Preso em flagrante, nesta sexta-feira, após matar o porteiro de uma escola particular em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Rennan de Oliveira da Silva Santos, de 21 anos, havia fugido de um hospital psiquiátrico do município quatro dias antes do crime ocorrer. Segundo a Prefeitura de Niterói, na última segunda-feira, Rennan saiu à revelia da unidade onde estava internado para tratamento desde o dia 8. Antes de matar Sebastião Lair Hipólito, de 65, que tentou evitar que a escola fosse roubada por ele, o suspeito já teria cometido outros dois assaltos em dias anteriores, na mesma cidade.
Nesta sexta-feira, por volta das 6h, Sebastião, segundo a polícia, viu Rennan num corredor da unidade do MV1, que funciona na Rua Gavião Peixoto, carregando objetos do colégio. O porteiro tentou impedir que o suspeito fugisse e lutou com ele. Foi quando acabou sendo esfaqueado. Ele teria tido relógio e celular levados. Ao chegarem ao local, policiais do 12º BPM (Niterói) localizaram a funcionária que testemunhou o assassinato, que afirmou ter tido a bolsa roubada pelo assassino quando ele deixava o colégio. Os agentes começaram a buscar o suspeito e uma equipe do Programa Niterói Presente o prendeu tentando furtar uma bicicleta na Rua Sete de Setembro. A testemunha reconheceu o acusado, que foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí ( DHNSGI).
Na especializada, o suspeito foi autuado em flagrante por crime de latrocínio (roubo seguido de morte). A polícia confirmou que Renann vinha cometendo crimes desde que a fuga do hospital ocorreu.
— Ele se evadiu do hospital (psiquiátrico) de Jurujuba e vinha cometendo crimes desde então — disse a delegada Melissa Filizzola, da DHNSGI.
Desde a fuga, Rennan vinha sendo procurado pela PM e também por equipes da 77ªDP( Icaraí). A distrital vai investigar dois roubos que teriam sido praticados nos últimos dias. Já a DHNSI é a responsável por apurar a morte do porteiro. O suspeito já tinha antecedentes criminais e chegou a ser condenado a quatro anos de prisão por um assalto, mas conseguiu a em liberdade em maio por decisão da Justiça. No dia 8, ele foi internado no hospital para tratamento psiquiátrico, de onde fugiu no dia 20.
A Rede MV1 de Ensino lamentou a morte do porteiro, descrito como uma pessoa "gentil, educada, responsável, um homem de família, um trabalhador" e chamou o crime de "ato de monstruosidade":
"É com profunda tristeza e consternação que compartilhamos a dolorosa notícia do falecimento de um dos nossos colaboradores, Sebastião Lair Hipólito, vítima da violência com que somos obrigados a conviver diariamente. Ao abrir as portas da nossa escola, cumprindo sua rotina diária, foi atacado por uma pessoa em situação de rua, que o atingiu covardemente pelas costas, resultando na sua trágica e precoce partida. Esse ato de absoluta monstruosidade nos enluta, nos choca, nos atordoa. Estamos profundamente consternados pela perda irreparável de uma pessoa de convivência diária, gentil, educada, responsável, um homem de família, um trabalhador. A prisão do assassino, já efetuada, não conforta nossos corações, partidos pela brutalidade que permeia nossa Sociedade. Que nosso amigo Sebastião descanse em paz, e que sua memória permaneça entre nós. Não esqueceremos da pessoa que nos deu tanto de atenção, cortesia, cordialidade e desvelo".
A Polícia Militar frisou, em nota, que "o 12º BPM vem realizando no período noturno e madrugadas abordagens de elementos em atitude suspeita nas ruas do município de Niterói". Segundo a corporação, as ações têm por objetivo apreender materiais ilícitos e objetos que possam ser usados para cometer crimes. Ainda de acordo com a PM, somente no mês de fevereiro foram realizadas abordagens e revistas pessoais de 176 pessoas, sendo recolhidos 22 objetos perfurocortantes.
De acordo com relatos de pais de alunos, Sebastião trabalhava no setor infantil e era chamado de "Tio Tião". Alguns amigos usaram as redes sociais para postar mensagens de despedida.
"Está difícil de acreditar que uma pessoa tão bondosa quanto você nos deixou. Uma pessoa feliz, íntegra, querida por todos. Vou sentir muita saudade. (...) Descanse em paz, amigo. Eu sei que Deus já te recebeu de braços abertos", escreveu uma mulher.
Outra também lamentou: "Até quando precisaremos receber notícias assim? Que Deus conforte o coração de sua família. Meu grande amigo, com certeza você ficará no meu coração, você sempre será sinônimo de alegria, respeito, amizade".
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