Imagine um Centro diferente, onde o prédio da sede da Polícia Federal, na Praça Mauá, seja um centro cultural frequentado pela população e por artistas plásticos, em vez do constante entra e sai de agentes em viaturas. Ou, quem sabe, ter a oportunidade de escolher entre morar em um apartamento retrofitado, no edifício que por décadas abrigou o Instituto Médico-Legal (IML), entre a Avenida Mem de Sá e a Rua dos Inválidos; ou em um bairro moderno, construído no entorno da antiga estação de trens da Leopoldina. Essas são apenas algumas das alternativas propostas no masterplan (plano urbanístico) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desenvolveu para ajudar no processo de renovação da região.
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O estudo do BNDES fez um levantamento de imóveis públicos que estão vazios ou subutilizados. Desses, foram realizados estudos mais detalhados de 46. Os técnicos levaram em conta a legislação urbanística recente, como as regras do projeto Reviver Centro.
— No entendimento do banco, esses endereços têm potencial para incentivar o desenvolvimento econômico e urbanístico de todo o entorno — diz o chefe do Departamento de Estudos de Projetos com Imóveis Públicos do BNDES, Osmar Lima.
De acordo com o BNDES, a transformação da sede da PF na Avenida Rodrigues Alves, que é tombada, em um centro cultural seria uma forma de integrar o prédio de 30 mil metros quadrados ao novo perfil do Porto Maravilha, que tem equipamentos culturais na vizinhança da Praça Mauá, como o Museu do Amanhã.
— Essa é uma proposta com soluções a longo prazo. Agora, vamos procurar os entes que são donos desses imóveis e propor uma parceria. Firmados acordos, o BNDES faria a modelagem da licitação, com a melhor solução técnica (concessão ou venda do bem, por exemplo), para atrair investimentos da iniciativa privada — acrescentou Osmar Lima.
As negociações estão mais avançadas com o Ministério das Relações Exteriores e envolve um novo uso para uma área nos fundos do Palácio Itamaraty, na Avenida Marechal Floriano, como um prédio residencial. Já uma série de terrenos na Rua dos Arcos, na Lapa, onde hoje há restrições devido ao gabarito muito baixo, poderia dar lugar a moradias e empreendimentos comerciais. O banco sugere ainda outro uso para o Cine Íris, na Rua da Carioca, e define como prioridade encontrar um novo ocupante para o imóvel onde funcionou o Bar Luiz, que fica na mesma via.
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