia, uma das barras de metal de sustentação da asa chegou a ficar amassada. O ultraleve modelo Flyer GT foi fabricado na década de 1990 e, segundo a polícia, estava com documentação em dia. O piloto foi identificado apenas como Natan.

Omena disse que a investigação também busca descobrir se o espaço estava liberado para voos e se a jovem poderia caminhar ali. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o Aeroclube de Nova Iguaçu não é uma entidade certificada pelo órgão para oferta de cursos de formação de pilotos e não consta no cadastro de aeródromos privados da Agência. Por isso, não são permitidas operações com aeronaves no local. O Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), da Aeronáutica, também vai investigar as causas do acidente.

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