O projeto de naturalização da Lagoa Rodrigo de Freitas, que prevê novos 2.600 metros quadrados de espelho d’água, terá o seu primeiro trecho, no Parque do Cantagalo, inaugurado até o fim de outubro. O plano encontra-se na terceira fase e aguarda apenas a confecção das placas informativas. Concluída a obra, o programa segue para o outro trecho, no Parque dos Patins. A expectativa da Subprefeitura da Zona Sul é que isso ocorra até a primeira quinzena de novembro.
— A obra do primeiro trecho está na fase de finalização, que é essencial para que o projeto dê certo. Por enquanto, as mudas plantadas há um mês e meio, em sua maioria, pegaram. Vivemos agora a etapa de manutenção, que visa a combater a invasão de espécies vegetais exóticas e garantir que as espécies plantadas prevaleçam e se espalhem — afirma Mario Moscatelli, coordenador do projeto e biólogo.
A iniciativa é uma parceria entre a Subprefeitura da Zona Sul e a Fundação Rio-Águas, e tem ainda como objetivo acabar com o antigo problema de alagamento da ciclovia da Lagoa. A pista para ciclistas passava na área de naturalização e teve seu trajeto desviado.
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A partir dos idos de 1870, quando foram iniciados os aterramentos, a Lagoa Rodrigo de Freitas teve sua área original reduzida para pouco mais que a metade, de cerca de 4,2 quilômetros quadrados para aproximadamente 2,3 quilômetros quadrados. Como consequência, toda a vegetação periférica no trecho foi completamente suprimida, e houve diminuição da fauna nativa. Pela primeira vez na história, a lagoa fará o caminho oposto: vai aumentar.
— A naturalização da Lagoa é um dos projetos chave da subprefeitura, pois além de tirar a ciclovia dos trechos de alagamento, pela primeira vez na história estamos devolvendo para a Lagoa o que um dia já foi dela. Nossa expectativa é entrar o ano de 2024 com as duas áreas naturalizadas prontas, no Parque do Cantagalo e no Parque dos Patins — aponta Flávio Valle, subprefeito da Zona Sul.
Retirada de postes e pista
Os trabalhos ocorrem em três fases: a primeira consiste na remoção das instalações urbanas, como postes, meio-fio, pista e iluminação. A segunda prevê a adequação ambiental, com o acerto topográfico da área, para criar condições ambientais ideais para a implantação do projeto de recuperação da vegetação. Na terceira e última etapa, são instalados cercado protetivo e placas informativas.
Moscatelli aponta que o projeto de naturalização do trecho no Parque do Patins vai exigir maiores intervenções do que a obra no Cantagalo. A principal dificuldade está em definir um novo trajeto da ciclovia que não atrapalhe a visão da Lagoa.
— O projeto de naturalização visa dar um destino ambiental para uma área da ciclovia que sofre inundação frequente. As duas pequenas áreas são um ato simbólico de devolução dos milhões de metros quadrados que foram tomados da Lagoa pelo processo de urbanização — afirma o biólogo.
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