Em meio ao calorão do Rio de Janeiro, a praia é o principal refúgio dos cariocas. Mas é preciso ter cautela e ficar atento às orientações. Apenas nos oito primeiros dias deste ano, o Corpo de Bombeiros já realizou 2.064 resgates nas praias do estado, uma média de 258 salvamentos por dia. No mesmo período do ano passado foram 491 resgates ao todo, ou seja, o número de vezes que os bombeiros já tiveram que fazer salvamentos no mar do Rio mais do que quadruplicou se comparadas a primeira semana de 2023 e 2024.
Em todo o ano passado, o registro foi de cerca de 73 salvamentos por dia, um aumento de 91% em relação a 2022, quando houve 38 casos, em média, por dia — possivelmente menor devido à pandemia. Casos recentes como o desaparecimento do menino Édson Davi, de 6 anos, e o de um jovem de 16 anos, ambos na Praia da Barra da Tijuca, reacendeu o alerta. Na manhã desta segunda-feira, um corpo, com características similares ao de um adolescente, foi encontrado na altura do Posto 6, e será identificado pelo Instituto Médico-Legal (IML).
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Diante de mais uma onda de calor que se aproxima, o Corpo de Bombeiros adverte: os banhistas devem respeitar o que sinalizam as bandeiras. Se for vermelha, banho só de baldinho. Nada de entrar no mar. E, em caso de ressaca, não dá para tirar onda nem na areia.
Segundo o porta-voz da corporação, o major Fábio Contreiras, cerca de 80% dos afogamentos no Rio ocorrem porque banhistas foram surpreendidos por correntes de retorno. Popularmente conhecidas como valas, elas se parecem com um rio no mar e geralmente apresentam cor diferente do restante da água, além de apresentar menos ondas — o que pode levar a pessoa a acreditar que se trata de um espaço mais seguro. No entanto, este erro, comum, pode ser fatal. A corrente pode levar o desavisado para o fundo. Neste caso, a orientação é contrariar o próprio instinto e evitar nadar em direção à areia.
— Quando tentam voltar, as pessoas acabam se cansando e podem se afogar. É preciso nadar para o lado. Naturalmente, você vai encontrar um pouco mais de areia e depois pode aproveitar as ondas para retornar. A quem não tem habilidade para nadar, recomendamos que apenas flutue e acene com os braços. Nossos guarda-vidas têm treinamento para observar qualquer sinal anormal na água — explica Contreiras.
As correntes de retorno podem se formar em apenas algumas horas, mas há outras que são permanentes. As fixas estão próximas a grandes pedras e costões, como no Arpoador, na Zona Sul do Rio, ou no Posto 1 da Barra da Tijuca.
Busca continua por menino de 6 anos
O menino Édson Davi, de 6 anos, desapareceu na altura do Posto 4 da Barra, na Zona Oeste da cidade. Ele estava próximo ao local onde seu pai trabalha, num quiosque da região. A família suspeita que a criança tenha sido sequestrada, já que pouco antes de sumir, brincava com duas crianças e um estrangeiro. Uma das hipóteses trabalhadas pela Polícia Civil é de que o menino tenha se afogado. O Corpo de Bombeiros entrou, nesta segunda-feira, no quarto dia de buscas pelo garoto.
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