Agentes do 5º BPM (Praça da Harmonia) estouraram, nesta terça-feira, um ponto de venda de drogas localizado na Lapa, bairro boêmio da região central do Rio, e que fica perto de alguns cartões postais da cidade, como os Arcos da Lapa e a Escadaria Selarón, hoje um dos pontos mais visitados da capital. Foram apreendidos, num casarão abandonado na Travessa do Mosqueira, 488 pinos de cocaína, 908 pedras de crack, 50 frascos de loló, 69 tiras de maconha, sete folhas de LSD, 12 trouxas de maconha, cinco tabletes de skunk — uma maconha potencializada — e quatro seringas com óleo da mesma droga.
A apreensão reflete um problema que frequentadores do bairro, turistas e moradores podem perceber até à luz do dia: o aumento do número de usuários de crack na região. Não é raro assistir a pessoas consumindo a droga em áreas como o entorno do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB) e a Rua dos Arcos.
Próximo à Travessa do Mosqueira — que liga a Rua Joaquim Silva ao cruzamento da Rua Visconde de Maranguape e Avenida Mem de Sá — estão outros pontos turísticos de destaque, como a Sala Cecília Meireles, os Arquivos do MIS, o Passeio Público e a Escola de Música da UFRJ.
A localização da boca de fumo foi passada ao Setor de Inteligência do 5º BPM por meio de uma denúncia, com a localização do casarão abandonado, um imóvel sem número e que fica ao lado de um sobrado que recentemente desabou parcialmente. Parte do prédio, inclusive, está interditada.
O casarão tem três andares — a venda de drogas é feita no primeiro. Os usuários sentam em frente às portas de alumínio, que são parcialmente abertas, entregam o dinheiro e recebem o entorpecente, geralmente consumido na rua mesmo.
Fuga pelo telhado
Com a chegada dos PMs, dois homens que estavam no local foram para o telhado, por onde fugiram. Eles correram por telhados de outros imóveis da região e, na altura do número 31 da Avenida Mem de Sá, largaram as drogas.
Os criminosos conseguiram fugir. Todas as drogas encontradas pelos agentes foram levadas para a 5ª DP (Mem de Sá), onde a ocorrência foi registrada.
Segundo o delegado-titular da delegacia, Bruno Ciniello Araujo, a região onde fica o casarão é controlada pelo traficante Abelha, do Comando Vermelho. Segundo os investigadores, a Travessa do Mosqueira é uma região de difícil atuação e entrada dos policiais. Os traficantes incitam os usuários que ficam próximos a atacarem os agentes com garrafas de vidro e pedras.
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