Rio
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Por — Brasília

Ao lado de ministros e comandantes das Forças Armadas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, a realização de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com uso de militares, para atuar em portos e aeroportos e, assim, contribuir para o enfrentamento para a crise na segurança pública do Rio de Janeiro. Em decreto assinado na cerimônia, e publicado no início da noite, há a determinação de que a operação terá validade até o dia 3 de maio de 2024.

Há menos de uma semana, Lula disse que não decretaria uma GLO sob sua Presidência. Nesta quarta-feira, sem se referir ao posicionamento, afirmou que a situação era "muito grave" e que seria uma ação pontual.

— Esse decreto estabelece a criação de uma operação integrada de combate ao crime organizado. E por isso estou fazendo esse decreto de GLO especificamente para portos do Rio, Itaguaí, Santos e nos aeroportos do Galeão e Guarulhos — disse Lula.

O governador do Rio, Cláudio Castro, disse no X (antigo twitter) que a medida do governo federal é um importante passo no enfrentamento da criminalidade em todo o território nacional. E que a atuação de grupos criminosos não é um problema exclusivo do Rio.

GLO (Garantia da Lei e da Ordem):

Entenda as medidas

Decretação de GLO restrita aos locais

  • Porto do Rio de Janeiro/RJ;
  • Porto de Santos/SP;
  • Porto de Itaguaí/RJ;
  • Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro;
  • Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

A Marinha ampliará a atuação, em articulação com a Polícia Federal, nos seguintes locais:

  • Baía de Guanabara/RJ;
  • Baía de Sepetiba/RJ;
  • acessos marítimos ao Porto de Santos/SP;
  • Lago de Itaipu.

Haverá, nos próximos meses, reforço de efetivo e equipamentos, com mobilizações extras na Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional, nos seguintes estados:

  • São Paulo;
  • Rio de Janeiro;
  • Mato Grosso;
  • Mato Grosso do Sul;
  • Paraná

As Forças Armadas vão atuar nos portos e aeroportos em conjunto com a Polícia Federal. Exército e Aeronáutica também vão ampliar a atuação nas fronteiras, em conjunto com PF e Polícia Rodoviária Federal, em especial no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul — segundo Dino, há ligação logística com as facções que atuam no Rio e em São Paulo. Paraná e Mato Grosso do Sul fazem fronteira com o Paraguai, por onde investigações apontam que entram armas de grosso calibre e drogas no Brasil.

Participaram do ato os ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, da Defesa, José Múcio, da Casa Civil, Rui Costa; bem como os comandantes, general Tomás Paiva (Exército), almirante Marcos Olsen (Marinha) e tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno (Aeronáutica). Também integrou o grupo o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.

Na operação, serão empregados 3.700 homens das Forças Armadas, divididos em:

  • Exército - 2.000 homens;
  • Marinha - 1.100 homens;
  • Aeronáutica - 600 homens.

Durante a coletiva, Dino e o comandante da Aeronáutica registraram que os militares terão "poder de polícia" para atuar nos portos e aeroportos. A GLO terá comandantes locais das respectivas forças e um comitê integrado em Brasília, do qual Múcio e Dino farão parte, para coordenar as ações.

— Temos esse poder de polícia tanto na área de manobra de aeronaves, na questão de movimentação de bagagens e cargas, como também no saguão com uma operação policial extensiva — afirmou Damasceno.

Segundo Rui Costa, se as organizações criminosas alteraram as rotas de drogas e tráfico de armas para novos aeroportos ou portos, "de imediato" esses locais serão incorporados à operação.

Olsen tratou da liberdade que a Marinha terá para atuar.

— A Marinha tem o mandato para evoluir para uma revista criminal e assim fazer a sua atuação — explicou o almirante.

'GLO não entrará em favela'

Após fazer o anúncio, Lula deixou a sala onde estava a imprensa sem responder a perguntas. Coube, então, ao ministro da Justiça e Segurança Pública falar sobre o recuo do presidente sobre a decretação da operação.

Segundo Dino, quando Lula criticou as operações de GLO, estava se referindo a operações de proximidade contra o crime, e que esse "modelo" de operação é distinto.

— Não haverá GLO subindo morro e entrando em favela — disse Dino.

Na segunda-feira, após encontro com autoridades do Rio, Dino adiantou que o governo deve formalizar a criação de um grupo de trabalho, com auxílio da PF e da Polícia Civil do Rio, entre outros órgãos, para "asfixiar" a milícia e o tráfico de drogas.

Em outra frente, as Forças Armadas reforçarão portos, aeroportos e fronteiras para tentar operar uma "asfixia logística" de organizações criminosas.

A força-tarefa, segundo o ministro da Justiça, deve ser formalizada na próxima quarta-feira, em encontro com o governador do Rio, Cláudio Castro.

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