Rio
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Por — Rio de Janeiro

A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a disputa entre traficantes rivais na orla de Copacabana e do Leme, na Zona Sul do Rio. Nesta segunda-feira, o GLOBO noticiou que a rivalidade entre as facções Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) emergiu num dos principais cartões-postais da cidade. Episódios de briga e espancamento nas areias, registrados entre o fim de janeiro e o início deste mês, estariam relacionados aos grupos criminosos. A investigação está a cargo da 12ª DP (Copacabana). Nesta terça-feira, a Secretaria de Ordem Pública (Seop) diz ter acionado seu setor de investigação para levantar informações e auxiliar no trabalho.

O delegado Ângelo Lages, titular da 12ª DP, enfatiza a importância de as pessoas denunciarem as ações das organizações criminosas para que a polícia investigue. As denúncias podem ser feitas anonimamente, pelo Disque Denúncia, ou pelos canais da delegacia — WhatsApp (21 98596-7380) ou redes sociais:

— É muito importante que a população comunique as ocorrências a delegacia. Sem essa comunicação, fica muito mais difícil o trabalho da Polícia Civil. A nossa maior matéria-prima é a informação. Sei que muitas das vezes as pessoas temem represálias e, para isso, a gente tem os canais próprios, que facilitam a comunicação dessas ocorrências através do anonimato.

'Donos do chão'

— O que a gente vem percebendo e já até falamos sobre isso é que, na cidade, existe uma disputa pelo chão, pelo território. Isso é uma prática típica de crime organizado, que a gente vê no tráfico e na milícia. Acabamos vendo isso também em alguns centros comerciais, como o Calçadão de Campo Grande, em Santa Cruz e, agora, em Acari — explica o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, que completa:

— É um cenário muito ruim para a cidade.

Ainda de acordo com Carnevale, o trabalho de fiscalização da pasta continuará, e as informações que forem coletadas serão compartilhadas com a Polícia Civil e com o Ministério Público do Rio, como foi feito nos casos de Campo Grande e Acari.

Para o secretário, a disputa por regiões pelo crime organizado é decorrente de uma exploração inicial, feita, por exemplo, através de cobranças indevidas a estacionamentos, ambulantes e comércio, por exemplo.

— Eles tentam se fazer donos do chão, através de cobranças indevidas. Em operações feitas pela Seop em Copacabana no ano passado (de fiscalização do trabalho de ambulantes), a gente teve manifestações até com pedradas nas nossas viaturas — afirma Carnevale.

O controle das favelas na região de Copacabana e do Leme — Foto: Editoria de Arte
O controle das favelas na região de Copacabana e do Leme — Foto: Editoria de Arte

Divisão da areia

A segmentação da praia, segundo pessoas que trabalham ou frequentam a área em conflito, seria resultado de um acordo tácito estabelecido entre traficantes rivais. Um ambulante, que não quis ser identificado, contou que o estopim para a briga foi o momento em que cinco vendedores de milho cozido, que tinham cabelos pintados de vermelho (fato interpretado como uma menção ao CV), entraram no Leme, região onde há comunidades dominadas pelo TCP.

A ação foi considerada uma afronta à divisão de território estabelecida entre os grupos rivais. Um dos vendedores chegou a ser agredido. Em retaliação, colegas dos vendedores entraram no Leme munidos de pedaços de madeira nas mãos. Em um dos vídeos, dois homens aparecem caídos na beira do mar e são socorridos por salva-vidas que trabalham no local.

— O pessoal do CV também não gostou quando os vendedores de bala do Leme foram para Copacabana. Eles tinham o esquema deles por lá. Depois disso, veio a história dos vendedores de milho — conta um vendedor.

Segundo barraqueiros da região, episódios similares aconteceram na terça-feira, dia 30, na quarta-feira, 31, e na quinta-feira, 1º de fevereiro. As restrições, de acordo com todos que foram ouvidos, era apenas para vendedores de bala e de milho.

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