Ao menos 13 câmeras instaladas nas fachadas de casas na Rua Abreu Fialho, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio, podem ajudar nas investigações da polícia sobre a morte do americano Brent Sikkema. A vítima, sócio de famosa galeria de arte de Nova York, foi encontrada morta na noite desta segunda-feira. No corpo há perfurações de arma branca (perfurocortantes, como tesouras, estiletes e chaves de fenda).
Uma casa que divide parede com a residência de Brent possui uma central de monitoramento, com imagens de todas as câmeras de segurança de imóveis vizinhos. Isso porque oito casas na rua são de um único proprietário, que instalou o circuito. O assassinato é apurado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Pacata, a rua tem movimento apenas em seus escritórios, ateliês ou num pequeno clube de futebol. Em um esquema de casa geminadas, a residência de Brent fica ao lado de outros imóveis onde também há sinalização de sistema de câmeras.
O americano, coproprietário da Sikkema Jenkins & Co, foi encontrado com perfurações de arma branca (perfurocortantes, como tesouras, estiletes e chaves de fenda), em sua cama.
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Por volta das 11h, agentes da DHC começaram buscas por imagens de câmeras de segurança na região. Os polícias procuram imagens de imóveis vizinhos aos de Brent e também de estabelecimentos que ficam de frente para a casa.
Pouco antes dos policiais chegarem ao local, a fechadura da porta da residência da vítima foi trocada por um chaveiro. As alterações na porta foram pedidas pela própria advogada e avisadas à polícia.
Junto à maçaneta há um cadeado com senha, que não parece ter sido violado no dia do crime.
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A advogada de Brent contou a polícia que não conseguia contato telefônico com o galerista desde sábado. Os dois tinham uma reunião de trabalho marcada para esta segunda-feira. Foi a advogada quem encontrou Brent, quando, na noite de ontem, foi a casa dele após estranhar seu sumiço. Como tinha a chave do imóvel, ela abriu a porta e entrou no local. No interior do quarto do cliente, ela já o encontrou sem vida.
Simone então ligou para o Samu. Os socorristas constataram a morte de Brent e chamaram a Polícia Militar. O corpo do galerista estava sobre uma cama. A casa tem câmeras em seu interior.
Em nota, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o crime. A perícia foi feita no apartamento onde o corpo da vítima foi localizado. Os agentes vão ouvir testemunhas, estão em busca de mais informações e realizam diligências para esclarecer o caso.
O Consulado dos Estados Unidos no Rio afirmou que "confirma a morte de um cidadão americano. Oferecemos nossas mais sinceras condolências à família, a quem estamos prestando toda a assistência necessária. Por motivos de privacidade, não temos comentários adicionais nesse momento".
Vinda ao Brasil três vezes ao ano
Brent Sikkema vinha ao Rio no máximo três vezes ao ano e ficava no imóvel. Ele devia ter a residência havia pouco mais de 10 anos. Brent morava em um sobrado na Chácara do Algodão, no Horto. Em um sistema de casas geminadas, a da vítima é a de número 13. Na região, ficam os ateliês de artistas como Beatriz Milhazes, Adriana Varejão e Gabriela Machado.
A advogada Simone Nunes cuidava do imóvel quando o galerista não estava no Brasil. Sikkema mal falava português, então não tinha muito contato com os vizinhos, que só o conheciam de vista.
Quando estava no Rio, ele costuma passar o dia fora, voltando apenas para dormir. Uma pessoa que trabalha na região explicou que a rua é muito tranquila e que todos vão para suas casas cedo.
Sikkema fundou a galeria em 1991, como o nome de Wooster Gardens, em homenagem à sua localização original, na Wooster Street, segundo o portal especializado Artnet. A galeria “apresenta grandes nomes como Kara Walker e Sheila Hicks, bem como fotógrafos em crescimento, incluindo Nikki S. Lee e Deana Lawson”, de acordo com a publicação.
A instituição exibe obras em várias mídias, como pintura, desenho, instalação, fotografia e escultura. Em sua programação inclui importantes artistas consagrados como Jeffrey Gibson, Arturo Herrera e Vik Muniz, além de talentos emergentes. A galeria também colabora diretamente em exposições e projetos com outros artistas.
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Brent Sikkema começou seu trabalho em galeria em 1971, como diretor de exposições no Visual Studies Workshop em Rochester, Nova York. Sikkema abriu sua primeira galeria em 1976 em Boston, Massachusetts.
O outro sócio da galeria, Michael Jenkins, trabalhou em vários projetos com a galeria desde a inauguração em 1991. Em janeiro de 1996, ingressou na galeria como diretor. Tornou-se sócio em 2003.
Ele era casado e tinha um filho. O viúvo não deve vir ao Brasil para os trâmites de traslado do corpo. Quem está cuidando disso é a advogada, com ajuda do Consulado americano.
Brent iria embora do Brasil nesta terça-feira. Veio ao país para passar o Natal no Rio.
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