Em 82 processos judiciais em que 204 acusados responderam pelo crime de constituição de milícia privada no Rio entre 2013 e 2022, 38% dos réus acabaram absolvidos por falta de provas, segundo levantamento do GLOBO no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ). Na maioria das sentenças que geraram absolvições, os magistrados consideraram que os elementos colhidos na prisão em flagrante não foram suficientes para uma condenação.
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Um dos discursos que o governador Cláudio Castro vem repetindo nos últimos dias, porém, é que as ações do estado contra o crime organizado já resultaram em prejuízos de mais de R$ 2,5 bilhões para as milícias, e resultaram em mais de 1.500 milicianos presos.
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Mas até o número de mandados de prisão com esses paramilitares pode não corresponder à coleção de crimes praticados por ele. Contra o miliciano Matheus da Silva Rezende, o Faustão, morto na última segunda-feira, gerando reações do crime que causaram o caos na Zona Oeste, havia somente dois mandados de prisão em aberto, o mais recente pelo homicídio do fundador da Liga da Justiça, Jerônimo Guimarães, o Jerominho. Mas a polícia estima que ele tenha se envolvido em mais de 20 homicídios, até hoje não esclarecidos.
Faustão era apontado como número 2 da hierarquia da milícia e sua morte foi comemorada pelo governador. Já entre os três criminosos citados por Castro como os principais inimigos públicos atuais, somente Danilo Dias Lima, o Tandera, Tandera tem um mandado de prisão em aberto pelo crime de lavagem de dinheiro — fruto de uma decisão judicial do último mês de abril. Os dados são do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Segundo investigações da própria Polícia Civil, ele já não ocupa, no entanto, cargo de hierarquia nas milícias que atuam na Baixada e na Zona Oeste.
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