Rio
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Por , O Globo — Rio de Janeiro

Pais de vítimas de nudes falsos, que teriam sido criados por alunos do Colégio Santa Agostinho da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, estão agendados para comparecerem à delegacia nesta segunda-feira. Para esta semana, o diretor do estabelecimento de ensino também é esperado para ser ouvido. O delegado Marcus Vinícius Braga, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que investiga o caso, estima que mais de 20 estudantes foram vítimas da criação de imagens falsas.

Segundo o delegado, pelo menos dez vítimas já procuraram a delegacia para prestar queixas e outras são esperadas nesta semana. O titular da DPCA disse que vai aprofundar as investigações. Ele quer identificar os estudantes responsáveis pelas publicações e entender as consequências para as vítimas. Em entrevista na última semana, disse ser prematuro adiantar o que pode acontecer com eles.

— Vai depender da investigação. A gente quer saber até onde eles chegaram. Queremos verificar a profundidade do problema — acrescentou.

Em frente à escola, no início da tarde desta segunda-feira, uma empresária com filhos matriculados na instituição disse que espera que os alunos responsáveis sejam punidos:

— Eles precisam responder pelo que fizeram. Se é com expulsão, tudo bem. Mas alguma punição é necessária. Até para servir como exemplo educativo e evitar que outros casos aconteçam — afirmou ela, que não quis se identificar.

Ela também reforçou que há alunos de outros colégios envolvidos nos falsos nudes e não foram citados ainda;

— É importante que a polícia identifique esses alunos para que os outros colégios possam atuar para punir e prevenir outros episódios — disse ela.

Outra mãe que não quis se identificar disse que a escola não precisa ser responsabilizada:

— A escola não tem nada a ver com isso. A montagem não foi feita aqui e tem pessoas que nem estudam aqui envolvidas. A polícia deve investigar e é isso. O nome do colégio não deveria ser manchado por isso – afirmou.

Abertura de inquérito

A DPCA instaurou um inquérito na última sexta-feira para investigar se alunos do Santo Agostinho usaram ferramentas para criar nudes falsos de colegas de turma. As vítimas seriam alunas do 9º ano do ensino fundamental, com idades entre 14 e 16 anos. Procurado, o Colégio Santo Agostinho disse estar apurando os fatos e adotando as medidas previstas no regimento escolar. O caso foi revelado pelo blog do Ancelmo, no GLOBO.

Os primeiros registros foram feitos na 16ª DP (Barra da Tijuca), mas as investigações estarão concentradas aqui na DPCA. Segundo o delegado, as diligências estão em andamento e todos os envolvidos serão ouvidos nos próximos dias, a começar pelo diretor do colégio.

Um comunicado enviado pela instituição de ensino aos pais e responsáveis diz que a direção se solidarizou com as alunas e as famílias das vítimas e diz ter tomado conhecimento dos episódios que “assustam e decepcionam”. A nota assinada pelo diretor Frei Nicolás Luis Caballero Peralta ainda diz que o colégio vai tomar “medidas disciplinares aos fatos cometidos, em tutela escolar” e pede a compreensão de todos envolvidos “pois a condução dos atendimento demanda tempo e não podemos tomar decisões precipitadas”.

No posicionamento, a direção da escola ressalta que atua no “âmbito preventivo, promovendo a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência”. Caballero ainda pede “a parceria das famílias em acompanhar de perto a vida virtual dos adolescentes e jovens”.

“É preciso tranquilizar seus filhos, não permitindo que o caso se torne ainda maior e se propaguem mais situações de conflito e desrespeito”, conclui a direção.

Veja o que disse Santo Agostinho

Em nota enviada ao GLOBO, o Santo Agostinho destaca que promove "a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência". Confira a íntegra:

"O Colégio Santo Agostinho tomou conhecimento de que fotos alteradas de alguns de nossos alunos foram divulgadas por meio de aplicativos de troca de mensagens.

Como escola, atuamos no âmbito preventivo, promovendo a conscientização de atitudes e valores, a formação em assuntos ligados aos relacionamentos, convivência e violência, e intensificamos os momentos de rotina escolar para o aprendizado de algumas situações e desafios.

Informamos que o Colégio está tomando todas as medidas necessárias à apuração cautelosa dos fatos e está adotando as medidas previstas no Regimento Escolar.

Sabemos de nossa missão na educação e na formação integral dos nossos alunos, bem como sabemos da confiança de todos em nosso Colégio".

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