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Por — Rio de Janeiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Federal deflagraram, na manhã desta terça-feira, a segunda fase da Operação Dinastia. O objetivo é cumprir 12 mandados de prisão preventiva e 17 mandados de busca e apreensão contra integrantes da milícia comandada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que atua em bairros da Zona Oeste carioca. Um dos mandados de prisão é contra ele, que é considerado o bandido mais procurado do estado. Cinco pessoas foram presas e houve apreensão de armas, celulares e documentos.

Participam da ação equipes do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), e do Grupo de Investigações Sensíveis da PF (Gise/RJ) e da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ). Um dos alvos é o subtenente da PM Antonio João Vieira Lázaro, ex-assessor do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão. Ele não foi denunciado pelo MP, mas é alvo de um dos mandados de busca e apreensão.

Os agentes foram para os bairros de Campo Grande, Paciência, Cosmos, Sepetiba, Santa Cruz e Recreio dos Bandeirantes, todos na Zona Oeste. Segundo o MP e a PF, o grupo criminoso é voltado para a prática dos crimes de milícia privada, extorsão, homicídio, lavagem de capitais, posse ilegal e comercialização de armas. Segundo o promotor Fabio Corrêa, coordenador do Gaeco, a operação visa combater uma organização criminosa que, entre outras coisas, foi a responsável por mandar incendiar 35 ônibus e uma composição ferroviária, na Zona Oeste do Rio, no último dia 23 de outubro. Na ocasião, Matheus da Silva Rezende, sobrinho de Zinho e número dois na hierarquia do bando, foi morto numa troca de tiros com policiais civis.

—Ação conjunta é voltada para combater organização criminosa que está no epicentro dos eventos ocorridos em 23 de outubro deste ano, quando foram incendiados 35 ônibus e uma composição da linha férrea —, explicou o coordenador do GAECO, promotor de Justiça Fabio Corrêa.

Arrecadação de mais de R$ 300 mil

Investigações do Gaeco e da PF que esmiuçaram o material apreendido na primeira fase da Operação Dinastia revelaram em detalhes a maneira como a milícia de Zinho arrecada as taxas de segurança. De acordo com os agentes, as cobranças eram lançadas mensalmente em planilhas. Os documentos indicam que apenas em fevereiro deste ano o grupo criminoso teria arrecadado mais de R$ 308 mil com cobranças feitas a grandes empresas da construção civil que atuam na Zona Oeste da capital.

Para ocultar a natureza, a origem e a localização do dinheiro ilegal, os suspeitos usavam contas diferentes para receber e movimentar as quantias obtidas por meio de extorsões.

Bases financeira e bélica na mira

Esta segunda fase da investigação é um desdobramento da ação deflagrada em 25 de agosto de 2022, que também resultou na deflagração da Operação Batismo, realizada nesta segunda-feira, contra o núcleo político da organização criminosa — que teve como alvo a deputada estadual Lucinha (PSD). Além do braço financeiro da milícia, entre os alvos da Dinastia II estão suspeitos de compor a base bélica — grupo que atua armado nas ruas e que formam a linha de frente durante confrontos com bandidos rivais.

As milícias no Rio:

Durante as investigações foi possível identificar as pessoas que compõem toda a cadeia de ocultação dos valores provenientes da arrecadação ilegal por parte dos milicianos.

Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, é empresário e irmão de Ecko, líder da milícia — Foto: Reprodução
Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, é empresário e irmão de Ecko, líder da milícia — Foto: Reprodução

Os presos nesta terça-feira são: Alessandro Calderaro, o Noque, Delson Xavier de Oliveira, Jaaziel de Paula Ferreira, Renato de Paula da Silva e William Pereira de Souza.

Os presos e o material apreendido serão encaminhados para Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio. À TV Globo, a defesa de Zinho afirmou que não teve acesso aos autos. Em nota, a Prefeitura do Rio afirmou que tem ciência de intimidações feitas tanto pelo tráfico quanto pela milícia e sempre orienta as empresas para que denunciem.

"Em agosto deste ano, por exemplo, funcionários da empresa Lytorânea que trabalhavam nas obras do Bairro Maravilha Sandá, em Bangu, foram agredidos por criminosos e o registro foi feito na delegacia. O município também já tomou outras providências, como a retirada do valor investido das placas de obras", diz a nota da prefeitura.

Mais recente Próxima Milícia de Zinho teria pagado delegacias para fazer operação contra grupo rival, diz Ministério Público do Rio

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